terça-feira, 25 de julho de 2017

AINDA A SEGURANÇA DIGITAL ― WHATSAPP E ASSEMELHADOS


OS TUCANOS SÃO TÃO INDECISOS QUE, SE A CASA TIVER DOIS BANHEIROS, ELES CAGAM NO CORREDOR.

Ainda sobre o WhatsApp e a segurança digital, seguem mais algumas dicas para não ser pego no contrapé.

― Seja no WhatsApp, seja no seu computador (em chats ou emails), clicar em links suspeitos ou abrir arquivos enviados por desconhecidos é a pior viagem. Evite.

― Evite também responder mensagens recebidas de desconhecidos. Caso o remetente insista e você fique com a pulga atrás da orelha, a função bloquear é serventia da casa. Use-a.

― Seja seletivo em relação a mensagens que você repassa. As tais correntes e outras bobagens disseminadas em massa podem lhe parecer divertidas, mas essa não é, necessariamente, a opinião das vítimas, digo, dos destinatários a quem você as reencaminha. Sem mencionar que, repassando esse besteirol, você pode estar contribuindo involuntariamente para a propagação de pragas digitais e armadilhas criadas por cibercriminosos.

― Se receber mensagens com rumores sobre o WhatsApp (se é pago, se é gratuito, se amanhã vai fechar, etc.), ignore. A única fonte confiável de notícias acerca do aplicativo é a empresa que o desenvolve.

― O download automático pode até ser prático, mas apresenta, no mínimo, três inconvenientes: lota a memória do smartphone, sobrecarrega a conexão e expõe o usuário a riscos desnecessários (como se deparar com um conteúdo desagradável ou mesmo ser alvo de malwares disfarçados). Portanto, a recomendação é desativar.

― Cuidado com os “complementos”. Quanto mais popular for um aplicativo, mais visado pela bandidagem ele será. E mais acessórios serão criados para ele. O MSN Messenger já foi a bola da vez em sua época áurea, e agora o posto cabe ao WhatsApp. Portanto, instale apenas o que for realmente útil e faça o download somente a partir de fontes confiáveis, como a loja do próprio fabricante do software. A maioria dos malwares que infectam smartphones é disseminada por apps de origem suspeita.

O resto fica para a próxima vez. Até lá.



Quer saber por que o governo aumentou os combustíveis? Quem foi o culpado por mais esse descalabro? Por que o relatório da PF não encontrou provas de obstrução de justiça contra os caciques do PMDB? Assista ao vídeo a seguir:


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segunda-feira, 24 de julho de 2017

WHATSAPP ― BARBAS DE MOLHO (Continuação)

SÁBIO É O HOMEM QUE CHEGA A TER CONSCIÊNCIA DA SUA IGNORÂNCIA.

Ainda sobre a segurança no uso do WhatsApp (e aplicativos de troca de mensagens em geral), compartilhar arquivos com grupos de contatos pode envolver riscos, pois não é possível saber o que os destinatários farão com as fotos, clipes de vídeo e o que mais você lhes enviar. Se for realmente necessário enviar algo importante, recorra a canais que operam com criptografia reforçada ou a mensagens que se autodestroem (se você usa o Android, não deixe de conhecer o TELEGRAM).

Os arquivos recebidos podem conter vírus ou outras pragas digitais. Idealmente, você não deveria abrir arquivos enviados por desconhecidos, mas nada garante a confiabilidade daquilo que provem de um remetente conhecido, pois, como sabemos, os cibercriminosos utilizam estratégias as mais diversas para disseminar programinhas maliciosos e desfechar seus golpes. Precaver-se contra tudo e contra todos pode parecer paranoia, mas de nada adianta chorar sobre o leite derramado. Barbas de molho, portanto.

Links exigem cuidados redobrados, mesmo quando provêm de pessoas conhecidas (que podem compartilhar arquivos problemáticos por desconhecimento ou mesmo com a melhor das intenções). Sempre que cismar com uma mensagem recebida de um conhecido, confirme a procure saber detalhes sobre o conteúdo. Se a mensagem que lhe desperta desconfiança vier de alguém que você não conhece, NÃO ABRA.

Por mais práticas que sejam as trocas de mensagens, ligações por voz são mais seguras ― arquivos de dados podem ser facilmente falsificados, adulterados ou recheados de pragas que, por voz, é impossível disseminar, e o mesmo vale para o envio involuntário de arquivos comprometedoras (como quando você resolve compartilhar com a galera a foto de um pôr do sol fantástico e, por engano, envia o nude que tirou da namorada quando ambos estavam pra lá de Bagdá).

Resumo da ópera: Armas não matam pessoas; pessoas matam pessoas. Guardadas as devidas proporções, o mesmo vale para apps de comunicação, que se tornam perigosos quando manipulados sem os devidos cuidados. Lembre-se: se a intenção do remetente for má, piores serão as consequências para o destinatário da mensagem.

Na falta de alternativa melhor, utilize o bom senso.

LULA, O GRANDE FILHO... DO BRASIL

Sentenciado a 9 anos e 6 meses de prisão na primeira das quatro ações em que é réu (e a fila deve andar em breve, já que a denúncia envolvendo o folclórico Sítio de Atibaia dormita desde maio na mesa do juiz Sérgio Moro), Lula criticou sua condenação “sem provas” que, segundo ele, é parte de uma “perseguição política” para impedi-lo de disputar a presidência em 2018.

Observação: Ao ser intimado da sentença, Lula escrevinhou, num garrancho de meter medo (veja na imagem que ilustra este post), que pretende recorrer.

Quando soube de sua condenação, Lula discursou para uma claque de 300 “apoiadores”. Dentre outras bobagens, disse que “não analisaria a decisão do ponto de vista jurídico, pois ela é política”, que estava “indignado, mas confiante na Justiça”, e que a sentença deveria dar origem a um processo no Conselho Nacional de Justiça ― ou seja, sua insolência quer processar a sentença (só para esclarecer: o Conselho não julga sentenças, mas atos administrativos de magistrados).

Na última quinta-feira, repetiu a dose de cima de um caminhão de som estacionado defronte ao MASP: 

"Como não conseguem me derrotar na política, eles querem me derrotar no processo. É todo dia processo, é todo dia depoimento, todo dia inquéritoDerrubaram a Dilma quando ela tinha 8% [de popularidade]. Temer tem 3%, é menos que a margem de erro da Folha de S.Paulo. Se o Temer tivesse o mínimo de compromisso com o país, ele renunciaria e mandaria uma emenda ao Congresso convocando eleição direta em caráter emergencial para escolher o homem ou a mulher que vai dirigir esse país. A única prova que existe nesse processo, de não sei quantas mil páginas, é a prova da minha inocência. É a única prova, é a prova da minha inocência. Eu queria fazer um apelo à imprensa, um apelo ao povo brasileiro: se alguém tiver uma prova contra mim, por favor, diga. Mande para Justiça, mande para Suprema Corte, mande para imprensa, porque eu preciso. Eu ficaria mais feliz se eu fosse condenado com base numa prova, se eles me desmascararem: ‘está aqui ó, você realmente cometeu um ilícito, você cometeu um erro’. O que me deixa indignado, mas sem perder a ternura, é você perceber que você está sendo vítima de um grupo de pessoas que contaram a primeira mentira, que vão passar a vida inteira mentindo para poder justificar a primeira mentira que contaram de que o Lula era dono de um triplex. Não sou dono de um triplex, não tenho triplex, e ainda fui multado em R$ 700 mil, porque agora o triplex é da União. Eles tomaram o triplex, e eu tenho que pagar R$ 700 mil para Petrobras. Eles poderiam me dar o triplex, eu vendia o triplex e pagava a multa".

Que falta faz o João Santana, né? No tempo do marqueteiro baiano, o besteirol petista era mais criativo.

Faltou povo no ato  em defesa do petista, tanto em São Paulo quanto em outras capitais. Apenas os militantes pagos ― e mesmo assim nem tantos, já que o dinheiro anda escasso no PT ― cumpriram o dever de gritar palavras de ordem contra o juiz Sérgio Moro, contra o presidente Michel Temer, contra a imprensa, enfim, contra “eles”, o pronome que representa, para a tigrada, todos os "inimigos do povo". À primeira vista, parece estranho que o "maior líder popular da história do Brasil", como Lula é classificado pelos petistas, não tenha conseguido mobilizar mais do que algumas centenas de simpatizantes na Avenida Paulista, além de outros gatos pingados em meia dúzia de cidades. Afinal, justamente no momento em que esse grande brasileiro se diz perseguido e injustiçado pelas "elites", as massas que alegadamente o apoiam deveriam tomar as ruas do País para demonstrar sua força e constranger seus algozes, especialmente no Judiciário.

A verdade é que o fiasco da manifestação resume os limites da empulhação lulopetista. A tentativa de vincular o destino de Lula ao da democracia no País, como se o chefão da ORCRIM fosse a encarnação da própria liberdade, não enganou senão os incautos de sempre ― e mesmo esses, aparentemente, preferiram trabalhar ou ficar em casa a emprestar solidariedade a seu líder. Fica cada vez mais claro ― e talvez até mesmo os eleitores de Lula já estejam desconfiados disso ― que o ex-presidente só está mesmo interessado em evitar a cadeia, posando de perseguido político. 

A sentença de Moro finalmente materializou ao menos uma parte da responsabilidade do ex-presidente no escândalo de corrupção protagonizado por seu governo e por seu partido. Já não são mais suspeitas genéricas, e sim crimes bem qualificados. Nas 238 páginas da sentença, abundam expressões como "corrupção", "propina", "fraude", "lavagem de dinheiro" e "esquema criminoso", tudo minuciosamente relatado pelo magistrado. Não surpreende, portanto, que o povo, a quem Lula julga encarnar, tenha se ausentado da presepada na Avenida Paulista.

O fracasso é ainda mais notável quando se observa que o próprio Lula, em pessoa, esteve na manifestação. Em outros tempos, a presença do demiurgo petista atrairia uma multidão de seguidores, enfeitiçados pelo seu palavrório. Mas Lula já não é o mesmo. Não que lhe falte a caradura que o notabilizou desde que venceu a eleição de 2002 e que o mantém em campanha permanente. Mas seu carisma parece já não ser suficiente para mobilizar apoiadores além do círculo de bajuladores. Resta-lhe, com a ajuda de seus sabujos, empenhar-se em manter a imagem de vítima.

Quando Moro determinou o bloqueio de R$ 600 mil e de outros bens para o pagamento da multa, a defesa de Lula alegou que a decisão ameaçava a subsistência de seu cliente e respectiva família. Houve até quem dissesse que a intenção do juiz era "matar Lula de fome", e alguns petistas iniciaram uma “vaquinha” para ajudá-lo a repor o dinheiro bloqueado. Para a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, essa é "a diferença entre nós e a direita: nós temos uns aos outros". Um dia depois, contudo, o país ficou sabendo que sua insolência dispõe de cerca de R$ 9 milhões em aplicações, porque esses fundos foram igualmente bloqueados por ordem de Moro. A principal aplicação, de R$ 7,2 milhões, está em nome da empresa por meio da qual Lula recebe cachês por palestras, aquelas que ninguém sabe se ele efetivamente proferiu, mas que foram regiamente pagas por empreiteiras camaradas. Tais valores não condizem com a imagem franciscana que Lula cultiva com tanto zelo, em sua estratégia de se fazer de coitado. Felizmente, cada vez menos gente acredita nisso.

Só para relembrar: no discurso que fez quando se tornou réu pela primeira vez, em meados do ano passado, Lula desafiou: PROVEM UMA CORRUPÇÃO MINHA QUE IREI A PÉ PARA SER PRESO. Pois bem, parece que está na hora de providenciar um par de tênis confortáveis, pois a caminhada vai ser longa: são 433,8 km de São Bernardo do Campo, em São Paulo, a Curitiba, no Paraná.

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domingo, 23 de julho de 2017

PSICOTESTE - J.R. GUZZO

A requisitada firma de advogados Dodson & Fogg, na verdade uma dupla de escroques que fornece alguns dos melhores momentos do primeiro livro de Charles Dickens, The Pickwick Papers, tinha um princípio profissional acima de qualquer outro, em sua atuação no baixo mundo judiciário de Londres. “As alegações feitas por nosso cliente podem ser verdadeiras ou falsas”, costumava dizer Mr. Dodson que a exemplo de Mr. Fogg parecia ter quase tanta chance de acabar um dia na forca quanto os seus clientes mais infames. “Não faço a menor ideia se são uma coisa ou outra, e isso, aliás, não tem nenhuma importância. A única questão que nos interessa é a seguinte: vão acreditar em nós?” O tempo passa, o mundo gira, e eis aí o Brasil de hoje, essa potência moral que causa cada vez mais espanto na Terra e no resto do sistema solar, vivendo situações que poderiam perfeitamente estar presentes nas tenebrosas cortes de Justiça da Londres de 200 anos atrás. 

Ninguém está dizendo aqui, pelo amor de Deus, que os advogados do ex-presidente Lula, no momento de receber a sentença no primeiro dos seus múltiplos processos penais, tenham alguma coisa a ver com messrs. Dodson e Fogg ou que o seu cliente tenha cometido algum crime. Mas o caso do ex-presidente, após toda a via-sacra do seu processo, dá ao público pagante a sensação de que o resumo da obra é o mesmo. “Provei a minha inocência”, diz Lula, sem explicar por quê. Ou seja: não vamos agora ficar discutindo se é verdade, se não é, etc. e tal. Acreditem em mim.

Os dois mandatos de Lula na Presidência da República foram um monumento sem precedentes ao vício. Sua performance mais espetacular, como ficou demonstrado com dezenas de confissões públicas e provas materiais, foi a capacidade sem limites para roubar dinheiro público. Na Petrobras, privatizada diretamente para os amigos, a estimativa mais aceita é que o roubo tenha passado dos 40 bilhões de reais; conforme a maneira de calcular, fala-se em cifras de até 90 bilhões. 

Privatizaram, também para o usufruto pessoal da companheirada, a Eletrobras, a Nuclebrás, a Caixa Econômica Federal, o BNDES, ferrovias, rodovias e, de modo geral, qualquer estatal que pudesse ter alguma coisa passível de ser furtada. Roubaram com ânsia desesperada os fundos de pensão das empresas do governo. Roubaram merenda escolar, ambulâncias, quentinhas de presidiários. Roubaram pontes, linhas de transmissão de eletricidade, estádios de futebol inteiros. Roubaram até sangue humano. A respeito de todos esses fatos, Lula diz apenas que provou ser 100% inocente. Não participou de nada, não soube de nada e não desconfiou de nada em oito anos seguidos de governo não admite nem mesmo que tenha tido a mínima responsabilidade por nada do que fizeram a um palmo da sua porta, ou menos ainda.

A maneira mais prática de explicar isso talvez seja a crença de Lula em que contra a fé não há fatos nem argumentos. Muita gente (e ele espera que essa gente seja a maioria dos brasileiros) não está interessada em entender, pensar ou se informar só está interessada em acreditar. É a mesma esperança que quase todo político brasileiro tem para sobreviver às consequências de seus atos. 
Fazem barbaridades, perante o Código Penal e as regras mais elementares de conduta, absolutamente notáveis pela sua estupidez e ficam esperando que ninguém ache nada de errado. 

Como o presidente da República, por exemplo, pode se meter com esse Joesley Batista, o maior corruptor da história do Brasil? Nem um guarda-noturno receberia o homem; Michel Temer até agora acha que está tudo bem. O senador Aécio Neves, que poderia estar em seu lugar, deixa-se gravar ao telefone implorando 2 milhões de reais em dinheiro vivo da mesma figura. O complexo Renan-Jucá-Padilha-Moreira-Geddel-etc. continua em plena atividade. Os ministros Roberto Barroso, Gilmar Mendes, Luiz Fux e outros colossos da nossa suprema magistratura governam o país como se isso fosse legal. O que há com essa gente? Obviamente, algo deu imensamente errado com todos eles. O melhor talvez seja seguir a excelente sugestão do escritor português João Pereira Coutinho em artigo recente na Folha de S.Paulo: obrigar ocupantes de cargos políticos a fazer exames psicológicos e neurológicos antes de assumir mais ou menos como o psicoteste para motoristas de ônibus, por exemplo. A ciência, ao que parece, está a ponto de provar que o poder provoca algum tipo de lesão no cérebro. Quem, dos nomes acima e centenas de outros iguais, passaria no exame?

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