NÃO SOU
PRECONCEITUOSO, MAS SUPERIOR.
Diz um velho ditado que o que abunda não excede; outro, que
é melhor pecar por ação que por omissão; outro, ainda, que seguro morreu de
velho. Então vamos lá:
A vaza-jato, como
ficou conhecido o vazamento de mensagens obtidas
de forma criminosa (mediante hackeamento de aproximadamente 1000 smartphones de
autoridades) e divulgadas seletivamente pelo site Intercept, trouxe preocupação a usuários de aplicativos mensageiros,
como o Telegram e o WhatsApp.
Uma das maneiras de aprimorar a segurança desses
programas (e de diversos serviços online) é a dupla autenticação, até porque não é boa política
confiar apenas numa simples senha alfanumérica, não importa quão segura ela pareça
ser — menos pela "insegurança" propriamente dita das senhas e mais pela negligência dos usuários, que não raro
criam senhas robustas — isto é, difíceis de memorizar —, mas as anotam num
post-it que candidamente colam na moldura do monitor do PC, por exemplo.
Outras prática a evitar, a despeito da comodidade que ela proporciona
(conforto e segurança raramente andam de
mãos dadas), é usar a mesma senha para se logar em diversos serviços — e,
pior ainda, salvá-la no navegador, para que seja preenchida automaticamente
sempre que necessário. Mesmo que só você utilize seu PC (ou smartphone,
que não deixa de ser um computador), bisbilhoteiros não faltam, e alguém sempre
pode se aproveitar... enfim, acho que já me fiz entender.
O sequestro
de contas em redes sociais tem sido uma prática recorrente, e uma maneira
de dificultá-lo é justamente
a autenticação em dois fatores (conforme já frisei uma porção de vezes, mas volto a repetir em atenção aos
recém-chegados). Por autenticação de
dois fatores (ou 2FA), entenda-se
a criação de uma camada adicional de segurança de login, que visa limitar ao
legítimo usuário o acesso a um aplicativo ou serviço, mesmo se alguém descobrir a senha. O segundo
fator é um código de segurança que não precisa ser memorizado, pois é criado
aleatoriamente a cada login e pode ser recebido por SMS ou email, ou mesmo gerado num aplicativo (soft
token) ou num dispositivo específico para esse fim (hard token).
Apps de troca de
mensagens, como os populares WhatsApp
e o Telegram, oferecem nativamente o recurso, mas
é preciso ativá-lo para uso. Em smartphones com Android 7 e versões superiores pode ser usado como chave de segurança um mecanismo que combina a localização do GPS com o sensor de proximidade
conectado pelo Bluetooth. As contas
no Facebook e Instagram também oferecem a opção, e uma maneira universal de gerar
o código de segurança é recorrer ao aplicativos Google Authenticator e Microsoft Authenticator. Os dois
funcionam como geradores de códigos aleatórios para proteger
as contas de redes sociais, email, entre outros tipos de serviço online.
Atualmente diversos mecanismos de controle de acesso
suportam a autenticação de dois fatores, mas, de novo, é preciso ativar essa segunda camada de segurança. Convém fazê-lo o quanto antes; depois
não adianta chorar.