quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Hoje, 40 anos atrás...

Quando o assunto é previsões, pensamos logo em Horóscopos, Jogo de Búzios e outros exercícios de futurologia (como os praticados por videntes do tipo Mãe Dinah e distinta companhia). Todavia, fuçando meus guardados, encontrei um artigo no Livro da Juventude (Seleções do Reader Digest - Editora Ypiranga, 1968), no qual, sob o título "DAQUI A 40 ANOS", Robert O'Brian elenca diversas previsões para a primeira década do século XXI. Algumas acertaram "na mosca"; outras não passaram nem perto, mas, devido à coincidência (o artigo foi escrito há exatos 40 anos), vale conferir a síntese a seguir:

O PAÍS - Segundo o autor, a população do Brasil cresceria, dos 90 milhões de habitantes de então, para algo em torno de 200 milhões. A cidade de São Paulo alcançaria os 19 milhões (!); Brasília passaria de 350 mil para 1,3 milhões, e o Rio, 15 milhões de habitantes.

OS TRANSPORTES - O artigo fala em "novos tipos de veículos de velocidades estonteantes", mas isso é um tanto vago (aliás, como toda "boa" previsão). Diz ainda que navios e trens perfariam centenas de quilômetros por hora em almofadas de ar, e os aviões, que se elevariam como helicópteros, projetar-se-iam como foguetes, na horizontal, cruzando os oceanos em pouco mais de uma hora. Para o tráfego já então congestionado das grandes metrópoles, a solução seria monotrilhos 30 metros acima do nível das ruas; os caminhões seriam peças de museu (as cargas seguiriam por encanamentos pneumáticos), e os automóveis, movidos por "células elétricas de combustível". Para pequenos passeios no perímetro urbano, os cidadãos voariam com auxílio de "cinturões-foguete".

AS COMUNICAÇÕES - Satélites de todos as formas, tamanhos e nacionalidades envolveriam a Terra, captando e retransmitindo sinais de rádio, televisão e telefonia. Telas luminosas mostrariam quem está do outro lado da linha do telefone, e o usuário não precisaria discar números - bastaria falar diante do fone e o aparelho se encarregaria do resto. Telefones móveis estariam presentes em todos os veículos, e os aparelhos elétricos, distribuídos pelos diversos cômodos das casas, seriam interligados por um controle geral unificado (através de dispositivos de controle remoto por comando de voz, o usuário poderia preparar o banho, cozinhar refeições, ligar o ar-condicionado, etc.).

A MEDICINA - Os médicos gastariam mais tempo prevenindo do que curando enfermidades; os pesquisadores já teriam encontrado a cura para o resfriado comum, criado vacinas contra o câncer e provido condições para que os cirurgiões substituíssem órgãos doentes ou danificados por partes humanas (ou de animais) retiradas de estoques. Pílulas controlariam o envelhecimento e a cola cirúrgica substituiria as suturas, para fechar incisões.

A CIDADE - As grandes metrópoles seriam cheias de ar, espaço, torres iluminadas pelo sol, alamedas arborizadas, fontes de águas límpidas e parques verdejantes. Edifícios de escritórios, hotéis, teatros e museus seriam construídos na região central, ao passo que indústrias pesadas, usinas de força e luz e atividades comerciais espalhar-se-iam em torno dos agrupamentos urbanos. O tráfego de veículo seria proibido nos grandes centros, onde esteiras rolantes subterrâneas levariam suprimentos e cargas para fora da cidade. Os habitantes alcançariam os anéis metropolitanos em veículos particulares, em grandes trens de rodas de borracha e em "vagens humanas" levadas pelos ares por helicópteros capazes de operar com qualquer tempo. Dalí, monotrilhos conduziriam os passageiros para o centro da cidade, e calçadas móveis os levariam pelo resto do caminho.

O ESPAÇO - As mais audazes aventuras do homem teriam lugar no espaço exterior. Viagens à Lua seriam um acontecimento corriqueiro, e os astronautas já estariam explorando os mais afastados recantos do Sistema Solar. Grandes e bem equipadas estações espaciais orbitariam a Terra, com centros de pesquisa, estações meteorológicas e terminais para viagens à Lua e a outros planetas.

A ENERGIA - A expansão da população mundial exerceria uma pressão mais poderosa sobre os recursos naturais. Precisaríamos de 12 vezes mais alumínio, 3 vezes mais madeira, 2 vezes mais ferro e 2 1/2 vezes e mais água doce (que seria extraída do mar). A fissão termonuclear seria a solução que transformaria os oceanos na fonte de energia necessária para abastecer a humanidade por milhares e milhares de anos.

Bom dia a todos e até mais ler.