Dias atrás, a explosão de um celular num elevador, que aconteceu em outubro de 2021, viralizou nas redes sociais como se ainda fosse possível sentir o cheiro da fumaça. Requentar notícias velhas e servi-las como novas não é novidade, e o "vale a pena ver de novo" foi largamente explorado por âncoras de programas de TV que são incapazes de encontrar o próprio rabo usando as mãos e uma lanterna.
Todo fato tem pelo menos três versões: a minha, a sua e a verdadeira. Maduro está podre, mas ainda não caiu do galho. A despeito de todas as pesquisas indicarem que Edmundo González Urrutia o venceria com 64% dos votos, Elvis Amoroso, chefe do Conselho Nacional Eleitoral e aliado de Maduro, anunciou a vitória do tiranete de merda (por 51,2% a 44,2%) quando 80% dos votos haviam sido apurados. Maduro se reelegeu, mas daí a ter sido reeleito vai uma boa distância. Segundo Maria Corina, líder da oposição, Urrutia obteve 70% dos votos.
Gabriel Boric disse que o Chile não reconhecerá nenhum resultado "que não seja verificável" e Javier Milei, que a Argentina não vai reconhecer "outra fraude" (em resposta, Maduro chamou o argentino de "bicho covarde", "traidor da pátria" e "fascista e nazista"). Gonzalez-Olaecha declarou que o Peru não aceitará "a violação da vontade popular do povo venezuelano", e o ministro das Relações Exteriores da Colômbia pediu a contagem total dos votos e uma auditoria independente.
No discurso em rede nacional em que teceu elogios rasgados a seu terceiro mandato, o Sun Tzu de Atibaia não deu um pio sobre a "vitória" do déspota. O governo brasileiro afirmou que aguarda a divulgação dos dados e evitou reconhecer a vitória de Nicolás Maduro na eleição. Em nota, o Itamaraty destacou a importância de uma 'verificação imparcial dos resultados' e emitiu um alerta de segurança aos brasileiros na Venezuela, diante dos 'recentes acontecimentos' no país.
Nas redes, adversários usam fotos e vídeos para criticar a proximidade entre Lula e Maduro. Segundo o assessor especial Celso Amorim, a votação transcorreu "com tranquilidade e sem incidentes", apesar das denúncias de que o CNE paralisou a transmissão de dados de diversos centros de votação, das testemunhas que foram impedidas de obter os boletins de urna que certificam os votos em cada centro, dos episódios de violência nas cidade de San Antonio del Táchira e Guásimos e das suspeitas de que um jovem tenha sido assassinado por disparos de um coletivo chavista.
Antes do resultado ser anunciado, a vantagem de González sobre Maduro era de 20 a 35 pontos percentuais, mas nenhuma dessas pesquisas pôde ser divulgada dentro da Venezuela. Minutos após a divulgação do resultado, Maduro disse em discurso a apoiadores que sua reeleição foi o "triunfo da paz e da estabilidade".
Então tá. E eu sou o coelhinho da Páscoa.
A alta densidade energética das baterias de íon-lítio torna-as potencialmente inflamáveis, e defeitos de fabricação, impactos e perfurações podem danificar as camadas internas de proteção e causar curtos-circuitos, incêndios e até explosões. No entanto, num universos de quase 8 bilhões de aparelhos, apenas 130 casos (0.0000017333%) foram documentados entre 2022 e 2023, e a maioria resultou de defeitos de fabricação — como os que ensejaram a explosão de várias unidades do Samsung Galaxy Note 7 em 2016.
Embora seja um dos maiores responsáveis pela venda de ventiladores e condicionadores de ar, o calor não anda de mãos dadas com a tecnologia. No interior de um veículo estacionado sob o sol num dia de muito calor, a temperatura pode ultrapassar 60°C. Isso é calor suficiente para acelerar a degradação química das baterias de íon de lítio (ou polímero de lítio, no caso do iPhone) e provocar a explosão de isqueiros descartáveis, mas para um celular pegar fogo ou explodir é preciso que a temperatura suba a 130°C.
Os aparelho modernos integram um sensor térmico que os desliga automaticamente quando a temperatura interna da bateria atinge 50°C, bem como um sistema de segurança que interrompe a passagem de corrente quando a bateria está 100% carregada. No entanto, se nem as baterias originais estão livres de defeitos congênitos, o que dizer dos modelos de reposição genéricos e de carregadores e cabos marca barbante, como os vendidos nos "melhores camelódromos do ramo"?
Como cautela e canja (não confundir com Janja) não fazem mal a ninguém, desligue o celular e remova a capinha antes de colocar o aparelho na carga. Baterias de íon ou polímero de lítio não estão sujeitas ao efeito memória e, portanto, não há benefício algum (antes pelo contrário) em descarregá-las totalmente. A primeira carga não precisa ser de 12 ou 24 horas (até porque o processo é interrompido automaticamente quando o nível de energia chega a 100%). A maioria dos smartphones vem com pelos 40% de carga e desliga automaticamente quando nível fica entre 10% e 5% (para prolongar a vida útil da bateria, os especialistas recomendam manter a carga entre 20% e 80%). Usar o telefone enquanto a bateria está carregado não causa danos, mas, mal comparando, é como abrir a torneira para encher a pia sem tapar totalmente o ralo.
Plugar o carregador na tomada antes de introduzir o conector USB-C (ou micro-USB) no aparelho ajuda estabilizar a corrente, evitando picos de tensão. Ao final da recarga, recomenda-se remover o plugue USB do carregador, o plugue menor da portinha do telefone e o carregador da tomada, nessa ordem. Evite manter o carregador permanentemente conectado à tomada — o consumo em stand-by é insignificante, mas somado ao do relógio do micro-ondas, do modem, do roteador, dos decodificadores da TV por assinatura e dos televisores... enfim, faça as contas.
A tensão elétrica das nossas tomadas (corrente alternada) pode ser de 110V, 115V, 115~127V ou 220V, e os celulares operam com corrente contínua de 3,7V a 5V. A conversão da alta tensão fornecida pela tomada é um compromisso conjunto do carregador e de um chip que regula a quantidade de energia que a bateria pode receber. A potência dos carregadores convencionais varia de 5W a 10W, mas a dos carregadores rápidos chega a ser 8 vezes superior. Para descobrir a potência do carregador (que, por alguma razão, os fabricantes não informam), multiplique a voltagem pela amperagem (exemplo: um carregador de 9V e 1,67 mAh tem potência nominal de 15 Wh).
Observação: O miliampere/hora (submúltiplo do ampere/hora) corresponde à quantidade de carga elétrica transferida por uma corrente estável de 0,001 ampere durante uma hora. Não se trata da "potência" da bateria, que é expressa em Wh, mas de sua capacidade de fornecer energia (autonomia).
O Boatos.org, que vem desmentindo notícias e correntes falsas no Brasil desde 2013, aponta que a maioria dos rumores relacionando carregadores de celular a ferimentos e mortes são "fake news". Mas explosões envolvendo baterias de íon de lítio, em 2016, ensejaram um recall mundial do Galaxy Note 7. No ano seguinte, a Samsung divulgou que o problema decorreu de falhas no isolamento de componentes fabricados por dois fornecedores.
Recarregue o celular em local aberto, ventilado e livre de umidade, e não manuseie o carregador com as mãos molhadas. Evite enrolar ou dobrar o cabinho do carregador — ele estiver danificado, compre um novo (fita isolante não resolve). Volto a lembrar que reiniciar o sistema operacional de tempos em tempos é fundamental para a saúde de qualquer dispositivo computacional — e o que são os smartphones senão microcomputadores ultraportáteis? —, pois esvazia a RAM, corrige erros de software e muito mais.
Num mundo permanentemente conectado, uma breve pausa pode ser um respiro não só para os aparelhos, mas também para nossa mente. Então, por que não unir o útil ao agradável e aproveitar essa horinha de trégua para relaxar, tomar um café ou levar o cachorro para passear?