Dizem que os comerciantes estão rindo à-toa neste final de ano, mas o mesmo não se dá com os consumidores - pelo menos com os que não têm vocação para hiena: a despeito de o brasileiro ser useiro e vezeiro em fazer piada da própria desgraça (e o cenário político nacional nos dá farto material para tanto), talvez não haja motivo para arreganharmos os dentes se considerarmos que temos de trabalhar dobrado para arcar com os tributos embutidos nos produtos.
Se você já preparou sua lista de badulaques para presentear amigos, parentes e a si mesmo - por que não? - neste Natal, saiba que a carga tributária é responsável pela metade dos seus gastos. Ao comprar um iPod, por exemplo, você paga 50,6% de impostos; num DVD Player, são 51,6% e num simples xampu para cabelos, 52%! Só a CPMF - que suga 0,38% de cada movimentação bancária feita por pessoas e empresas, e que só existe no Brasil, na Argentina e na Colômbia, porque os países com sistemas tributários lógicos convencionaram que nenhum tributo deve ter efeito cumulativo - responde por 2,25%, 2,14% e 1.94% do preço desses produtos, respectivamente (conforme dados do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário - IBPT ).
Aliás, em seus 11 anos de existência, o controvertido "imposto do cheque" (que deveria durar apenas dois anos) já levou dos brasileiros mais de 250 bilhões de reais - dinheiro que deveria ser usado para resolver problemas de saúde pública, mas que acabou escoando pelo ralo do desperdício e da corrupção.
Durma-se (ou ria-se) com um barulho desses!