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quarta-feira, 16 de novembro de 2016

DEPOIS DO GALAXY NOTE 7 QUE EXPLODE, SAMSUNG ANUNCIA RECALL DE QUASE 3 MILHÕES DE MÁQUINAS DE LAVAR

GRANDE SABEDORIA NÃO É ALGO ÓBVIO, O GRANDE MÉRITO NÃO SE ANUNCIA.

A Samsung está vivendo um inferno astral digno de Dilma às vésperas do julgamento do impeachment ― a diferença é que, via de regra, ela produz excelentes aparelhos, ao contrário da mulher sapiens, cujo governo produziu a pior crise econômica da história recente do Brasil).

Nem bem se recuperou do da crise que a levou a tirar de linha o cobiçado Galaxy Note 7, a empresa coreana agora se vê obrigada a anunciar um recall de quase 3.000.000 de máquinas de lavar (nos Estados Unidos). O motivo? As ditas-cujas podem explodir.

O anúncio foi feito na última sexta-feira, 4, após diversos relatos de que mais de 700 máquinas explodiram, deixando 9 pessoas feridas. No total, o recall afeta 34 modelos diferentes de lavadoras da Samsung vendidas entre março de 2011 e novembro de 2016.

Para remediar a situação, a empresa disponibiliza aos consumidores a opção de consertar gratuitamente os aparelhos em domicílio e estender a garantia por mais um ano. Alternativamente, oferece um desconto na compra de uma nova máquina (não necessariamente da Samsung) e a remoção dos aparelhos problemáticos, sem custos, das casas dos usuários. 

Quem não quiser nem uma coisa nem outra pode pedir o reembolso do valor pago pelo produto ― desde que ele esteja na lista dos modelos problemáticos e tenha sido comprado nos últimos 30 dias.

Com informações do IDG NOW!

ADITAMENTO: Conforme informações da Assessoria de Comunicação da Samsung, o problema que ocasionou o recall não foi a explosão, mas sim a vibração excessiva das tampas das lavadoras, que, em alguns casos, chegaram a se soltar do chassi. Fica aqui, portanto, a retificação solicitada pela empresa.



ALÉM DE GLEISI, QUE JÁ RÉ NA LAVA-JATO, “JANETE” PODE SER OUTRA FUTURA HÓSPEDE DA ALA FEMININA DA CARCERAGEM DA PF EM CURITIBA

A revista IstoÉ desta semana divulga trechos das delações de Emílio e Marcelo Odebrecht e de vários outros executivos da empreiteira. Do panteão petralha, além de Lula e Palocci, Dilma também foi lembrada por diversos delatores, razão pela qual seria de bom alvitre a PF providenciar espaço, na sua carceragem em Curitiba, para acomodar a mulher sapiens e outras petistas ilustres, que, pelo andar da carruagem, logo estarão matando saudades de Dirceu, Vaccari e distinta companhia. Resta saber quem será a distinta representante do sexo frágil que irá inaugurar o puxadinho... A meu ver, Gleisi Hoffmann parece uma forte candidata ― mas não se acanhem, façam suas apostas.

Mulher do ex-ministro Paulo Bernardo, que chegou a ser preso em meados deste ano por suspeita de ter comandado um esquema de corrupção que rapinou mais de R$ 100 milhões dos servidores públicos que contraíram empréstimos ― e que foi solto pouco depois por obra e (des)graça do ministro Dias Toffoli ―, Gleisi é admirada por uma seleta confraria de apedeutas, que, como os camarões, parecem ter os intestinos na cabeça. Dias atrás, aliás, uma publicação num “Petralha-News” qualquer dizia que ela teria “destruído argumentos a favor da PEC e deixado seus pares boquiabertos”. Pura falácia. Na verdade, a energúmena começou a denegrir sua biografia quando resolveu liderar a tropa de choque de Lula e Dilma. Concluído o julgamento do impeachment, ela balizou sua atividade parlamentar no princípio do “quanto pior melhor”, protagonizando uma oposição inconsequente, revanchista e despropositada.

Na semana passada, Gleisi defendeu a ideia absurda de submeter a PEC dos gastos a um referendo popular, que para o senador Eunício Oliveira, relator da PEC, visa somente sabotar os trabalhos e retardar a aprovação de uma medida essencial para tirar o país a sair da crise gestada e parida pela nefelibata da mandioca. Aliás, enquanto conversava com uma jornalista, Gleisi foi perguntada por uma passante se já estava pronta para ir para a cadeia. Quando respondeu que não, mas que a autora da pergunta poderia ir em seu lugar, ouviu na lata que a bandida, ali, era ela [Gleisi].

Voltando agora à reportagem da IstoÉ sobre a Delação do Fim do Mundo, além do deus pai da Petelândia e adjacências ― que eu não sei como ainda não está atrás das grades ― Dilma é citada 18 vezes como intermediária direta de recursos de caixa 2, e de ter negociado diretamente com o Príncipe das Empreiteiras a montoeira de dinheiro sujo que abasteceu sua campanha em troca de favorecer a Odebrecht com a liberação de recursos do BNDES para a construção do porto cubano de Mariel e “otras cositas más”. Se até não muito tempo atrás ela era vista “apenas” como incompetente, arrogante, pedante e incompatível com o cargo que ocupou até meados de abril passado, agora a coisa mudou de figura.

Por essas e outras, convém a “estocadora de vento” deixar a malinha pronta, que um período férias por conta do Erário se avizinha (e desta vez não será em suítes luxuosas de hotéis caríssimos, mas no tal puxadinho da carceragem da PF). Alternativamente, espelhando-se em seu antecessor e mentor, “Janete” (*) pode ainda tramar um autoexílio na Venezuela, na ilha dos Castro ou em outra republiqueta de bananas comandada por um tiranete qualquer.

O Brasil sempre foi — e de certo modo ainda é — o país da impunidade. Mas a coisa vem mudando, notadamente com a Operação Lava-Jato. Quando as delações de Marcelo Odebrecht e a penca de executivos do alto escalão da empreiteira forem homologadas ― o que deve ocorrer dentro de algumas semanas ―, a ex-grande-chefa-toura-sentada vai precisar de um bom criminalista.

(*) Segundo, O Antagonista, a Folha enviou uma repórter a Porto Alegre para entrevistar Dilma, e o resultado foi constrangedor: a impichada nada falou de projetos futuros, nem de política, nem do impeachment. Mas falou sobre telemarketing. Ao que parece, seus únicos interlocutores, atualmente, são os vendedores das operadoras. “Às vezes eu finjo ser outra pessoa. Às vezes eu sou a Janete”, disse à repórter nossa cara ex-presidanta, que durante a ditadura, quando fazia parte de um grupo terrorista, usava o codinome Wanda. Agora, em sua casa de repouso mental, Dilma é simplesmente Janete. Explicado?


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quarta-feira, 19 de outubro de 2016

GALAXY NOTE 7 ― A BOMBA

O MUNDO NÃO ESTÁ AMEAÇADO PELAS PESSOAS MÁS, E SIM POR AQUELAS QUE PERMITEM A MALDADE.

Depois de confirmar diversos casos de superaquecimento e até explosão do cobiçado Galaxy Note 7, a Samsung interrompeu na terça-feira, 11, a produção e a comercialização do modelo ― o que lhe acarretará um prejuízo entre 5 e 7,4 bilhões de dólares (há quem fale em 17 bilhões), sem mencionar o impacto negativo que será inevitavelmente associado ao nome da empresa. No mês passado, ela anunciou um recall global de 2,5 milhões de aparelhos, mas alguns modelos fornecidos em substituição aos problemáticos se revelaram igualmente problemáticos, levando várias operadoras norte-americanas a suspender tanto as vendas e quanto as trocas por unidades do mesmo modelo. Vale frisar que nunca antes na história dos smartphones um aparelho tinha recebido um recall de tal magnitude, nem tampouco tido suspensa a produção das unidades de substituição.

Quanto à causa do problema, suspeita-se de que um sistema de recarga defeituoso danificava as baterias, fazendo com que elas superaquecessem, pegassem fogo e, em alguns casos, explodissem, mas a Samsung ainda não se pronunciou oficialmente, embora deva fazê-lo em breve, até para preservar sua imagem no mercado. Para Jack Narcotta, analista da Technology Business Research, a empresa ainda não sabe exatamente o que deu errado com as unidades de substituição do Note 7.

É improvável que as baterias em si fossem o problema, uma vez que foram usados produtos tanto da Samsung SDI quanto da Amperex, e tenha havido incidentes com dispositivos de ambos os fabricantes.

Convém ter em mente qua a Samsung possui muitos modelos de smartphones, e nenhum deles registrou o mesmo problema. Mesmo assim, a Apple e a Huawei devem se beneficiar comercialmente do fiasco do Note 7, mesmo que a gigante sul-coreana abocanhe a maior fatia do mercado global de smartphones (22% no segundo trimestre, segundo a IDC, enquanto a Apple tem 12% e a Huawei 9%). 

LULA ― O LEÃO FANHO, SEM DENTES NEM GARRAS

O profeta Lula estava particularmente inspirado quando foi votar para prefeito em São Bernardo do Campo, onde mora. “O PT vai surpreender nesta eleição”, previu com precisão instantânea. Pois seu partido surpreendeu mesmo, ao cair da terceira posição em número de prefeituras em 2012 para décima neste pleito. “Quanto mais ódio se estimula, mais amor se cria a favor”, disse, em forma de oração. “Só há um jeito de eles tentarem me parar: evitar que eu ande pelo Brasil”, ameaçou o santo guerreiro contra o dragão da maldade da burguesia infame. O loroteiro está de volta, olê, olê, olá!

Não tardou para as urnas o estarrecerem. Nem precisou sair de casa: Orlando Morando (PSDB) e Alex Manente (PPS) disputam o segundo turno em São Bernardo. O companheiro Tarcísio Secoli, favorito do prefeito Luiz Marinho, seu sucessor no Sindicato dos Metalúrgicos, do qual Lula ascendeu para a glória política, ficou em terceiro, com menos de um quarto dos votos válidos: 22,6%. Em termos proporcionais, superou o poste que ele elegeu em São Paulo em 2012: Fernando Haddad protagonizou o maior vexame da história do partido ao ser massacrado pelo tucano João Doria, que o derrotou no primeiro turno por 53,3% a 16,7%. Em gíria de turfe, Haddad nem pagou placê.

E no dia em que constatou que as eleições “consolidam a democracia no Brasil”, Lula deu uma desculpa esfarrapada para o fiasco histórico: “A imprensa está em guerra com o PT há sete anos”. Para ele, “as pessoas se enganam quando (pensam que) uma TV, um jornal, pode tudo. Não pode. O povo é que pode tudo”. No caso, não lhe falta razão: numa democracia, como reza a Constituição da República, todo o poder emana do povo e para ele é exercido. As urnas não falam, mas o povo fala nelas. E a lorota de Lula tornou-se senha para a violência: mais tarde, constatada a derrota de Haddad, militantes petistas impediram que a repórter Andréia Sadi, da GloboNews, concluísse um boletim ao vivo na sede do PT, no centro de São Paulo.

Um tsunami de votos soterrou o partido que se diz da classe operária, mas passou 13 anos, 4 meses e 12 dias usando o poder federal para atuar como despachante de empreiteiros e amigos empresários emergentes que, em troca de contratos superfaturados, engordaram os cofres dos petistas e do PT em proporções nunca ousadas antes. Até recentemente, ingênuos, como o autor destas linhas, imaginavam que havia apenas uma corrente de escândalos de corrupção ― Santo André, mensalão, petrolão, etc. –, conectados e consequentes um do outro. Agora é possível perceber que não é só isso. Trata-se, sim, de um assalto planejado, organizado e realizado para esvaziar todos os cofres públicos ao alcance de suas mãos.

A 53.ª (Arquivo X) e a 54.ª (Ormetà) fases da Lava-Jato trouxeram à tona revelações impressionantes sobre a gestão dos desgovernos Lula e Dilma. Nunca antes na História deste país um chefe da Casa Civil respondera por violações do Código Penal. José Dirceu, “capitão” do time de Lula em seu primeiro governo, está preso em Curitiba, acusado de haver delinquido quando cumpria pena na Papuda, em Brasília, condenado por corrupção e outros crimes pelo STF, no caso mensalão. Antônio Palocci Filho, primeira eminência parda de Dilma, após ter sobrevivido a 19 processos criminais no mesmo STF e ter violado o sigilo bancário de um pobre trabalhador, o caseiro Francenildo dos Santos Costa, foi recolhido ao xadrez, acusado de ter pago dívidas de campanha da chefe com dinheiro sujo.

Gleisi Hoffmann, ex-chefa da Casa Civil e senadora petista, é acusada de ter recebido R$ 1 milhão de propina da Petrobras para comprar votos. Acusação igual é feita ao marido dela, Paulo Bernardo, suspeito de haver furtado R$ 7 milhões em prestações mensais de funcionários do Ministério do Planejamento que requeriam empréstimos consignados (o casal foi denunciado em maio e passou à condição de réu no final de setembro).

Guido Mantega, preso e solto pelo juiz Sergio Moro, foi outro ex-ministro do Planejamento a protagonizar processo criminal, em que foi delatado por Eike Batista, “bom burguês” escalado por Lula entre “campeões mundiais” do socialismo de compadrio, de havê-lo achacado no gabinete do Ministério da Fazenda. Palocci também foi ministro da Fazenda de Lula, que se diz o mais “honesto dos seres humanos”. Enquanto Dilma se põe acima de suspeitas por não ter contas bancárias no exterior.

No palanque, a esquerda insistiu que Dilma foi usurpada por Michel Temer, o vice duas vezes eleito com ela, no impeachment, cujo rito legal foi cumprido à exaustão. Em São Paulo, Luiza Erundina, do PSOL, e, no Rio, Jandira Feghali, do PCdoB, pediram votos repetindo essa patranha de consolar devoto. A ex-prefeita teve 3,2% dos votos e a carioca, 3,3%.

Fernando Haddad, contrariando o comportamento belicoso de seus apoiadores, cumprimentou João Doria pela vitória. No entanto, a agressão à repórter de televisão não foi, como devia ter sido, evitada por seu candidato a vice, Gabriel Chalita, nem por seu antigo colega de Ministério de Lula, Alexandre Padilha, que, conforme depoimento do colunista do Globo Jorge Bastos Moreno, se mantiveram impassíveis diante do lamentável fato. Assim, deram o sinal de que a oposição do PT e aliados de esquerda não se limitará à irresponsável tentativa de impedir que sejam feitos os ajustes sem os quais o Brasil não conseguirá recuperar-se da crise provocada pela longa duração do próprio reinado na República.

O governo de Temer, também cúmplice no desmantelamento do Estado brasileiro nas gestões petistas, sofrerá boicote impiedoso. Mas a maior vítima será, como sempre, o cidadão, que amarga desemprego, inflação e quebradeira. E se verá às voltas com vândalos nas ruas queimando carros e quebrando vidraças. O PT não é cachorro morto e seu chefão, Lula, ainda será o leão rouco que ruge mesmo tendo perdido dentes e garras.

Reprodução de um artigo de José Nêumanne, publicado no último dia 5, no Estadão.

Abraços a até mais ler.

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