A JUVENTUDE
NÃO É UMA ÉPOCA DA VIDA, MAS SIM UM ESTADO DE ESPÍRITO.
Vimos no
post anterior que o “p” das
nomenclaturas 1080p, 2160p e 4320p remete a uma tecnologia conhecida como “progressive scan” ― ou “varredura progressiva” ―, mediante a qual
as imagens são desenhadas na tela de uma só vez, diferentemente das antigas TVs de tubo, que exibiam as linhas
pares e ímpares separadamente, ainda que numa transição tão rápida que a gente
nem chegava a perceber.
Vale frisar que o “entrelaçamento” não foi aposentado junto com os monitores CRT. TVs modernas, com telas LCD, mas
identificadas pelo número de linhas seguido da letra “i”, de “interlaced”
(como em 1080i) se valem dessa tecnologia e, portanto, exigem imagens menos
nítidas e com bordas mais irregulares do que utilizam a varredura progressiva (identificada, conforme já foi dito, pela
letra “p”, como em 1080p).
Embora ambas sejam resoluções de alta definição, o entrelaçamento faz com que
somente metade dos frames seja
desenhada na tela a cada varredura. Em outras palavras, a imagem é dividida em
dois “quadros”, cada qual com 540 linhas de pixels, que são atualizados de
maneira alternada, ou seja, primeiro as linhas pares e, em seguida, as linhas
ímpares, ficando a cargo do cérebro do usuário o trabalho de unir os dois quadros
e formar a imagem final.
O lado bom
da história é que a maioria dos modelos de alta definição de gerações recentes
são capazes de converter o sinal entrelaçado para o formato progressivo. Ainda
assim, em cenas que envolvem velocidade, como corridas de automóveis e outros
eventos esportivos, é possível visualizar um leve borrão durante a troca de
cenas. Mas como você certamente assiste ao jogo do seu time ou o GP de F1 tomando
uma breja gelada, talvez nem perceba esse detalhe ― a não ser em telas de
grandes dimensões.
Em telas
com menos de 42 polegadas, a maioria das pessoas nem nota diferença entre o 1080i e o 1080p, até porque, como dito, a formulação é tão rápida que a gente
visualiza somente a imagem já pronta, e não as partes se unindo. No entanto, se
a diferença de preço não for absurda, convém investir num modelo 1080p, que é considerado superior por apresentar
maior nitidez na formação das imagens.
Vale
salientar também que TVs Ultra HD
(ou 4K) combinam melhor com
aposentos amplos, até porque essas tecnologias são usadas quase que
exclusivamente em aparelhos de grandes dimensões (também nesse caso os
benefícios não são perceptíveis em modelos de 32 polegadas ou de tamanhos
inferiores. Isso porque as imagens com essa resolução são compostas por mais de 8 milhões de pixels ― contra
pouco mais de 2 milhões na resolução
Full HD (1080 linhas), e quanto
maior número de pontos, mais visíveis se tornam os detalhes. Isso nos leva a
achar maravilhosas as TVs Ultra HD
expostas nas prateleiras dos espaçosos hipermercados, mesmo quando olhamos as
imagens bem de perto. Todavia, quem mora num imóvel acanhado (ou em apertamentos, que parecem estar na moda nas grandes metrópoles) dificilmente
terá como acomodar um monstro desses e assistir à programação de uma distância
que não o obrigue a virar a cabeça de um lado para outro, como se estivesse
acompanhando de perto um jogo de tênis de mesa. Pense nisso antes de sacar seu
poderoso cartão de crédito.
No que
concerne à falta de conteúdo em 4K,
é bem verdade que isso desestimula o consumidor, pois limita significativamente
o aproveitamento das altas taxas de resolução disponibilizadas pelos caros
aparelhos de topo de linha. E ainda que a oferta de vídeos em Full HD ― e mesmo em Ultra HD ― por serviços de streaming
como os da Amazon, Hulu, Netflix e YouTube venha
aumentando progressivamente, as emissoras e os serviços por assinatura deverão
continuar a transmitir em HD por
mais um bom tempo, pois a transmissão em 4K
exige investimentos vultosos, e a coisa é ainda pior no caso da difusão do sinal
via satélite.
A conclusão
fica para a próxima postagem, pessoal. Abraços e até lá.