
Voltando à vaca fria: a temporada de caça ao apoio foi
aberta logo após o encerramento do primeiro turno. Resta saber para que lado as legendas derrotadas vão correr. O PTB declarou
apoio a Bolsonaro, a exemplo de João Dória e do PSDB de São Paulo (no resto do país, porém, será cada um por si).
Em nota assinada por Ciro Nogueira, o PP declarou neutralidade, mas reiterou que a segurança pública precisa ser elevada ao topo das prioridades do país. A
sigla é uma das mais fortes do Centrão: elegeu 37 deputados, mais que o PSDB
(29) e cinco senadores. A senadora Ana Amélia,
que foi vice na chapa de Alckmin,
decidiu dar apoio pessoal a Bolsonaro.
Quarto colocado nas pesquisas, o Cabo Daciolo ainda não se manifestou — deve ter subido o morro para
orar —, mas o presidente do Patriota, Adilson
Barroso, adiantou que o apoio da legenda deve ir para Bolsonaro (não por afinidade de ideias e projetos, mas por simples
exclusão). A executiva do PSC seguiu
pelo mesmo caminho, menos em prol da vitória do Capitão Gancho e mais porque apoiá-lo deve refletir positivamente nas campanhas de Wilson Witzel e Wilson Lima, que disputam o governo no Rio e no Amazonas,
respectivamente.
Guilherme Boulos,
que obteve 0,58% do total de votos válidos, foi o primeiro a declarar apoio a Luladdad — o que não chega a
surpreender, em se tratando do líder dos sem-teto. Pelo Twitter, ele disse que o PSOL
estará nas ruas para derrotar o fascismo e eleger quem representa a democracia
no segundo turno. O cangaceiro de araque também deve apoiar o fantoche de Lula, embora com reservas — Carlos
Lupi, presidente nacional do PDT, afirmou que será um “apoio crítico”, e
que Ciro fará oposição ao próximo
governo, independentemente de quem se eleger presidente. O PSTU, da estapafúrdia
Vera Lúcia — que obteve 0,05% dos
votos válidos —, também declarou apoio ao petista,
a exemplo do que fizeram o PPL, o Pros, o PSB e, claro, o PCdoB.
O partido Novo, de João
Amoedo, informou que não deve apoiar nenhum dos dois presidenciáveis, mas
destacou que é absolutamente contrário ao PT
— alguns nomes do partido já se manifestaram individualmente, como Romeu Zema Neto, que chegou ao segundo turno em Minas Gerais e está com Bolsonaro. Marina Silva, da Rede, disse não se identificar nem com Haddad nem com Bolsonaro, e que deixa nas mãos do partido a definição, mas fará oposição ao novo governo, independentemente de quem for eleito.
Henrique Meirelles, que injetou R$ 20
milhões do próprio bolso na campanha e ficou em sexto lugar, também não deve
apoiar ninguém, embora o MDB ainda não tenha se definido. Já Álvaro Dias,
do Podemos, disse que vai se licenciar do Senado e que, no seu caso, o silêncio
é a melhor alternativa para esse momento — a um interlocutor, ele afirmou ainda
que o voto nulo é uma opção aceitável, pois “não deseja se responsabilizar pelo
desastre”. O PPS não deve apoiar nem Haddad nem Bolsonaro. O presidente do DEM, ACM Neto, vai se reunir com lideranças do partido para definir. O PR
liberou seus integrantes, segundo o líder do partido na Câmara, José Rocha.
Por último, mas não menos importante: Uma declaração de Bolsonaro sobre a reforma da
Previdência — segundo o candidato, é preciso fazer uma reforma, mas não nos
moldes da que foi proposta pelo atual governo — desagradou o mercado financeiro.
Resultado: o índice Bovespa despencou mais de 2 pontos e o dólar voltou a subir.
Isso é apenas uma prévia de como serão os próximos 17 dias. Ah, a propaganda eleitoral obrigatória recomeça no feriado desta sexta-feira. Que Deus nos ajude
a todos.
Visite minhas comunidades na Rede
.Link: