sexta-feira, 19 de abril de 2024

SUTILEZAS ESTARRECEDORAS DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL (FINAL)

PODE-SE APRESENTAR A CULTURA A UM IDIOTA, MAS NÃO SE PODE OBRIGÁ-LO A PENSAR.

Elon Musk é movido a lucro. Transformá-lo num radical de extrema-direita é combatê-lo com as armas erradas. Moraes, guindado por seus pares a provento de toda ação que se assemelhe a ataques à democracia, exorbitou da competência por conexões infinitas entre questões submetidas.
No auge da Lava-Jato, Moro gozou desse mesmo poder exacerbado. As Cortes superiores avalizaram suas decisões durante anos, até que, um belo dia, uma estapafúrdia epifania revelou Fachin (com mais de 5 anos de atraso e por circunstâncias além dos autos) à conclusão de que a 13ª Vara Federal de Curitiba carecia de competência territorial para processar e julgar Lula. Além de confirmar essa barbaridade (por 8 votos a 3), o plenário anulou as condenações e as provas que as escoraram. Moro havia levantado o sigilo de uma conversa entre Dilma e Lula. Com base nessa ação — considerada depois ilegítima —  Gilmar Mendes impediu a mulher sapiens de proteger seu criador acomodando-o na Casa Civil. 
Moraes levantou o sigilo dos depoimentos dos fardados sobre a tentativa de golpe para enfraquecer a defesa de Bolsonaro, e esses movimentos serviram para mobilizar os extremistas que continuam fiéis ao "mito", a despeito de tudo que ele fez e de quem ele é. A diferença é que "Xandão" e seus pares vem agindo em defesa da democracia, enquanto Bolsonaro, Musk e a escória extremista que lhes baba os ovos tentam desconstruir as instituições para favorecer uma rebelião contra o governo “comunista”.
Alardeando que vigora na China uma "democracia efetiva", Gleisi Hoffmann leva mais água ao moinho da escumalha bolsonarista. Fazendo eco a essa sandice, Lula — que se elegeu em 2022 prometendo um governo de união nacional, mas montou um governo de esquerda com uma aparente coalizão democrática que não tem sustentação real — diz que na Venezuela há democracia até demais. Daí cada vez mais gente apostar que o dito-cujo não terminará o terceiro mandato. Queira Deus que isso aconteça, mas não permita o Diabo que o preço a pagar seja a volta da extrema-direita.

Os dicionários definem "antropomorfizar" como atribuir sentimentos e emoções humanas a seres não-humanos. Xingar o carro quando o motor não "pega", ou o computador quando o sistema congela, é um desabafo, mas falar com assistentes virtuais não é caso de internação: chatbots dotados de Inteligência Artificial são capazes de conversar com os usuários. Isso nos leva à seguinte pergunta: faz alguma diferença ser cortês com essas máquinas? Antes de tentar respondê-la, é preciso definir se chatbots são parte da IA ou se a IA é parte dos chatbots.

Apesar de serem usados indistintamente, os dois termos não são sinônimos. Chatbot advém da combinação de chat (conversa) com bot (robô), onde "robô" remete a máquinas programadas para realizar tarefas de forma autônoma ou assistida. Então, podemos dizer que chatbots são robôs capazes de pensar, e que a IA é a mágica por trás dessa capacidade.
 
Observação: Sistemas computacionais não-IA se limitam a executar sequências de instruções, ao passo que os sistemas IA aprende com o Machine Learning e, com o concurso do NLP (de Processamento de Linguagem Natural, em inglês) conseguem imitar como o cérebro humano pensa e conversar com as pessoas como eles também fossem pessoas.
 
Voltando à formatação das perguntas/comandos, se os chatbots não compreendem cortesia ou gratidão, expressões como "por favor" e "obrigado" servem apenas para consumir desnecessariamente seus recursos. Por outro lado, demonstrar cortesia em determinados sistemas pode gerar respostas de melhor qualidade. Não porque a máquina se sente inclinada a oferecer um serviço melhor a quem a trata com educação, mas porque, comunicados educadamente, os comandos se tornam mais parecidos com os exemplos de interações que os chatbots receberam durante o treinamento, e como eles os associam a respostas de melhor qualidade, os resultados tendem a ser mais positivos.
 
Pesquisadores da Microsoft, da Universidade Normal de Beijing e da Academia Chinesa de Ciências concluíram que modelos de IA generativa apresentam melhores resultado quando tratados com educação. Demais disso, pequenas mudanças na estrutura dos comandos — como usar dois pontos e/ou parênteses ou incluir frases que agreguem urgência ou importância às perguntas — chegam a aumentar em até 80% a precisão das respostas. N
ão porque o modelo "pensa" logicamente, mas, de novo, porque ele os associa a padrões que, durante seu treinamento, deram maior clareza e detalhamento às respostas. 
 
Observação: Segundo  Julio Gonzalo, diretor do Centro de pesquisa UNED em Processamento de Linguagem Natural e Recuperação de Informação, o auge do surrealismo foi alcançado quando se descobriu que as respostas matemáticas melhoram se o sistema for solicitado a se expressar como se fosse um personagem de Star Trek.
 
Cientistas de dados do Google instruíram um modelo a "relaxar e respirar fundo" e observaram que sua pontuação em problemas de matemática desafiadores disparou. Segundo pesquisadores do Instituto Allen para IA, solicitações emotivas acionam partes do modelo que normalmente não são ativadas por solicitações típicas, levando o chatbot a fornecer respostas que normalmente não forneceria para a mesma solicitação. 

Observação: Articular os pedidos de uma maneira mais gentil e alinhada com o padrão de conformidade no qual o modelo foi treinado aumenta as chances de receber a resposta desejada, mas isso não significa que o modelo desenvolveu capacidades de raciocínio semelhantes às de um humano.
 
Acredita-se que a IA possa superar a inteligência humana já nesta década ou na próxima 
— a julgar pela "inteligência" do eleitorado tupiniquim, isso não é um grande desafio —, embora alguns cientistas acreditem isso só acontecerá quando e se barreiras criadas por diferenças fundamentais entre o cérebro biológico e o dos chatbots forem superadas pelo Machine Learning, dando azo ao surgimento de dispositivos com capacidades cognitivas ainda mais aprimoradas.
 
Por outro lado, a inexistência de consenso sobre o que é consciência e como ela se manifesta dificulta sua reprodução nos chatbots, e interpretar as emoções humanas é fundamental na interação social. Outros desafios são a emulação da criatividade e da capacidade de inovação e a criação de normas que coíbam o uso irresponsável e antiético da IA.

A conferir.