QUANDO TEMOS 20 ANOS, A VIDA É UM MAPA RODOVIÁRIO; QUANDO CHEGAMOS AOS 24, COMEÇAMOS A ACHAR QUE O MAPA ESTÁ DE CABEÇA PARA BAIXO; AOS 40, TEMOS CERTEZA DISSO E AOS 60, PERCEBEMOS QUE ESTAMOS TOTALMENTE PERDIDOS.
A tecnologia por trás do "câmbio CVT" (sigla de Continuously Variable Transmission) foi idealizada no século XV pelo polímata Leonardo da Vinci — para ser usada em moinhos, bombas e outras geringonças, naturalmente —, mas a primeira patente foi registrada quase 400 anos depois, e somente em 1958 a montadora holandesa DAF estreou a primeira versão do câmbio "Variomatic" no pequeno DAF 600 — que foi um fiasco de vendas e ficou menos de 5 anos em linha. Mas não há nada como o tempo para passar.
A Subaru lançou o Justy com a transmissão ECVT em 1984, e, na sequência, a Honda, a Toyota e a Nissan desenvolveram suas próprias transmissões continuamente variáveis, que não usam engrenagens dentadas — como os câmbios manuais e automatizados — nem planetárias — como os automáticos —, mas polias de diâmetros variáveis interligadas por uma correia metálica.
A Subaru lançou o Justy com a transmissão ECVT em 1984, e, na sequência, a Honda, a Toyota e a Nissan desenvolveram suas próprias transmissões continuamente variáveis, que não usam engrenagens dentadas — como os câmbios manuais e automatizados — nem planetárias — como os automáticos —, mas polias de diâmetros variáveis interligadas por uma correia metálica.
Conforme o diâmetro da polia motriz aumenta, o diâmetro da polia conduzida diminui ( e vice-versa), mantendo o motor em sua faixa de rotação mais eficiente (maior desempenho com menos consumo de combustível). Como a variação é contínua, não há trocas de marchas, o que resulta num funcionamento suave e progressivo, e da feita que o torque varia conforme a velocidade, a economia de combustível tende a ser maior do que nos veículos com câmbio manual, automáticos convencionais e automatizados. Mas nem tudo são flores: a manutenção é mais cara e o ruído na cabine aumenta com a rotação do motor, o que afeta o conforto acústico dos ocupantes do veículo
CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA
A fruta está madura quando atinge o ponto de ser comida e podre quando cai do galho. Nicolás Maduro está pra lá de podre, mas se recusa a cair do galho. Se a fraude escandalosa prosperar, ele infernizará a vida dos venezuelanos por pelo mais seis anos (a menos que seja chamado a despachar presencialmente com Satanás), como vinha fazendo desde 2013, depois que Hugo Chávez bateu as botas.
Em sendo real a proclamação oficial do resultado do pleito, o eleitor venezuelano reelegeu a superinflação, a recessão, o desemprego, a corrupção, a repressão e o êxodo de 25% do país. Ainda que a democracia dê liberdade às pessoas para exercitarem sua capacidade de fazer besteiras, insensatez tem limite: eleger a sandice uma vez é temeridade, duas é teimosia e três, suicídio.
O secretário-geral da ONU pediu a exibição dos resultados das urnas por assembleias de voto. Se Maduro não mostrar a ata, vai passar recibo de que perdeu e está mentindo, e se mostrar, ficará provado que ele perdeu e está mentido dando um golpe. O presidente da Argentina postou no Xwítter: "MADURO DITADOR, FORA!!!". Chile, Peru, Uruguai, Costa Rica, Equador, Panamá, Paraguai e República Dominicana exigiram a revisão completa dos resultados das urnas "com a presença de observadores eleitorais independentes". O tiranete não gostou e ordenou a pronta retirada das delegações diplomáticas dos "governos de direita subordinados a Washington e abertamente comprometidos com os mais sórdidos postulados ideológicos do fascismo internacional".Edmundo González, o rival consentido pelo regime, é mero fantoche da líder oposicionista Maria Corina Machado, inabilitada pelo regime. Assim, o triunfo da oposição não seria garantia de êxito, mas até a ilusão de que é possível recomeçar do zero parece melhor que a perpetuação de uma ditadura apodrecida. E a vocação dos venezuelanos para o suicídio, por inverossímil, cheira a fraude.
O governo brasileiro divulgou nota oficial após o anúncio da reeleição, mas sem parabenizar Maduro. Segundo o assessor especial Celso Amorim, o déspota venezuelano disse que entregará as atas eleitorais, mas ressaltou que seu governo "corre o risco de ser alvo de golpe por parte da extrema direita”. Mais cedo, o esbirro de Lula havia dito que é amigo de César, mas mais amigo da verdade (e eu sou o coelho da Páscoa). Brasil, México e Colômbia estão articulando uma declaração conjunta para cobrar de forma mais enfática a entrega das atas de votação ao Centro Carter, que atua como observador internacional na Venezuela. Em entrevista coletiva, Maria Corina Machado disse que González Urrutia venceu de lavada, e vai provar o resultado disponibilizando as atas eleitorais na internet. A líder da oposição destacou também os protestos que se espalharam pelo país e convocou um ato para a manhã desta terça-feira.
O apoio do PT a Maduro passou de vexaminoso a ultrajante quando o partido chamou o autocrata de "presidente reeleito" em nota oficial. Num momento em que até o Itamaraty condiciona o reconhecimento do resultado à divulgação dos 60% de boletins de urna que "desapareceram", o partido de Lula qualifica o arremedo caricato de processo eleitoral do país vizinho como "jornada pacífica, democrática e soberana".
Para derrotar o golpismo de Bolsonaro, Lula abraçou Alckmin e costurou sua frente ampla, na qual muitos votaram para evitar o mal maior. Ao celebrar Maduro, o PT cospe no prato em que Lula comeu graças ao trabalho da imprensa livre, à independência da Justiça Eleitoral, à pluralidade política e, sobretudo, ao respeito à vontade da maioria do eleitorado. Ou seja: tudo que o ditador sonega aos venezuelanos, que convivem há décadas com a tese segundo a qual as únicas opções para que as coisas melhorem são os ditadores ou os loucos.
Por um descuido da providência divina, Maduro demonstrou em menos de 24 horas que acumula as duas condições. No domingo, acusado de fraude pela oposição, ele celebrou sua hipotética reeleição após uma suposta contagem de 80% dos votos. Na segunda-feira, com a velocidade de um raio, deixou-se coroar pelo órgão eleitoral da Venezuela como presidente reeleito e tratou o duvidoso como "irreversível".
Em vez de acender a luz, o déspota de bosta acenou com um recrudescimento do apagão democrático e acusou a oposição de tramar um "golpe de Estado" mediante um suposto ataque hacker que teria impossibilitado a divulgação de todas as atas de votação. Estão em cena todos os ingredientes tradicionalmente usados por Maduro para perseguir rivais e erguer as teorias conspiratórias que escoram as suas fraudes. A diferença é que, dessa vez, o pavio da sociedade venezuelana está mais curto. Num prenúncio do que está por vir, soaram em Caracas os primeiros buzinaços e panelaços.
Incrível e inacreditável são tidos como sinônimos, mas "incrível" soa como elogio e "inacreditável" é depreciativo. Para admitir que o improvável fosse real, seria preciso supor que o eleitor venezuelano reelegeu a ruína. De tão incrível, a vitória de Maduro é fantasticamente inacreditável, mas, alheio à deterioração que o rodeia, o pupilo de Chávez prefere ligar o botão do "foda-se".
"Nada de grave, nada assustador". Foi assim que Lula tratou a questão venezuelana. Na opinião do petista, a imprensa está tratando o assunto como se fosse a 3ª guerra mundial. "Se a ata tiver dúvida entre a oposição e a situação, a oposição entra com um recurso e vai esperar na Justiça", acrescentou o Sun Tzu de Atibaia.Todo venezuelano sonha em viver nessa Venezuela democrática esboçada nas declarações de Lula, seja ela onde for. O diabo é que um fato não deixa de existir apenas porque o presidente brasileiro o ignora. No país de Maduro, a autoridade eleitoral é exercida por um compadre e oJudiciário está submetido ao palácio presidencial.
O PT disse que a vitória de Maduro foi democrática e representou a soberania do povo. Biden, ligou para Lula para entender a posição do brasileiro. Enquanto isso, as atas que a oposição venezuelana conseguiu nos locais de votação, somando 80% das urnas do país, apontaram a vitória de González por 7,08 milhões de votos a 3,2 milhões. As ruas estão um caos e pelo menos 12 pessoas morreram e mais de 800 foram presas — incluindo um líder da oposição, que foi sequestrado.
Com suas declarações, Lula sinalizou que o reconhecimento da pretensa reeleição de Maduro pelo governo brasileiro é uma questão de tempo. Revelou-se capaz de fazer qualquer coisa pelo ditador venezuelano, inclusive papel de bobo.
As orelhas, os dentes e o focinho são de lobo, mas o xamã petista e a escumalha esquerdopata comandada por Gleisi Hoffmann, a sacerdotisa da seita inferno, agem se como se estivessem diante de uma vovozinha disfarçada.No CVT toroidal da Nissan, dois rolamentos substituem a correia, o que proporciona variações mais ágeis na velocidade do veículo. Em outro modelo, dois cones interligados por correia rotacionam em sentidos opostos. No Direct Shift, lançado pela Toyota em 2019, uma engrenagem faz a primeira marcha, o que minimiza a "letargia" nas arrancadas (a partir daí, a parte continuamente variável da transmissão é conectada por embreagens magnéticas, mas o motorista não chega perceber a transição).
Mais recentemente, a Honda lançou o e-CVT (de electric-Continuously Variable Transmission), no qual dois motores elétricos instalados no interior da transmissão simulam trocas de marchas e aproveitam a energia que seria perdida no câmbio durante sua conversão em eletricidade — uma parte dela vai para o motor gerador e a outra parte, para a bateria de íons de lítio.
Dirigir um carro com câmbio CVT é praticamente igual a dirigir um modelo com transmissão automática ou automatizada. O sistema também dispensa o pedal de embreagem, e a alavanca seletora apresenta as mesmas funções: P (de Park), D (de Drive), N (de Neutro), R (de Ré) e, às vezes, comandos como L (de Low) ou S (de Sport). Em alguns modelos, as montadoras programam a transmissão para "tornar as trocas de marcha perceptíveis" para o motorista, de modo a tornar a experiência de condução tão prazerosa quanto a de um carro com transmissão automática convencional ou automatizada de dupla embreagem.
Como se viu ao longo desta sequência, cada tecnologia tem suas vantagens e desvantagens. Dizer que uma opção é melhor ou pior do que as demais seria leviano, na medida em que melhor e pior são conceitos relativos, que variam conforme as necessidades, preferências e possibilidades de cada um. No que concerne a veículos 0km, a transmissão automatizada deixou de ser uma opção, já que o último modelo fabricado e vendido com esse tipo de transmissão foi o Fiat Cronos.
De modo geral, o maior problema dos câmbios automatizados de embreagem única são os trancos durante a troca de marchas. Se comparados com os câmbios automáticos, os componentes dos automatizados são menos duráveis — sobretudo a embreagem, que exige substituições mais frequentes, e nos modelos de dupla embreagem a manutenção pode custar mais caro, já que seu sistema é mais complexo.
Problemas recorrentes com a transmissão robotizada Easytronic da Meriva levaram muitos proprietários (taxistas, em sua maioria) a substituí-la pelo câmbio mecânico. Eu mesmo tive uma em 2008, que deixou de acionar a embreagem com cerca de 6 mil quilômetros rodados, mas a concessionária reprogramou o sistema e não houve mais problemas, pelo menos até eu vender o carro — que eu troquei um ano depois por um Citroën C3 automático, que troquei dali a dois anos por um Chevrolet Cruze, também automático; ambos me deram outros problemas, mas nada relacionado com a transmissão.
Já meu Ford New Fiesta PowerShift me aporrinhou desde zero com um barulho incomodativo em baixa velocidade, sobretudo quando trafegava por ruas de piso irregular. Em contato com a Ford, fui informado de que não se tratava de um defeito, mas de uma "característica do produto". Com menos de 10 mil quilômetros rodados, o "produto" não trocava mais as marchas. O consultor técnico disse que era um "problema comum" do PowerShift, e que seria sanado com a substituição do "robô" e do conjunto de embreagem sem ônus, pois o carro ainda estava na garantia. E assim foi feito.
Dali a pouco mais de dois anos — quando a garantia já havia terminado — os famosos trancos trincaram a caixa de câmbio. Como o problema aconteceu no primeiro ano da pandemia de Covid, o carro ficou um mês na concessionária (a caixa era importada e não havia nenhuma em estoque em nenhuma concessionária Ford do país). O conserto foi orçado em R$ 14 mil, mas eu consegui reduzir para R$ 5 mil. Depois que acionei o Procon, fui devidamente reembolsado, mas paguei do bolso 3 das 4 semanas de carro reserva (meu seguro bancou somente os primeiros 7 dias).
Continua...