sábado, 24 de agosto de 2024

SEGURO MORREU DE VELHO (CONCLUSÃO)

OS SÁBIOS FALAM PORQUE TÊM ALGO A DIZER E OS TOLOS, PORQUE PRECISAM DIZER ALGO.

Stalkerware é o nome que se dá a softwares espiões que monitoram a localização dos dispositivos em tempo real e bisbilhotam as atividades das vítimas — de conversas telefônicas e mensagens a perfis de mídia social, fotos e histórico do navegador. Já o spouseware (spouse = cônjuge) é basicamente a mesma coisa, mas ganha esse nome quando é usado por casais para espionar/monitorar os(as) parceiros(as) sem o conhecimento deles. 

Segundo um pesquisa feita pela Kaspersky, 1 em cada 4 brasileiros já foi ou está sendo vítima de algum tipo de monitoramento abusivo por meio da tecnologia, e menos de 30% das vitimas já ouviram falar em stalkerware e spousewareMais da metade dos entrevistados stalkeados disseram que foram espionados pelo celular, 36% por equipamentos específicos, 24% por spywares instalados no computador, 14% pela webcam, 12% por dispositivos para casa inteligente e 13% não souberam explicar como a perseguição ocorreu. 

ObservaçãoCerca de 60% dos entrevistados disseram que compartilham com parceiros e/ou familiares a senha de desbloqueio do celular e dados de login em serviços como iCloud, OneDrive, Google Account e outros que não só armazenam fotos e dados pessoais como têm recursos de localização geográfica.

Vale destacar que o monitoramento não caracteriza assedio ou perseguição quando a pessoa monitorada tem conhecimento e concorda em abrir mão a privacidade em prol da segurança. Mas chama a atenção o fato de a maioria dos entrevistados estar ciente de que a geolocalização do aparelho é passível de rastreamento e não saber que o recurso pode ser usado por terceiros à sua revelia. 


CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA

Numa República, todos são iguais aos olhos do Estado. Ou deveriam ser. O rateio do Orçamento federal brasileiro segue a lógica de Pasárgada, onde a amizade vale mais do que a cidadania: num instante em que Lula acusa o Congresso de "sequestrar" verbas do governo por meio de emendas opacas e impositivas, descobre-se que o Planalto também envia suas remessas Pix para meia dúzia de prefeituras as. Coisa de R$ 1,4 bilhão em um ano e meio.
Desde que Manuel Bandeira revelou o desejo de ir-se embora para a fictícia Pasárgada, onde ele era amigo do Rei, o apreço do soberano nunca foi tão ansiado. A amizade real virou um refrão nacional de cunho pecuniário. Para alguns, ser amigo do Rei significa dar o passo mágico com o qual os que estão fora passam para dentro do cofre do Tesouro — como ocorreu com os gestores petistas de Araraquara, Mauá, Diadema e Hortolândia, em São Paulo, e Cabo Frio e Belford Roxo, no Rio de Janeiro.
As seis cidades privilegiadas abrigam apenas 0,86% da população brasileira e estão a léguas de distância dos piores índices de desenvolvimento do país. E enquanto municípios com indicadores sociais bem mais precários tropeçam na burocracia, os amigos do Rei têm acesso à garagem, sobem pelo elevador privativo e entram no gabinete presidencial sem bater, levados pela mão por Marcola (falo de Marco Aurélio Santana Ribeiro, chefe de Gabinete de Lula, não de Marcos Camacho, líder do PCC).
Ao beneficiar os amigos, Lula perde o nexo na guerra que trava com o Congresso para reaver parte dos R$ 50 bilhões distribuídos anualmente aos municípios mediante emendas parlamentares. Numa República em que a Presidência é a Pasárgada de alguns, dependendo do desfecho da controvérsia orçamentária mediada pelo Supremo Tribunal Federal, quem assegurar o apreço do Rei pode até dispensar os outros atrativos da terra sonhada do poeta — ginástica, bicicleta, burro brabo, pau-de-sebo, banho de mar, beira de rio e amor desejado na cama escolhida. 
Tudo isso ficaria irrisório diante do acesso privilegiado à maçaneta do gabinete do Rei e, sobretudo, à chave do cofre.

 

Em muitos casos, o próprio usuário instala o spyware ao clicar inadvertidamente num link malicioso ou baixar um app infectado, mas um cônjuge ciumento ou uma mãe "zelosa" também podem se aproveitar de um descuido do(a) parceiro(a) ou o(a) filho(a) para fazer o servicinho sujo. A maioria dos apps espiões disponíveis para download na Internet costuma se disfarçar de joguinhos, blocos de notas ou outros programinhas aparentemente inofensivos e oferecer menos recursos do que as versões comercializadas por empresas, cuja instalação requer acesso físico e desbloqueio do aparelho. 

Programinhas espiões rodam nos bastidores e são difíceis de identificar, mas o aquecimento anormal do aparelho, a diminuição da autonomia da bateria, o aumento do consumo de dados do plano de Internet e reconfigurações feitas à revelia do usuário são sinais de infecção. Na dúvida, evite usar dispositivo enquanto o inimigo não for encontrado e neutralizado. 

Se uma ferramenta antimalware não der conta do recado, tente localizar e eliminar o suspeito através da lista de apps instalados — mas não remova nada sem antes fazer uma busca no Google, sob pena de excluir apps legítimos ou componentes do sistema operacional). Se nem assim for possível resolver o problema, parta para o tratamento de choque, ou seja, reverta o dispositivo à configuração de fábrica. 
 
Por último, mas não menos importante: mantenha o sistema e os apps atualizados, habilite a autenticação de dois fatores em todas as contas, use a biometria para desbloquear a tela, só baixe aplicativos da Apple Store, Google App Store, da loja oficial do fabricante do celular e de outras fontes confiáveis, j
amais deixe seu telefone dando sopa e não tire os olhos dele se emprestá-lo a um desconhecido. 

Como diz o ditado, "em rio que tem piranha, jacaré nada de costas".