sexta-feira, 22 de agosto de 2025

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL — ENTRE MITOS E REALIDADES

HÁ MAIS RIQUEZA NOS LIVROS DO QUE NA ARCA QUE LONG JOHN SILVER ENTERROU NA ILHA DO TESOURO. 

 

Troncos caídos, pedras redondas e que tais eram abundantes na natureza, mas transformar a simples observação de que “coisas redondas rolam” em algo funcional — com eixo, encaixe e aplicação sistemática — foi um salto conceitual gigantesco.


A roda surgiu como tecnologia quando alguém teve a ideia de fazer um furo no centro de um objeto circular, enfiar uma vareta e colocar para rodar. Os barcos a remo só ganharam velas quando alguém pensou em usar grandes rios — como o Nilo — para escoar o excedente da produção agrícola. Já as caravelas, naus e demais embarcações à vela surgiram na “Era das Grandes Navegações” e continuaram em uso até o início dos anos 1800, quando apareceram os primeiros barcos a vapor. O motor a diesel, desenvolvido pelo engenheiro mecânico Rudolf Diesel, só começou a se popularizar no início do século XX. 


Do ponto de vista da tecnologia, o mundo evoluiu mais nos últimos 200 anos do que nos 500 séculos que separam a invenção da roda da Revolução IndustrialA IA despontou nos anos 1950, e as décadas seguintes trouxeram avanços em áreas como processamento de linguagem natural, games e redes neurais artificiais. O advento da Internet impulsionou a computação em nuvem e o deep learning, que hoje estão presentes em setores tão diversos quanto saúde, finanças, transporte e manufatura, mas ainda enfrentam desafios como interpretabilidade, viés algorítmico e questões éticas.

 

Novidades sempre geraram incertezas, e incertezas, insegurança. No tempo das cavernas, tempestades, terremotos, eclipses e outros fenômenos incompreensíveis à luz do conhecimento de então deram origem ao misticismo, que evoluiu para as religiões. Na Idade Média, a Igreja receava que a invenção da Prensa de Gutemberg ameaçaria seu controle sobre o "rebanho". No século XVIII, os Luditas destruíram fábricas e queimaram teares mecanizados, mas, no fim das contas, o aumento da produtividade gerou novos empregos e melhorou a qualidade de vida. 


Pessoas esclarecidas não só se adaptam às novas tecnologias como percebem os benefícios que elas proporcionam, ao passo que as ignorantes… A ignorância a mãe de todos os males, e a estupidez humana, infinita como o Universo. Prova disso é que, em pleno século XXI, ainda há quem acredite que os chatbots dominarão o mundo e escravizarão a humanidade.

 

Filmes como 2001: Uma Odisseia no EspaçoExterminador do Futuro e Superinteligência não são profecias, mas obras de ficção científica. Hollywood não é o Oráculo de Delfos, assim como textos bíblicos não são relatos jornalísticos baseados em evidências empíricas. É preciso desmistificar mitos, destacar os benefícios potenciais da IA e garantir que ela seja usada de forma responsável. Entusiasmo exagerado e temores infundados devem ser evitados — embora a linha entre ficção científica e planejamento responsável seja, às vezes, mais tênue do que aparenta.

 

Seguindo as pegadas da OpenAI, criadora do ChatGPT, gigantes como Microsoft e Google desenvolveram suas próprias inteligências artificiais. A Meta lançou a sua no final de 2023 e a incorporou ao WhatsApp, Facebook e Instagram. Embora a ferramenta ofereça desde sugestões para o jantar até respostas para questões científicas complexas — além de criar conteúdo visual —, a novidade dividiu os usuários.

 

A empresa admite coletar dados para aprimorar sua IA, mas garante estar em conformidade com a LGPD. Afirma também que o WhatsApp e o Messenger contam com criptografia de ponta a ponta em todas as formas de comunicação, e que o treinamento do modelo se restringe às informações coletadas durante interações com o chatbot.

 

Observação: A mim me causa espécie ver pessoas escancararem a própria intimidade nas redes sociais e, ao mesmo tempo, se dizerem incomodadas por não haver como desativar a MetaAI no WhatsApp — até porque basta manter pressionada a conversa por alguns segundos e tocar no ícone de lixeira (ou tocar na seta para baixo para arquivar).

 

Mas deixemos de lado essas questões “filosóficas” e passemos ao mote desta postagem: a criação de imagens com a ajuda da MetaAI. Tecnicamente, isso é possível graças ao recurso “Imaginar”, que permite gerar ilustrações, artes ou até fotos realistas em poucos segundos, a partir de descrições enviadas por texto. Os resultados podem ser enviados nos chats do WhatsApp e/ou salvos na galeria do celular para uso posterior.

 

Para usar, abra o mensageiro, acesse um chat, toque no ícone de adição (“+”) na parte inferior esquerda da tela e selecione “Imagens de IA”. Para aproveitar imagens pré-disponibilizadas pelo mensageiro, escolha uma categoria, selecione a foto desejada e toque no botão verde (Enviar) no canto direito para enviá-la ao contato.

 

Para criar suas próprias imagens com o recurso “Imaginar”, volte à seção “Imagens de IA”, toque em “Descreva uma imagem”, digite as características desejadas, pressione Enter, escolha o resultado que melhor corresponda ao que você imaginou e toque no botão verde para enviar. Se quiser fazer o download, abra a imagem, toque no ícone de compartilhamento (quadrado com seta para cima) e selecione “Salvar”.

 

Em tempoUma atualização recente do WhatsApp trouxe um recurso destinado a proteger a privacidade dos usuários em chats individuais ou em grupo. Para ativá-lo, abra o chat desejado, toque no nome do contato ou grupo (na parte superior da tela) e acesse a opção Privacidade avançada de conversas. A partir de então, os participantes não poderão exportar conversas, baixar arquivos automaticamente para seus dispositivos nem usar a IA nas mensagens. Segundo a Meta, novas atualizações estão sendo desenvolvidas para aprimorar ainda mais os níveis de proteção.