Diversas teorias amplamente aceitas preveem a existência de fenômenos impossíveis de serem observados diretamente. A Relatividade Geral, por exemplo, previu a existência dos buracos negros décadas antes de eles serem avistados de fotografados, e descreveu matematicamente seu interior, embora nenhum buraco negro tenha sido acessado diretamente.
CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA
Condenado em 2023 a oito anos e 10 meses de cana, Collor finalmente foi preso última sexta-feira. Visando converter o regime fechado em prisão domiciliar, sua defesa argumentara que, além de ser idoso, o ex-presidente padece de diversas comorbidades que exigem cuidados contínuos e acompanhamento médico especializado.
Não foi essa a impressão deixada pelo Rei Sol durante a audiência de custódia. Interrogado por videoconferência pelo juiz Rafael Henrique, da equipe de Alexandre de Moraes, ele demonstrou estar bem-disposto e chegou a exibir um leve sorriso. Ao ser questionado se tinha alguma doença ou fazia uso de medicação contínua, foi curto e grosso: "Não". Indagado se havia passado por exame de corpo de delito, relatou que uma enfermeira aferiu sua pressão e auscultou seu coração. "Se isso é corpo de delito, então foi feito", concluiu.
Moraes atendeu ao pedido do réu e o enviou para uma hospedaria "especial" do presídio alagoano de Baldomero Cavalcanti de Oliveira, e determinou que a instituição informasse no prazo de 24 se dispõe de estrutura para garantir que o detento continue vendendo saúde.
Talvez conviesse à defesa adicionar a amnésia em nova petição ao Supremo: somente um surto de falta de memória levaria um paciente de Parkinson, apneia grave e transtorno bipolar a dizer que não toma remédios.
A Teoria do Multiverso não é uma teoria isolada, mas uma consequência de abordagens como a Inflação Eterna e a Mecânica Quântica. Cientistas renomados — incluindo o saudoso Stephen Hawking — sustentam que os universos paralelos são plausíveis, e Max Tegmark foi além, classificando-os em quatro níveis.
O Multiverso de Nível 1 corresponde à porção do cosmos que ainda não conseguimos avistar porque os últimos 13,8 bilhões de anos foram insuficientes para que sua luz chegasse até nós. Se o universo é infinito, é razoável supor que existam incontáveis regiões idênticas à nossa, além da Esfera de Hubble, que se estende para todos os lados por 49 bilhões de anos-luz.
A ideia de que tudo que está além desse limite pode ser considerado outro universo se torna ainda mais intrigante quando pensamos que, embora o universo possa ser infinito, as formas de organizar suas partículas são finitas. Assim, se viajássemos indefinidamente em linha reta, acabaríamos encontrando uma galáxia idêntica à Via Láctea, com um planeta igual à Terra e cópias exatas de cada um de nós. A existência desses clones não é apenas uma possibilidade, mas uma previsão matemática.
O que chamamos de "realidade" é apenas a forma como cosmos organiza suas partículas em um dado momento. Esse princípio lembra o famoso teorema do macaco infinito: em um universo com combinações finitas de partículas, um número infinito de possibilidades inevitavelmente gera "universos-espelho". Como o Multiverso de Nível 1 segue as mesmas leis físicas e constantes cosmológicas do nosso Universo, ele poderia, pelo menos em tese, ser explorado quando (e se) nossa tecnologia assim o permitir.
O Multiverso de Nível 2 se baseia na Inflação Cósmica, um desdobramento da Inflação Eterna. Segundo Tegmark, a energia usada para expandir uma região em estado de inflação cria massa suficiente para que essa região continue crescendo sem perder densidade. Como esse processo é autossustentável, ele pode gerar universos inteiros a partir de quase nada. Isso significa que um espaço finito poderia abrigar inúmeros espaços infinitos.
Em resumo, o Multiverso de Nível 2 consiste em vários universos incomunicáveis, cada um infinito em si mesmo. Ainda que sua existência não possa ser provada experimentalmente, a teoria que o sustenta é parte do "pacote" da Inflação Eterna, e aceitar um implica aceitar o outro.
Continua...