quinta-feira, 13 de novembro de 2025

UM POUCO DE HISTÓRIA E O MODO CORRETO DE DESINSTALAR APLICATIVOS

QUEM SABE FAZ A HORA, NÃO ESPERA ACONTECER.

Na pré-história da cibernética, os cérebros eletrônicos (como eram chamados os computadores de então) não tinham sistemas operacionais por um motivo muito simples: ainda não existiam sistemas operacionais. Operar aqueles jurássicos mastodontes era um suplício, pois exigia "abastecê-los" manualmente com as informações necessárias a cada tarefa.


CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA


É criminoso o ritmo de toque de caixa adotado pela Câmara na tramitação da proposta sobre o hipotético aperfeiçoamento do combate ao crime organizado. Escolhido como relator do projeto, o deputado Guilherme Derrite, aliado de Tarcísio de Freitas, introduziu alterações no texto original mais ou menos como quem joga merda na parede. Se colar, colou, só que não colou.

Derrite foi anunciado como relator na noite da última sexta-feira. Duas horas depois, apresentou o seu relatório. Cedendo a uma obsessão da direita, equiparou ao terrorismo onze crimes típicos de facções como o PCC e o Comando Vermelho. Numa evidência de que há males que vêm para pior, remou contra a maré da unificação de esforços federativos, privilegiou as polícias estaduais e impôs restrições à atuação da Polícia Federal e do Ministério Público.

Crivado de críticas, Derrite produziu um segundo relatório — que também não colou. Vieram críticas do diretor-geral da PF, do ministro da Justiça, da Associação Nacional dos Procuradores da República e do promotor Lincoln Gakiya, uma das vozes mais respeitadas do país no enfrentamento do crime organizado. Após reuniões com os líderes partidários e com o ministro da Justiça, o presidente da Câmara adiou a votação que ocorreria na última terça-feira, mas não abriu mão de votar o projeto ainda esta semana. Vem aí o terceiro relatório de Derrite, preservando as prerrogativas da Polícia Federal e do Ministério Público.

O Brasil teve pelo menos dez planos de segurança pública nas últimas duas décadas. Os resultados foram pífios para o Estado, mas exuberantes para o crime, que se tornou ainda mais organizado. Nessa matéria, a pressa mais atrasa do que adianta. Um bom começo seria uma autocrítica coletiva. Algo que evitasse a confusão entre a celeridade necessária e o açodamento indesejável.


Um sistema computacional é formado por dois subsistemas distintos, mas interdependentes: o hardware, que é o conjunto de componentes "físicos" (gabinete, teclado, monitor, placa-mãe, placas de expansão, memórias etc.), e o software, que corresponde à parte lógica (sistema operacional, aplicativos, drivers de dispositivos, BIOS, etc.). Antigamente, usuários iniciantes ouviam dos mais experientes que o hardware era "tudo que se podia chutar", e o software, "o que só dava para xingar".

 

Atualmente, qualquer computador — seja de grande porte, de mesa, portátil ou ultraportátil — é controlado por um "software-mãe" conhecido como sistema operacional, sem o qual a máquina seria como um corpo sem vida. Os vetustos mainframes dos anos 1950/60 operavam com dois tipos de linguagem: a linguagem de máquina, a partir do qual toda a programação era feita, e a lógica digital, a partir da qual os programas eram efetivamente executados. Até que, um belo dia, alguém teve a ideia de criar um "interpretador" — software que lê código-fonte a partir de uma linguagem de programação interpretada e o converte em código executável.

 

Observação: Os compiladores, que traduzem o código-fonte inteiro da execução, foram particularmente importantes para a eficiência computacional da época, pois permitiram que o hardware passasse a executar somente um conjunto de microinstruções. Com isso, a quantidade de circuitos e, consequentemente, o tamanho dos aparelhos diminuiu, e o trabalho dos operadores/programadores ficou menos penoso.

 

Dentre outras funções essenciais ao funcionamento do computador, cabe ao sistema operacional gerenciar o hardware, atuar como elemento de ligação entre os componentes físicos e o software, prover a interface usuário/máquina, servir de base para a execução dos aplicativos e por aí afora. Por outro lado, em que pese sua relevância, ele é um programa como outro qualquer, e por mais "eclético" que seja, não é capaz de suprir todas as necessidades do usuário nas tarefas do dia a dia. Isso nos leva aos aplicativos — como são chamados os programas destinados à execução de tarefas específicas.

 

No âmbito da informática, um "programa" é um conjunto de instruções em linguagem de máquina que descreve uma tarefa a ser realizada pelo computador; "instrução" é cada operação executada pelo processador — que pode ser qualquer representação de um elemento num programa executável, tal como um bytecode —; e "conjunto de instruções", a representação do código de máquina em mnemônicos

 

Se um computador sem sistema operacional é como um corpo sem vida, um sistema sem aplicativos é um ser vivo sem alma — ou quase isso, já que diversos recursos introduzidos nas novas versões do Windows, macOS, Android, iOS e das distros Linux tornaram os sistemas capazes de realizar várias tarefas que até então dependiam de apps de terceiros.

 

Por falar em aplicativos, a quantidade de programas instalados em nossos dispositivos cresceu tanto que a maioria de nós nem sabe para que servem. É como se cada novo app fosse a solução para um problema que a gente nem sabia que tinha — se é que tinha. A questão é que instalar é fácil; difícil é se livrar do "bloatware" — e é aí que mora o perigo.

 

Continua...