segunda-feira, 7 de abril de 2025

DE VOLTA ÀS VIAGENS NO TEMPO — 14ª PARTE

A CIÊNCIA É MUITO MAIS QUE UM CORPO DE CONHECIMENTOS. É UMA MANEIRA DE PENSAR.

Em um Universo infinito, a existência de clones não é apenas uma possibilidade, mas uma imposição matemática. Tudo o que existe é formado por partículas elementares que se combinam de maneiras diversas, criando desde uma massa amorfa de moléculas até seres vivos. 


O que entendemos por realidade é apenas uma "imagem" escolhida pelo Universo para o imenso número de partículas que o compõem, e um universo infinito com um número finito de combinações possíveis de partículas enseja a existência de "universos-espelho", com galáxias, planetas e até cópias de nós mesmos.


CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA


Em 2022, ao conceder a Lula um inusitado terceiro mandato, a maioria apertada do eleitorado pensou ter livrado o país de uma urucubaca. Hoje, segundo a Quaest, seis em cada dez brasileiros acham o que o macróbio não deve se candidatar em 2026 e 55% dizem que não votariam nele de jeito nenhum. Se o petista ainda se mantém à frente de hipotéticos adversários, é porque Bolsonaro, mesmo tendo estrelado uma Presidência tóxica e tramado um golpe que deve mandá-lo para a cadeia, se recusa a desocupar a moita. O empate técnico do mito do pau oco com seu principal adversário nas pesquisas mostra que o problema do projeto eleitoral da esquerda é o próprio candidato. 

Convencido de que sua impopularidade se deve à falta de comunicação — o brasileiro deveria se ajoelhar no milho e pedir perdão por não valorizar o museu de novidades em que se converteu seu terceiro mandato — Lula entregou o comando da SECOM ao marqueteiro Sidônio Pereira. Ainda segundo a Quaest, metade dos brasileiros avaliam que suas aparições só pioram as coisas, 56% dizem que o Brasil está na contramão, 71% se queixam do descumprimento de promessas e 81% sustentam que o ele deveria fazer um governo diferente. Como se vê, de nada adianta trocar a roda da carroça se o problema é o burro.


Como uma grande quantidade de matéria gera uma força gravitacional igualmente imensa, capaz de curvar o próprio Universo, estamos, na prática, vivendo na superfície de uma gigantesca "bexiga" tridimensional. Porém, assim como uma formiga, ao caminhar sobre a superfície de uma esfera, só pode se mover para adiante, para trás ou lateralmente, nós estamos "presos" a uma superfície tridimensional inserida em uma esfera 4D, e viajar em linha reta inevitavelmente leva de volta ao ponto de partida — como no jogo Pac-Man, onde o personagem sai por um lado da tela e reaparece no outro, em um movimento contínuo.

 
Se a energia escura produz o efeito oposto ao da massa, uma imensa quantidade dessa energia esticaria o Universo, e essa curvatura negativa lhe daria o formato de uma batata Pringles quadridimensional (embora difícil de imaginar, o conceito é válido para os matemáticos). Por outro lado, se considerarmos que a quantidade de massa e de energia escura são equivalentes, uma anula a outra, resultando em um Universo plano, como uma folha de papel. 
 
Num Universo plano, infinito e ilimitado, uma viagem em linha reta não terminaria no ponto onde começou, mas numa borda cósmica além da qual não haveria nada, ou, mais provavelmente, em infinitos "universos-espelho", com clones da Terra e habitantes que são cópias de nós mesmos. 
 
Como o Universo vem se expandindo desde o Big Bang — ou melhor, as galáxias estão se afastando umas das outras —, se pudéssemos voltar no tempo, veríamos as galáxias se aproximando até se fundirem, em um Universo cada vez menor, mas ainda assim infinito, produzindo um novo pico de densidade como o que originou o Big Bang.
 
Entretanto, por mais fascinante que a hipótese de um Universo infinito e multiversal possa ser, a  possibilidade de explorar esses "universos-espelho" ou de viajar no tempo esbarra na velocidade da luz, que a física moderna define com limite universal e instransponível. Sem a ajuda da dilatação temporal, usar um buraco de minhoca como atalho para alcançar pontos remotos do cosmos se torna impossível. Afinal, a expansão do Universo pode ser ilimitada, mas nossas viagens através dele — no tempo ou no espaço — estão condenadas a seguir as regras impostas pela imutabilidade dessa velocidade.
 
Mas não há nada como o tempo para passar, e como disse Arthur C. Clarke, "a única maneira de descobrir os limites do possível é ir além deles, rumo ao impossível".