Que o telefone celular é um sucesso, isso ninguém discute: já existem no Brasil mais usuários de telefones móveis do que de linhas convencionais, e esse número não pára de crescer. E as operadoras têm investido em estratégias de marketing para disputar clientes, apregoando seus diferenciais em relação à concorrência e oferecendo "vantagens" e promoções sazonais (como Dia das Mães, dos Namorados, dos Pais e - especialmente - Natal).
Presentear um amigo ou um parente - ou a si mesmo, por que não? - com um celular neste Natal é sucesso garantido. Cada vez mais versáteis e prenhes de recursos, esses aparelhinhos ocupam posição de destaque entre as geringonças mais ambicionadas pelos consumidores de "gadgets". Todavia, ainda que existam modelos para todos gostos e bolsos, os mais sofisticados custam caro, mesmo quando subsidiados pelas operadoras: o baixo custo inicial do aparelho (que pode até sair de graça) será compensado pelas altas contas mensais que você terá de pagar para manter sua linha ativa. E como as empresas não dão ponto sem nó, os contratos costumam prever multas substanciais para rescisões antecipadas (os períodos de "carência" podem ir de 12 a 36 meses, conforme a prestadora e o plano contratado).
Atualmente, GSM e CDMA são as principais tecnologias que disputam o mercado brasileiro, mas a primeira vem se destacando pela praticidade do SIM CARD (chip), que, dentre outras vantagens, permite trocar de aparelho e manter o mesmo número, plano de conta e agenda de contatos armazenada na memória.
Ainda que o telefone celular esteja cada vez mais "parecido" com um computador portátil, não custa lembrar que sua finalidade precípua consiste em oferecer mobilidade para você fazer e receber ligações telefônicas. Duração da bateria em stand-by e em conversação, facilidade de uso e estabilidade do sinal são aspectos mais importantes, a meu ver, do que câmeras fotográficas, tocadores de música e acesso à Web - simples "quebra-galhos" que não substituem dispositivos desenvolvidos especificamente para realizar essas tarefas. Em determinadas situações, esses recursos até ajudam, mas não representam uma solução adequada ou definitiva. Por isso, analise cuidadosamente a relação custo x benefício antes de investir num aparelho moderníssimo - e caríssimo!
Outros aspectos que devem ser levados em conta são a ergonomia, a portabilidade e a resistência a quedas e a intempéries. Também é importante que o manual ofereça instruções claras e completas - ou você acabará deixando de utilizar recursos úteis, mas de acesso complicado. No caso de celulares com câmeras fotográficas (presentes na maioria dos modelos atuais), um slot para cartão de memória é indispensável, ou você ficará restrito aos 40 MB da memória interna do aparelho para guardar suas fotos - isso na melhor das hipóteses, porque uma parte considerável desse espaço será gasto com sua agenda e com os toques musicais armazenados. E na hora de enviar as fotos para seu computador, notebook, ou mesmo para outro celular, se não houver conexão USB, bluetooth ou infravermelha, você será obrigado a usar o serviço de mensagens multimídia (MMS) e pagar pelo serviço.
Por último, mas nem por isso menos importante, convém ter em mente que celulares pré-pagos (de cartão) são mais interessantes para quem mais recebe do que faz ligações, já que o custo das chamadas é bem maior do que nos planos pós-pagos (de conta). Nestes últimos, quanto maior o valor mensal contratado, mais barato será o preço cobrado pelo tempo de conversação.
Note ainda que existem planos "híbridos", nos quais uma conta mensal dá direito a uma franquia (pacote de minutos de conversação e outros serviços, tais como SMS, MMS e transferência de dados, por exemplo), mas o usuário pode acrescentar créditos adicionais como num celular pré-pago (nas demais modalidades, os minutos excedentes são cobrados em separado, de acordo com uma tabela estabelecida pela operadora). A grande vantagem desses planos é que o saldo não utilizado num determinado mês será transportado para o mês seguinte.
Boas compras.