NÃO ESTÁ MORTO O QUE PODE EM ETERNO JAZER; EM ESTRANHOS ÉONS, ATÉ A MORTE PODE MORRER.
A construção de uma base lunar facilitaria a exploração de Marte e outros planetas do Sistema Solar: como a gravidade é aproximadamente um sexto da terrestre, o lançamento de espaçonaves exigiria menos energia (ou seja, menos combustível), mas haveria problemas significativos, como os altos níveis de radiação e outros efeitos ambientais adversos a que os astronautas estariam sujeitos durante sua permanência na Lua.
Em Marte, a atmosfera é rarefeita, empoeirada e composta basicamente por dióxido de carbono. As tempestades de poeira duram meses e a temperatura média na superfície do planeta é de -63°C. A baixa gravidade (38% da terrestre) permite saltos mais altos e movimentos ágeis, mas o traje de 130kg dificulta a locomoção. A perda de densidade óssea é semelhante à que ocorre em ambientes de microgravidade, e os astronautas precisarão contar com suprimentos e medicamentos suficientes para a estada no planeta, sem falar que a viagem de volta terá de ser planejada meticulosamente.
CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA
Algumas páginas da história não devem ser viradas, mas arrancadas. Lula foi preso em 2018, mas voltou ao Planalto graças à desastrosa passagem de Bolsonaro.
Inelegível até 2030 e provavelmente condenado antes do final do ano pelos crimes de tentativa de golpe e organização criminosa, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado contra o patrimônio público e deterioração de patrimônio tombado, Bolsonaro insiste em sua falaciosa candidatura em 2026, e direita demorar a escolheu quem o substituirá .
O governador Tarcísio de Freitas já deu nome aos bois: PL, PP, União Brasil, PSD, Republicanos e Podemos formarão uma frente anti-Lula. Sua fala agradou o centrão, mas irritou Bolsonaro — como se a criatura cantasse Raul Seixas ao criador: "Sou a mosca que pousou na sua sopa".
Ciro Nogueira amenizou: "O Brasil pode chamar Tarcísio de presidente em breve, agora ou em 2030", e o ex-presidiário do mensalão e dono do PL, Valdemar Costa Neto, cravou: "Bolsonaro é quem vai decidir o candidato. Ele é o dono dos votos."
No fim, a mosca e a sopa são a mesma coisa: Tarcísio parece boiar no caldo bolsonarista, mas está afogado nele. Se quiser avançar, terá que afinar com Bolsonaro — e prometer o indulto.
Triste Brasil.
É importante não confundir baixa gravidade com microgravidade. A Estação Espacial Internacional (ISS), que orbita a Terra a cerca de 400 km de altitude e 28 mil km/h, está num estado de "queda livre contínua", pois sua velocidade tangencial lhe permite manter essa trajetória sem jamais atingir o solo. Como os astronautas e todos os objetos dentro da estação "caem juntos", a microgravidade causa a impressão de que eles estão flutuando.
O limite entre a atmosfera terrestre e o espaço sideral é chamado de Linha de Kármán e "fica" a 100 km acima do nível do mar. A partir dessa altitude, a atmosfera se torna tão rarefeita que qualquer aeronave comum perderia a sustentação — daí as naves espaciais não terem nenhum tipo de asa —, mas não se trata de limite físico absoluto, até porque a atmosfera terrestre não "termina" abruptamente aos 100 km: a ISS orbita a Terra a 400 km de altitude, mas ainda dentro da termosfera, onde há traços de atmosfera suficientes para causar algum arrasto.
O fogo também se comporta de maneira diferente num ambiente de microgravidade: as chamas assumem um formato esférico e a combustão ocorre de maneira mais lenta e uniforme, podendo inclusive persistir de forma "silenciosa", sem labaredas visíveis. Como o calor e fumaça se distribuem todas as direções, fica difícil detectar e debelar um eventual incêndio — em 1997, os tripulantes do módulo Mir levaram cerca de 15 minutos para um incêndio causado por um vazamento numa válvula de oxigênio.
Num passado distante, Marte apresentou condições ambientais semelhantes às terrestres, com rios de água líquida e clima "habitável", com uma atmosfera densa o bastante para proteger a superfície do planeta da radiação solar, mas seu campo magnético enfraqueceu e atmosfera esvaneceu — daí os cientistas estudarem o passado marciano para entender o que pode ocorrer com a Terra no futuro.
Voltando ao ponto central desta postagem, problemas causados pela exposição à microgravidade e à radiação cósmica galáctica (GCR) forma detectados pela primeira vez no final dos anos 1960, durante o projeto Apollo. Atualmente, os cientistas buscam entender melhor os efeitos que viagens longas e missões com anos de duração podem causar nos rins e em outros órgãos viscerais — além da perda de massa óssea, enfraquecimento do coração e da visão, alguns astronautas apresentaram aumento generalizado de cálculos renais decorrentes da exposição aos ventos solares e à GCR proveniente do espaço profundo.
Para que as missões espaciais sejam relativamente seguras, os cientistas precisam compreender como o sistema imunológico dos astronautas é afetado. Uma equipe de pesquisadores de mais de 40 instituições em cinco continentes analisou dados fisiológicos, anatômicos e bimoleculares de missões na órbita baixa da Terra realizadas por humanos e roedores na ISS, e os camundongos submetidos a doses de GCR equivalentes a expedições a Marte durante 1,5 e 2,5 anos revelaram mudanças nos dados genéticos relacionados aos linfócitos T — responsáveis por funções imunológicas —, que podem resultar em doenças autoimunes e infecções que persistiram mesmo depois que cobaias voltam à gravidade normal.
Continua...