NENHUMA TEORIA CIENTÍFICA JAMAIS FOI ACEITA SEM OPOSIÇÃO
Na reta final de seu mandato como presidente do TSE (que termina no próximo dia 3), Alexandre de Moraes negou seguimento ao recurso apresentado pela defesa de Bolsonaro, que busca no STF a reversão da inelegibilidade imposta a seu cliente. Em seu despacho, o ministro anotou que não houve divergências processuais, que o formato do recurso não atendia aos requisitos adequados e que não houve cerceamento do direito de defesa ao capetão ao general a Braga Netto. A defesa ainda pode recorrer ao Supremo, o que deve ocorrer 'em momento oportuno', segundo os nobres causídicos.
Um ser vivo tem dois elementos: um conjunto de instruções que lhe dizem como continuar vivo e como se reproduzir e um mecanismo para levar a cabo essas instruções. Em biologia, isso se chama genes e metabolismo, mas nada neles é exclusivo da biologia. Se um vírus eletrônico é um programa que faz cópias de si mesmo na memória do computador e as transfere para outros computadores, ele condiz com a definição de sistema vivo. A exemplo de seus correspondentes biológicos, esse vírus é uma forma degenerada, já que contém instruções (ou genes) e carece de metabolismo próprio, mas capaz de reprogramar o metabolismo do computador (célula anfitriã).
Alguns acreditam que os vírus não devam ser considerados vida, pois são parasitas e, como tal, não conseguem subsistir sem um hospedeiro, mas o que é a maioria das formas de vida senão parasitas — inclusive nós, que nos alimentamos e dependemos de outras formas de vida para sobreviver? Na esteira desse raciocínio, os vírus eletrônicos não só devem ser considerados vida como a única forma de vida que o ser humano foi capaz de criar até agora.
A "vida" que surgiu e evoluiu em nosso planeta consiste basicamente em cadeias de átomos de carbono e outros, como nitrogênio ou fósforo. Ocorre que os átomos de carbono só podem existir com as propriedades que têm graças a um ajuste fino das constantes físicas, como a escala da cromodinâmica quântica, a carga elétrica e a dimensionalidade do espaço-tempo. Se essas constantes tivessem valores diferentes, o núcleo desses átomos não seria estável, e seus elétrons entrariam em colapso.
Isso pode ser uma evidência de que o universo foi especialmente desenhado para produzir a espécie humana, mas é preciso ter cuidado com tais argumentos: o Princípio Antrópico, por exemplo, se baseia no fato de que, se o universo não tivesse sido adequado para a vida, nós não estaríamos aqui, imaginando por que ele tem um equilíbrio tão refinado.
Podemos aplicar esse princípio nas versões forte ou fraca. A primeira pressupõe a existência de múltiplos universos diferentes, cada qual com valores distintos de constantes físicas. Em um número pequeno de tais universos, os valores permitem a existência de objetos como os átomos de carbono, que atuam como blocos de construção dos sistemas vivos. E como devemos viver em um desses universos, não surpreende que as constantes físicas estejam finamente sintonizadas (se não estivessem, não estaríamos aqui).
Quando o Big Bang eclodiu, não havia carbono, e o calor era tamanho que toda a matéria estava na forma de prótons e nêutrons. A princípio, a quantidade de prótons e de nêutrons era a mesma, mas a temperatura baixou cerca de 1 bilhão de graus centígrados segundos depois que o Universo começou a se expandir e os nêutrons, a se decompor em prótons.
Podemos aplicar esse princípio nas versões forte ou fraca. A primeira pressupõe a existência de múltiplos universos diferentes, cada qual com valores distintos de constantes físicas. Em um número pequeno de tais universos, os valores permitem a existência de objetos como os átomos de carbono, que atuam como blocos de construção dos sistemas vivos. E como devemos viver em um desses universos, não surpreende que as constantes físicas estejam finamente sintonizadas (se não estivessem, não estaríamos aqui).
Quando o Big Bang eclodiu, não havia carbono, e o calor era tamanho que toda a matéria estava na forma de prótons e nêutrons. A princípio, a quantidade de prótons e de nêutrons era a mesma, mas a temperatura baixou cerca de 1 bilhão de graus centígrados segundos depois que o Universo começou a se expandir e os nêutrons, a se decompor em prótons.
Se isso fosse tudo o que aconteceu, toda a matéria teria terminado como o elemento mais simples — o hidrogênio —, cujo núcleo consiste em um único próton. Mas alguns nêutrons se chocaram com prótons e se uniram a eles, formando o segundo elemento mais simples — o hélio —, cujo núcleo é composto por dois prótons e dois nêutrons.
No livro póstumo Breves Respostas para Grandes Questões, o astrofísico Stephen Hawking especula sobre o desenvolvimento da vida no Universo o comportamento da espécie humana ao longo da história, que ele considera bastante estúpido. Segundo Hawking, a vida é um sistema ordenado, resiliente à desordem, que pode produzir sistemas ordenados similares a ele, mas independentes. Esse sistema deve transformar a energia recebida em alguma forma ordenada — como alimentos, luz solar ou energia elétrica — em energia desordenada — na forma de calor. Mas a pergunta é: que significado operacional pode ser dado à existência de todos os outros universos? E se eles estão separados do nosso Universo, como é que o que ocorre neles pode nos afetar?
É difícil imaginar que um sistema vivo tenha sido construído apenas com hidrogênio e hélio, até porque o Universo estava quente demais para que os átomos se combinassem em moléculas. Mas ele continuou se expandindo e esfriando. Como algumas regiões tinham densidades ligeiramente mais altas do que as outras, a atração gravitacional da matéria extra nesses pontos foi reduzindo o ritmo da expansão até finalmente detê-lo, e, cerca de dois bilhões de anos depois do Big Bang, elas entraram em colapso e formaram as estrelas e as galáxias.
Hawking sustenta que as primeiras estrelas eram mais massivas e quentes do que nosso Sol, e por isso elas converteram o hidrogênio e o hélio originais em elementos mais pesados, como carbono, oxigênio e ferro. Milhões de anos depois, algumas delas explodiram como supernovas e pulverizaram os elementos pesados no espaço, formando a matéria-prima para as gerações posteriores de estrelas.