“Chega de Glenn Greenwald", escreveu Diogo Mainardi na Crusoé. "Agora só falta a PF
prender o hacker que lhe repassou as mensagens roubadas da Lava-Jato. Verdevaldo
sabe que o hacker será preso e que seus cúmplices e financiadores também devem
acabar na cadeia. Sim, a festa vai terminar. E depois vem a parte aborrecida:
limpar o salão.”
Para quem chegou de Marte neste minuto, um relatório enviado
pelo Coaf (hoje rebatizado de Unidade de Inteligência Financeira) ao Ministério Público do Rio aponta “movimentações
atípicas” de R$ 2,5 milhões na
conta do deputado David Miranda, maridão
de Verdevaldo das Couves — o bem-amado, idolatrado, salve, salve, editor do abominável The Intercept, que desde junho vem divulgando
a conta-gotas supostas mensagens comprometedoras trocadas pelo ex-juiz da Lava-Jato e hoje ministro da Justiça, Sérgio Moro, e integrantes da força-tarefa, notadamente seu coordenador em Curitiba, Deltan Dallagnol.
Se você acha mesmo que Verdevaldo,
o Interpret e seus replicadores são
paladinos da justiça, pense outra vez. Como Lula,
o malacafento, eles não passam de santos com pés de barro. Greenwald posa de quintessência da moralidade, mas
nunca foi flor que se cheire. Um mês antes das eleições americanas de 2016, ele publicou com um colega uma matéria no Intercept, com o título “EXCLUSIVO: NOVO VAZAMENTO DE E-MAILS REVELA
RELAÇÃO PRÓXIMA DA CAMPANHA DE CLINTON COM A IMPRENSA”, que expunha o conteúdo de mensagens trocadas entre a
equipe da candidata democrata Hillary Clinton
e jornalistas.
Entre as táticas usadas para manipular a imprensa, era citado o oferecimento de bebidas e comida para jornalistas em reuniões para transmitir informações e sugestões de entrevistados para os programas de televisão. A fonte dos dados, segundo o site panfletário de Verdevaldo, identificava-se como Guccifer 2.0 — um nome já conhecido. Mutatis mutandis, o mesmo padrão se repetiria mais adiante aqui no Brasil.
Ao divulgar as supostas conversas entre Sergio Moro e os procuradores da Lava-Jato, o editor ignominioso também não se importou com a forma como o material fora obtido nem com o óbvio direcionamento dos alvos: somente juízes e investigadores envolvidos em decisões desfavoráveis aos acusados pela Lava-Jato tiveram seus dados vazados. Ao ser perguntado por Crusoé sobre essa seletividade, o coveiro de reputações respondeu: “Qualquer sugestão de que eu me oponho à Lava-Jato é totalmente ridícula”.
Entre as táticas usadas para manipular a imprensa, era citado o oferecimento de bebidas e comida para jornalistas em reuniões para transmitir informações e sugestões de entrevistados para os programas de televisão. A fonte dos dados, segundo o site panfletário de Verdevaldo, identificava-se como Guccifer 2.0 — um nome já conhecido. Mutatis mutandis, o mesmo padrão se repetiria mais adiante aqui no Brasil.
Ao divulgar as supostas conversas entre Sergio Moro e os procuradores da Lava-Jato, o editor ignominioso também não se importou com a forma como o material fora obtido nem com o óbvio direcionamento dos alvos: somente juízes e investigadores envolvidos em decisões desfavoráveis aos acusados pela Lava-Jato tiveram seus dados vazados. Ao ser perguntado por Crusoé sobre essa seletividade, o coveiro de reputações respondeu: “Qualquer sugestão de que eu me oponho à Lava-Jato é totalmente ridícula”.
Os métodos de Verdevaldo se encaixam naquilo que é conhecido como
“jornalismo ativista”, “jornalismo de oposição” ou “jornalismo de choque”. A
prática usa as premissas que regem a profissão — como a preservação da fonte e
a busca do interesse público — para atingir apenas rivais. Seu sobrenome até
deu origem a um verbo em inglês: “greenwalding”.
Em 2016, o termo entrou no site Urban Adicionar, em que os leitores elencam acepções para as palavras e votam
nas melhores. Uma das mais populares é: “pinçar
um conteúdo e tirá-lo do contexto com o objetivo de difamar alguém”.
Seus alvos são todos aqueles que, em sua visão de mundo, abusam de sua condição de poder.
Trata-se de um grupo eclético, que inclui o Partido Democrata, as elites, o jornal The Washington Post, a Globo,
os ricos (embora seja financiado por um bilionário), o FBI, a CIA, Israel, o Reino Unido, o ex-procurador especial dos Estados Unidos Robert Mueller, o presidente brasileiro
Jair Bolsonaro e a operação Lava-Jato (quando o alvo é o PT). Seu gosto pelo enfrentamento, destilado quase diariamente em sua conta do Twitter (que conta com mais de 1 milhão de seguidores), aflorou
ainda em 2005, quando o sacripanta criou um blog e começou a criticar a presença militar
americana no Iraque.
No ano
seguinte, ainda na condição de advogado constitucionalista e blogueiro, Verdevaldo publicou o livro Como um patriota
deveria atuar. O título fazia referência ao Patriot Act, criado pelo
presidente George W. Bush como
resposta aos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001. A obra tornou-se um
best-seller. Nos anos seguintes, escreveu mais quatro livros, e o sucesso
editorial lhe abriu as portas para a autoria de colunas no site americano Salon e, mais tarde, no jornal inglês The Guardian.
No final de 2012, Gleen recebeu de Edward Snowden, um hacker que havia trabalhado na NSA, documentos que mostravam como as agências americanas vigiavam cidadãos nos Estados Unidos e no resto do planeta, inclusive no Brasil. O material foi publicado por diversos veículos do mundo, mas rendeu a Verdevaldo o Prêmio Pulitzer de jornalismo em 2014 — ou pelo menos é isso que seus baba-ovos nas redes sociais afirmam, tentando lhe emprestar credibilidade.
Na verdade, a equipe liderada por Gleen Greenwald e Laura Poitras conquistou para o The Guardian US e para o The Washington Post o prêmio na categoria “Serviço Público” de 2014 — na qual o premiado é sempre o jornal que publicou a reportagem (ou a série de reportagens). Ainda que assim não fosse, é bom lembrar que a lista de “ganhadores do Pulitzer” inclui Walter Duranty, que ocultou deliberadamente os crimes do stalinismo, incluindo o genocídio de ucranianos pela fome, e Janet Cooke, autora de uma reportagem inventada sobre uma criança de oito anos viciada em heroína, que teve de devolver o prêmio depois que a farsa foi descoberta.
No final de 2012, Gleen recebeu de Edward Snowden, um hacker que havia trabalhado na NSA, documentos que mostravam como as agências americanas vigiavam cidadãos nos Estados Unidos e no resto do planeta, inclusive no Brasil. O material foi publicado por diversos veículos do mundo, mas rendeu a Verdevaldo o Prêmio Pulitzer de jornalismo em 2014 — ou pelo menos é isso que seus baba-ovos nas redes sociais afirmam, tentando lhe emprestar credibilidade.
Na verdade, a equipe liderada por Gleen Greenwald e Laura Poitras conquistou para o The Guardian US e para o The Washington Post o prêmio na categoria “Serviço Público” de 2014 — na qual o premiado é sempre o jornal que publicou a reportagem (ou a série de reportagens). Ainda que assim não fosse, é bom lembrar que a lista de “ganhadores do Pulitzer” inclui Walter Duranty, que ocultou deliberadamente os crimes do stalinismo, incluindo o genocídio de ucranianos pela fome, e Janet Cooke, autora de uma reportagem inventada sobre uma criança de oito anos viciada em heroína, que teve de devolver o prêmio depois que a farsa foi descoberta.
Observação: Escreveu Políbio Braga: “Boa parte
da mídia tradicional e da mídia amestrada a serviço do lulopetismo atribuírem
ao dono do site The Intercept a
conquista do Pulitzer. Com a ajuda
do influenciador Glauco Fonseca, um
dos articulistas deste blog [blog do Políbio],
o editor investigou e constatou que em 2014, e não em 2013, como os aliados de Glenn informam, quem levou o Pulitzer foi o jornal inglês The Guardian. Glenn atuou como um dos repórteres do caso Snowden, mas o prêmio não foi atribuído a ele. Clique
no site do Pulitzer para checar.”
Quem tiver interesse em conhecer o verdadeiro estofo do
caráter de Verdevaldo pode encontrar
informações relevantes numa reportagem de Eric Wempel, publicada em 27 de junho de 2013 no jornal The Washington Post. Dentre outras
coisas, a matéria informa que “o
escritório do cartório do condado de Nova York mostra que Greenwald tem US$
126.000 em sentenças abertas e contra ele datando de 2000, incluindo US$
21.000 do Departamento de Impostos do Estado e da Secretaria da Fazenda.
Também fala de um penhor de US $ 85.000”.
Gleen se envolveu
com gente do submundo e do ramo da pornografia. Tornou-se inimigo de Peter Haas — dono de uma companhia
de produtos pornográficos —, a quem chamou de little bitch (putinha) no Post.
Ao se juntar a Snowden, entrou para
a lista negra do governo EUA e bateu
de frente com o australiano Julian
Assange, dono do site WikiLeaks. Após
ganhar notoriedade, deixou o Guardian e
passou ser bancado pelo bilionário francês de origem iraniana Pierre Omidyar, que oferece auxílio financeiro a jornalistas que enfrentam processos
por causa de suas reportagens.
Diferentemente de outros bilionários realmente engajados em causas humanitárias e ambientalistas, o franco-iraniano “faz caridade” com uma desavergonhada pegada de ativismo político. Em 2017, quando doou US$ 100 milhões para combater "Fake News" através do jornalismo investigativo, Omidyar divulgou um comunicado em que se comprometia a aplacar o “déficit global de confiança” nas instituições. Dentre os eventos listados para fundamentar tal preocupação figuravam a eleição de Donald Trump e — vejam só — o impeachment da ex-presidanta Dilma Rousseff.
Diferentemente de outros bilionários realmente engajados em causas humanitárias e ambientalistas, o franco-iraniano “faz caridade” com uma desavergonhada pegada de ativismo político. Em 2017, quando doou US$ 100 milhões para combater "Fake News" através do jornalismo investigativo, Omidyar divulgou um comunicado em que se comprometia a aplacar o “déficit global de confiança” nas instituições. Dentre os eventos listados para fundamentar tal preocupação figuravam a eleição de Donald Trump e — vejam só — o impeachment da ex-presidanta Dilma Rousseff.
Para ter mais liberdade para divulgar seu material (os contratos
assinados para as colunas no Salon e
no Guardian estabeleciam que o
gringo publicaria sem ter de se submeter a um editor), Verdevaldo criou o site The
Intercept, que em 2013 recebeu meio milhão de dólares de Omidyar,
que também custeou os salários da equipe durante os primeiros anos do site.
Entre 2014 e 2017, o pasquineiro difamador recebeu US$ 1,6 milhão da First Look
Media — empresa do grupo de Omidyar.
Seu salário em 2015, segundo matéria do jornalista Charles Davis publicada na Columbia
Journalism Review, chegou a US$ 518
mil ao ano, ou US$ 43 mil dólares
por mês.
Três anos depois da divulgação dos materiais de Snowden, o panfleto digital de Verdevaldo ganhou os holofotes com a divulgação dos emails da
campanha de Hillary Clinton,
juntamente com o WikiLeaks — cujo
dono foi forçado a deixar a embaixada do Equador, em Londres, onde estava
refugiado desde 2012, para evitar ser extraditado ou para a Suécia, onde é acusado de estupro, ou para os EUA, onde é acusado de espionagem.
Com Snowden e Assange, o paladino dos bocós forma um trio sempre disposto a defender Vladimir Putin. Dos três ativistas, ele
é o que tem a língua mais afiada. Para cada abuso ou crime cometido a mando de Putin, cria uma história para
relativizar o fato ou afirma que as evidências não são suficientes para culpar Moscou. Quando um ex-espião russo e sua
filha foram envenenados com Novichok
na Inglaterra, no ano passado, disse que os cientistas britânicos mentiram
quando disseram que a substância havia sido produzida na Rússia.
Além de preservar o presidente russo, Gleen é simpático a grupos terroristas muçulmanos, como o Estado Islâmico, a Al-Qaeda, o Hamas e o Hezbollah, que considera como "as
democracias do Oriente" — só para lembrar: em 1983, membros do Hezbollah explodiram dois
caminhões-bomba no Líbano e mataram
307 militares que estavam no país como força de paz. Desses, 241 eram
americanos. Mas o Brasil entrou em sua vida por questões
pessoais. Em 2005, ele conheceu o jovem David
Miranda, então com 20 anos, com quem se casou tempos depois. O hoje deputado, que deixou a escola aos 13 anos, tornou-se mundialmente conhecido por ter sido interrogado por
nove horas no aeroporto de Heathrow,
em Londres), após ser pego
transportando documentos de Snowden
para Greenwald.
Em 2016, David se elegeu vereador no Rio de Janeiro pelo PSOL.
No ano passado, tentou a Câmara dos Deputados, mas conseguiu apenas tornar-se
primeiro suplente da bancada do PSOL.
Deu sorte: quando Jean Wyllys se autoexilou
na Espanha, alegando ameaças de
morte, passou de suplente a titular em seu lugar, o que comprova, mais uma vez,
quão bem servidos estamos de representantes no Congresso — que Deus nos livre e
guarde.
O alegre casal alegre compartilha uma casa perto da
favela da Rocinha e a mesma visão de
mundo; "Lutamos contra os governos
mais poderosos do mundo e a CIA, a NSA, o Reino Unido… Estávamos sendo
ameaçados o tempo todo”, disse o farsante em entrevista ao site Agência Pública, dois dias depois da
divulgação das mensagens roubadas do celular de Deltan Dallagnol e que seu site espúrio teria recebido de “fonte
anônima”. Na mesma entrevista, atacou veículos de imprensa brasileiros,
afirmando que a “grande mídia” estava trabalhando para a Lava-Jato. Não é um argumento muito diferente do que usou contra a
imprensa americana, mas com sinal trocado. Ele diz que os veículos do seu país
estavam a serviço dos Democratas, em
2016. “Quando a grande mídia transforma Moro e a força-tarefa em deuses ou
super-heróis, torna-se inevitável o que aconteceu. Os jornalistas pararam de
investigar e questionar a Lava-Jato
e simplesmente ficaram aplaudindo, apoiando e ajudando”, disse ele. “A Globo
foi para a força-tarefa uma aliada, amiga, parceira, sócia. Assim como a
força-tarefa da Lava-Jato foi o
mesmo para a Globo.”
No dia seguinte, a Globo
emitiu um comunicado revelando que, apesar dos ataques, Verdevaldo lhe havia proposto uma pareceria para divulgar as
mensagens roubadas. O D. Quixote dos pobres e a emissora já tinham trabalhado juntos em 2013,
na publicação dos documentos de Snowden,
mas, em conversa na redação do Fantástico, o assassino de reputações se negou a dar informações sobre o conteúdo e a
origem do material que dizia possuir. Em outras palavras, ele queria fechar a
parceria sem que a Globo soubesse
antes o que tinha em mãos e por isso a conversa não foi adiante.
Uma vez publicadas as matérias no Intercept, prossegue o comunicado da Globo, um representante do site ainda procurou a emissora para oferecer uma entrevista. Também não deu certo. Na sequência, Glenn passou a atacar a Globo. “O comportamento de Greenwald nos episódios aqui narrados permite ao público julgar o caráter dele”, resume a nota.
Uma vez publicadas as matérias no Intercept, prossegue o comunicado da Globo, um representante do site ainda procurou a emissora para oferecer uma entrevista. Também não deu certo. Na sequência, Glenn passou a atacar a Globo. “O comportamento de Greenwald nos episódios aqui narrados permite ao público julgar o caráter dele”, resume a nota.
O juiz auxiliar Marcelo Martins Evaristo da Silva, da 16.ª Vara de Fazenda Pública do Rio, negou a quebra dos sigilos bancário e fiscal de David Miranda. Segundo ele, a medida só deve ser adotada em “circunstâncias excepcionais”, já que pode produzir impacto negativo na imagem do investigado.
Ao determinar que o marido de Verdevaldo e os parças que entraram no radar do MP-RJ sejam ouvidos antes da adoção de qualquer iniciativa que viole o sigilo, o magistrado ponderou que eventual convite para prestar depoimento não afetará a investigação, já que as informações apuradas se referem a fatos ocorridos no passado e que estão nas mãos de instituições financeiras e da Receita Federal, “resguardadas, portanto, de quaisquer iniciativas dos interessados no sentido de sua inutilização ou distorção enquanto documentos dotados de força probante.” Miranda e Greenwald já alegam “retaliação” — Oh! Que surpresa! — e devem seguir nessa mesma linha quando se pronunciarem oficialmente.
Outro questionamento feito pelo juiz substituto diz
respeito à decisão de Dias Toffoli, que, valendo-se de um pedido da defesa Flávio Bolsonaro, suspendeu por atacado
todas as investigações que usaram dados de órgãos como o Coaf sem autorização judicial prévia (assunto que já foi comentado ad nauseam aqui no Blog). No pedido da quebra de sigilo do marido de Verdevaldo, o MP alegou que a decisão de Toffoli
não valeria para casos de improbidade administrativa, que correm na esfera
cível. Mas o conspícuo decisor refutou o argumento e afirmou que seria “inconcebível” impedir o
uso dos dados para fins criminais e os autorizar livremente em ações de
improbidade.
Valendo-se do mesmíssimo argumento usado pelas defesas de Flávio Bolsonaro e Fabrício Queiroz, David
Miranda reclamou do vazamento do caso para a imprensa, que considera a
“única ilegalidade” na história toda. A investigação corre sob sigilo de
Justiça.
O mundo dá muitas voltas. Seria providencial que ao casal 20 versão século XXI fosse administrada uma dose cavalar do seu próprio remédio, até porque a diferença entre o remédio e o veneno está justamente na dosagem. E assim encerro esta postagem, mas não sem antes recomendar a leitura desta
matéria, que detalha todo esse imbróglio envolvendo o casal 20 e uns. Se sobrar tempo, não deixe também de assistir a este vídeo.