A PIOR FORMA
DE SOLIDÃO É A COMPANHIA DE UM PETISTA.
Mania importada
dos EUA, onde acontece logo após o Dia
de Ação de Graças, a Black Friday
tupiniquim conquistou rapidamente os consumidores locais. Tanto é que os
comerciantes vêm investindo mais nessa “promoção” do que nas vendas de Natal e Dia das Mães. Sua quarta edição ocorre hoje, quando, espera-se,
milhares de produtos das mais diversas categorias sejam oferecidos a preços
reduzidos.
Observação: A Black Friday funciona como
estratégia para liquidar estoques, estimular os consumidores a visitar as lojas
e comprar outros artigos que não necessariamente estão em promoção. Muitas
lojas ― tanto físicas quanto virtuais ― anteciparam os descontos, até porque precisam fazer caixa diante da crise. A
título de ilustração, na última terça-feira em vi na Web uma Smart TV LG 4K de 50 polegadas
anunciada por R$1,5 mil ― o que é uma
pechincha, considerando que em fevereiro eu paguei (estou pagando, melhor
dizendo) R$2,3 mil por um modelo
similar, mas menor, com tela de 40 polegadas.
Como não
adianta chorar sobre o leite derramado, o jeito é tomar cuidado para não cair
no conto do vigário dos comerciantes que aumentam artificialmente os preços dos
produtos e então aplicam “descontos mirabolantes”, levando os incautos a
acreditar que estão fazendo um negócio da China. Para evitar dissabores e
prevenir arrependimentos, atente para as seguintes sugestões:
― Mantenha sua lista de desejos dentro dos
limites do seu orçamento. Estabeleça prioridades e planeje com antecedência
a melhor forma de pagamento (à vista, no cartão de crédito, em parcelas, e por
aí afora.
― Antes de
fornecer seus dados pessoais e de cartão de crédito, tenha certeza que o site
de é seguro. Esta confiabilidade é confirmada por um cadeado ao lado do endereço
no navegador ou pelo URL da página,
que deve começar por https. O “s” indica que as informações são
criptografadas, o que aprimora a segurança. Observe ainda se o site exibe o selo Black Friday Legal, que garante
descontos reais e prova que a loja realmente existe.
― As ofertas das lojas participantes da Black Friday podem ser encontradas
durante as 24 horas do dia 29 de novembro, separadas por lojas e categorias, no
site
oficial da ação ― onde é possível fazer um cadastro para receber as
ofertas e novidades por email e concorrer a prêmios. Mas o Mercado Livre e outros websites afins permitem conferir a reputação
dos vendedores e consultar comentários deixados por outros consumidores.
Acesse-os, e tenha sempre em mente que produtos com valores muito abaixo da
média do mercado devem ser verificados com especial atenção.
― Uma lista divulgada pelo Procon reúne 500 sites que você deve
evitar. Para consultá-la, siga este link.
― Caso você
tenha pressa em receber a mercadoria, evite
pagar utilizando boleto bancário (isso sem mencionar o risco de fraudes).
Tenha em mente que, mesmo efetuando o pagamento no dia da emissão do boleto, o
produto só será liberado após a compensação, e diante do grande número de compras
nessa data, a entrega pode demorar bem mais do que o esperado.
― Falando em
entrega, não deixe de atentar para o valor
do frete ― alguns comerciantes não cobram esse adicional, ao passo que
outros o embutem no preço do produto. E lembre-se: pagamento parcelado pelo
mesmo preço à vista embute, sim, acréscimos que o comerciante não revela ao
consumidor.
― Evite fazer compras online através de computadores compartilhados (da escola,
de cybercafés, bibliotecas e assemelhados) e/ou redes Wi-Fi abertas. Mesmo usando seu notebook ou smartphone e
acessando sites seguros, a bandidagem digital pode invadir o roteador e
capturar seus dados pessoais, informações bancárias e de cartão de crédito. Em
último caso, opte por uma rede que exija
senha.
― Para
melhor direcionar as reclamações dos consumidores, o Busca
Descontos fez uma parceria com o site, Reclame
Aqui, onde há canal exclusivo para denúncias e reclamações de usuários
sobre as ofertas da Black Friday Brasil
2016.
QUE PAÍS É ESTE?
No acordo de delação que vem negociando com a Justiça, Emílio Odebrecht afirma que o “ITAQUERÃO” (estádio construído na
zona leste de São Paulo pela empreiteira do grupo Odebrecht) foi uma espécie de
presente ao deus pais da petelândia ― da mesma forma que as suntuosas
reformas que a OAS do amigão Leo Pinheiro bancou no sítio de Atibaia e no triplex do Guarujá, cuja propriedade
sua insolência insiste pateticamente em negar, a despeito da cachoeira de evidências
em contrário.
Voltando ao Itaquerão:
Lula, que é corintiano roxo, vinha atribuindo à falta de um estádio próprio o
desempenho sofrível ao Timão ― que
foi rebaixado em 2007 e amargou o quinto lugar no Campeonato Paulista, o terceiro no Brasileiro e o nono na Libertadores
em 2010, último ano do segundo mandato do petralha. Então, no melhor estilo “gênio da lâmpada de Aladim”, a Odebrecht pôs mãos à obra
(literalmente) e atendeu o desejo do petralha.
A arena custou R$1,2
bi ― 46% a mais do que o previsto inicialmente. Desse total, R$750 milhões foram financiados pelo BNDES e pela CEF, e o restante, bancado por isenção de impostos concedida pela prefeitura de Sampa (dinheiro público,
portanto). No entanto, dos R$420 milhões
em títulos com emissão autorizada pela prefeitura, apenas R$25 milhões foram vendidos, e como a arrecadação do estádio não
tem correspondido às expectativas (no ano passado, foram arrecadados R$90 milhões dos R$112 milhões previstos), o clube vem enfrentando dificuldades para
pagar as parcelas mensais de R$ 5,7 milhões
ao BNDES, e pode vir a perder a “menina dos olhos de Lula” para a Odebrecht.
Observação: Na versão do presidente do conselho de
administração da Odebrecht, a
construção do Itaquerão foi uma
retribuição à ajuda do ex-presidente ao grupo, cujo faturamento cresceu de R$17,3 bilhões para R$132 bilhões de 2003 a 2015,
impulsionado pelos ventos benfazejos soprados pelos governos petistas. Aliás, o
então presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, havia dito [em 2011 à
revista "Época"] que Emílio participara do projeto
financeiro da arena: "Quem fez o
estádio fomos eu e o Lula. Garanto que vai custar mais de R$ 1 bilhão. Ponto. A
parte financeira ninguém mexeu. Só eu, o Lula e o Emílio Odebrecht".
Curiosamente ― ou nem tanto ―, todos esses personagens são alvo da Lava-Jato.
Mas nem só de Itaquerão
vive o zoológico de elefantes brancos
da Copa de 2014. A reforma do Maracanã, no Rio de Janeiro, também
custou R$1,2 bilhão (o dobro do previsto)
― e serviu para encher as burras do ex-governador
Sérgio Cabral, que foi preso na semana passada e
continua hospedado em Bangu 8, ao
contrário do também ex-governador Anthony
Garotinho (que, depois ser
transferido do Bangu 8 para um
hospital particular, passou a cumprir domiciliar, mas há suspeitas de
maracutaia: numa conversa gravada pela PF
antes de sua prisão, Garotinho dizia
ao advogado Fernando Fernandes que “tudo seria resolvido com a ‘ajuda’ da
ministra Luciana Lóssio, do TSE”).
Na Arena Amazônia,
construída em Manaus, a propina
chegou a ser cotada em 10% do valor da obra ― taxa padrão no governo do
peemedebista Eduardo Braga. Na Arena das Dunas, em Natal, as irregularidades puseram na
mira dos investigadores o ex-ministro Henrique
Alves e o ex-senador José Agripino
Maia, que teriam recebido propina em troca de ajuda no processo de
liberação do financiamento para a obra.
E os cidadãos de bem ― ou “contribuintes”, como o governo se refere aos otários
que pagam religiosamente seus impostos ― é que vão bancar mais essa conta
milionária. Enquanto isso, os Três Poderes continuam a desperdiçar bilhões em
mordomias, privilégios, salários acima do teto, benefícios vitalícios, auxílios
moradia e transporte... Tudo inadmissível num país que sofre com desemprego,
inflação e outras consequências do governo inepto e pantagruélico da nefelibata
da mandioca ― é, ela mesma, que agora, pasmem, resolveu reivindicar cartão-combustível de R$3 mil por mês!!!
Que país é este?
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