sábado, 20 de abril de 2024

POR QUE OS SMARTPHONES SÃO TÃO CAROS NO BRASIL?

NÃO EXISTE GRANDE ARTE SEM PAIXÃO.

 

Lula foi catapultado à política liderando greves históricas que desafiaram a ditadura militar nos anos 1970. Agora, em um momento delicado do seu terceiro mandato, com a popularidade em queda e outras crises internas, o presidente é alvo de uma pressão adicional vinda justamente de velhos conhecidos: os sindicados. Um amplo movimento reivindicatório tem crescido e colocado o governo contra a parede. Vinte categorias estão mobilizadas por reajuste salarial e outras demandas. Várias delas já realizaram greves e outras ameaçam paralisações para esta semana. O Ministério da Gestão já se movimenta para tentar evitar maiores problemas. Resta saber se dará certo.


Resumidamente, os celulares custam (mais) caro no Brasil devido ao câmbio e aos impostos federais, estaduais e de importação. Nos EUA, o iPhone 15 Pro Max de 1TB sai por US$ 1,5 millembrando que, lá, o salário-mínimo é de US$ 7,25 por hora (que equivale a aproximadamente R$ 6.785,92 mensais para que trabalha 40 horas semanais). Aqui, o preço do mesmo modelo no site oficial da Maçã é R$ 13.999. Assim, um trabalhador que ganha um salário-mínimo precisa ralar por 10 meses, sem gastar um tostão, para ter o iPhone top de linha  cinco para pagar a diferença cambial e outros cinco para cobrir a tributação.  


ObservaçãoO Brasil é o segundo país que mais cobra pelo celular da Apple. De acordo com uma pesquisa realizada pela HelloSafe em 2022, que mapeou o preço do smartphone em 31 países, o pódio foi: Turquia (R$ 9.544), Brasil (R$ 7.599) e Suécia (R$ 6.587). Na outra ponta ficaram Canadá (R$ 4.925), Japão (R$ 4.889) e EUA (R$ 4.666) — lembrando que, nesses países, o salário dos trabalhadores é muitas vezes superior ao dos brasileiros.


A Apple não é a única a enfiar a faca na depauperada classe média tupiniquim. Os recém-lançados modelos da linha "S", que estrearam a inteligência artificial (IA) desenvolvida pela Samsung, chegam a custar R$ 13 mil. Sem nos reajustes escorchantes dos planos de saúde individuais intermediados pela Qualicorp de Seripieri Filho (que é unha e carne com o presidente de turno desta banânia)

 

Outro fator que determina o preço final desses dispositivos — fechado em dólar, por mal dos nossos pecados — é a própria cadeia de produção, ou seja, o custo para fabricá-los. Isso ficou mais escancarado na crise dos chips, durante a pandemia, quando, além de ficarem mais caros, os produtos sumiram das vitrines, tanto nas lojas físicas como nas virtuais.

 

O preço dos aparelhos produzidos localmente, como os da Multilaser, Positivo e Gradiente também é saldado, o que se deve em parte aos componentes usados na montagem, que são importados e pagos em dólar. Quanto maior a defasagem do real frente ao dólar, mais caro ficam os produtos. Sem mencionar que as indústrias estabelecidas no Brasil têm de lidar com outros complicadores, como logística, risco-Brasil e, claro, impostos. E quem paga o pato é sempre o consumidor.


E viva o povo brasileiro.