A cabo da Polícia Militar Kátia da Silva
Sastre é uma heroína das mulheres
brasileiras. No último sábado, em defesa da filha que tinha ido buscar na
escola, de outras meninas que saíam com ela e das mães que as esperavam na
calçada, matou com três tiros um bandido que apontava uma arma de fogo contra
as crianças e mulheres. Foi uma cena que só se vê em série de TV americana, onde a
polícia age sempre com heroísmo, competência, respeito à lei e boa pontaria. Kátia não errou nenhum dos três tiros
que disparou do revólver que sacara da bolsa.
Com o assaltante caído no chão, depois de atirar nela duas
vezes, deu-lhe voz de prisão ―
e afastou com o pé,
para fora do seu alcance, a arma que ele havia apontado para as meninas e suas
mães. Em seguida,
mantendo o criminoso imobilizado no chão,
esperou pela chegada da polícia. Levado para o hospital, o sujeito morreu uma
hora e tanto depois.
A cena, gravada em vídeo pelas câmeras de segurança
instaladas no lugar, está à disposição de todos, a qualquer momento, pelo Google ou o YouTube. Logo saiu da grande periferia de São Paulo e passou
a correr o Brasil pela internet ― é
possível que
tenha ido ainda além.
Qual a surpresa? O ato da policial da PM paulista foi um desses casos claros ― e raros ― de vitória absoluta do bem
sobre o mal. É o
tipo do episódio pelo
qual torcem nove entre dez brasileiros exaustos com a praga dos assaltos, com a
crueldade demente dos bandidos ou com a humilhação de se verem toda hora
obrigados a deitar no chão para tentarem sobreviver aos tiroteios nas
“comunidades”. É o dia em que o monstro perde ―
dia de lavar a alma para os milhões
de cidadãos
decentes que sofrem a opressão
diária dos
criminosos e só têm guerreiras como a
cabo Kátia
para arriscar a vida em sua defesa.
Para completar, o caso aconteceu justo na véspera do Dia das Mães.
A imagem da mulher sem medo, defendendo de arma na mão as crianças e mães
aterrorizadas sob a mira do bandido, ficará por longo tempo no pensamento de
quem padece a angústia diária, sem descanso, de não saber se hoje os filhos vão
voltar vivos da escola. Para todas essas mães, enquanto houver Kátias haverá
alguma esperança.
Não é nenhuma surpresa, naturalmente, que nenhum de todos
esses “movimentos femininos” que vivem de denunciar a “violência contra as
mulheres” tenha dito uma única palavra em apoio a Kátia Sastre. Seu ato de heroísmo não existiu, simplesmente. Na
verdade, a moça terá sorte se não acabar sendo denunciada, ou algo assim, por
essas “lideranças” que estão todos os dias nas primeiras páginas e nos horários
nobres.
Kátia não é
negra, nem lésbica, nem favelada, nem líder comunitária, nem do PSOL-PCdoB-PT. É mãe de família,
policial e vai buscar a filha na escola, como milhões de outras. Ou seja, é o
tipo da pessoa detestada nesse ambiente ―
e amada pela massa dos cidadãos,
o que só comprova
mais uma vez o quanto os movimentos “populares”, na vida real, se afastam do
povo.
É o mesmo que acontece nos meios de comunicação, onde o
bandido foi descrito como “suspeito” do assalto, embora tenha sido filmado, com
o máximo de clareza, apontando o seu revólver para a cabeça de uma menina de
seis ou sete anos de idade. Também foi chamado de “rapaz”. Assim: “O rapaz foi
atingido com três tiros”. Rapaz?
A preocupação
central, como sempre acontece, é saber se a policial se excedeu ao atirar no
criminoso que tinha atirado duas vezes nela, ou se a sua atitude não poderá
incentivar a “letalidade” da polícia. Foram buscar a opinião de
“criminalistas” para medir os prós e contras da questão ― como se houvesse contras. É provável que passem a
exigir, junto com as alas “militantes” do Ministério Público, uma apuração
rigorosa do gesto da mãe que enfrentou o bandido. Cada vez mais, junto com os
“movimentos” feministas e outros bichos parecidos, se descolam da realidade e
se colocam como adversários do povo brasileiro.
Por J.R. Guzzo
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