PIORAR PARA DEPOIS MELHORAR
É MELHOR DO QUE PIORAR PARA DEPOIS FICAR AINDA PIOR.
Ao contrário das antigas baterias à base de Níquel Cádmio e de Hidreto Metálico de Níquel, os modelos usados atualmente não estão
sujeitos ao famigerado efeito memória (*), e por isso podem ser recarregados a
qualquer momento, a critério do usuário, certo?
Numa única palavra, a resposta é sim, mas o assunto é controverso. A rigor, não existe unanimidade
nem mesmo quanto à melhor tecnologia
─ note que concorrentes icônicos como o Galaxy
e o iPhone usam baterias à base de Íon de Lítio e de Polímero de Lítio, respectivamente. No entanto, quando já se buscam
alternativas comercialmente viáveis
para aumentar a autonomia cada vez menor dos nossos gadgets (mais detalhes na postagem da última quinta-feira),
surpreende o fato de alguns fabricantes continuarem recomendando a execução de descargas e recargas completas em
intervalos regulares (note que tampouco existe consenso em relação a essa
periodicidade).
Observação: Tanto o Li-Ion
quanto o Li-Po têm como base o Lítio, que, dentre os metais
conhecidos, é o mais leve e o que apresenta melhor potencial eletroquímico e relação peso/capacidade energética. As baterias de íon de lítio são mais baratas que as de polímero de lítio, mas estas últimas oferecem
reserva de carga igual ou superior
com peso e dimensões menores,
conquanto suportem menos ciclos de carga
─ nada é perfeito, afinal de contas.
Fato é que essas baterias integram um pequeno chip controlador, destinado a gerenciar
sua capacidade de carga, e que, caso as recargas sejam feitas quando ainda existe
energia remanescente, o percentual correspondente acaba deixando de ser "enxergado"
pelo controlador, o que dá ao usuário a impressão de que a autonomia do
aparelho diminuiu. Então, para tirar a cisma, alguns especialistas sugerem recalibrar o controlador, o que
consiste basicamente em usar o aparelho
até que ele seja desligado automaticamente, e em seguida recarregar totalmente
a bateria.
Se o medidor que fica na Área de Notificação do sistema deixar de exibir corretamente o
nível de carregamento da bateria, você pode recalibrar o respectivo leitor da
maneira sugerida no parágrafo anterior, mas para isso você terá de modificar os parâmetros do gerenciamento de
energia do Windows para permitir que a bateria seja totalmente
descarregada. Em vista disso, e considerando que o processo leva algumas horas
para ser concluído, sugiro levá-lo a efeito quando você não tiver nenhum
trabalho pendente que exija o uso do computador. Satisfeito esse pressuposto, basta
fazer o seguinte:
·
Desligue o computador.
·
Conecte o adaptador AC (carregador) e
aguarde o aviso de que a recarga foi concluída (geralmente um led indicativo
acende ou muda de cor; consulte o manual do seu aparelho).
·
Pressione o botão Power (liga/desliga) para
inicializar o computador.
·
Pressione a tecla F8 repetidamente para
acessar as opções de inicialização avançadas.
·
Quando o menu em questão for exibido na
tela, use as setas de teclado para selecionar a opção que inicia o computador
no MODO DE SEGURANÇA e pressione Enter.
·
Desconecte o adaptador da tomada e deixe a
bateria descarregar completamente (quando o nível de carga chegar ao mínimo
estabelecido pelo fabricante, o computador será desligado automaticamente).
·
Reconecte o adaptador, aguarde o sinal
indicativo de carga completa e então torne a ligar o computador, que já poderá
ser usado normalmente.
Ao cabo desse processo, a bateria estará calibrada e a
leitura do nível de carga deverá ser precisa. Amanhã veremos como recalibrar a
bateria de um smartphone com sistema
operacional Android. Abraços a todos
e até lá.
(*) Chamamos "efeito memória" à
redução da capacidade de armazenamento que as baterias de níquel-cádmio e hidreto
metálico de níquel costumavam apresentar quando eram recarregadas antes de serem totalmente esgotadas.