PERTO, DEVEMOS
FAZER O INIMIGO ACREDITAR QUE ESTAMOS LONGE; QUANDO LONGE, DEVEMOS FAZÊ-LO
ACREDITAR QUE ESTAMOS PERTO.
O Preview Build 1486, liberado pela Microsoft nesta semana para
participantes do programa Windows 10 Insider, permite
desligar, bloquear ou reiniciar o computador por comandos de voz.
Trata-se de
mais uma novidade a ser testada visando pavimentar caminho para uma nova atualização
abrangente do Ten, batizada de Creators Update, cujo lançamento
deve ocorrer ainda no primeiro semestre de 2017.
Pena que
para muitos de nós, que ainda nem conseguimos instalar o update de aniversário e, portanto, não dispomos da assistente Cortana, o comando Ligar/Desligar (do menu Iniciar) e o botão Power (do computador) continuam sendo as únicas alternativas que
nos restam. Mas pelo menos elas funcionam.
Com PC World / EUA
OS VOOS DE PIMENTEL
O governador que decretou
“calamidade financeira” em Minas Gerais e parcelou o salário do funcionalismo
se arroga o direito de usar helicóptero oficial para buscar filho em uma festa
de réveillon ― e como ainda autoriza a compra de duas novas aeronaves.
Sem embargo do resumo lapidar consubstanciado pela frase acima,
vale lembrar que o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, é alvo de duas denúncias no âmbito da Operação
Acrônimo e vem se equilibrando no cargo por uma conjunção de maioria na
Assembleia Legislativa mineira e impasses jurídicos em Brasília (seus advogados
recorreram com base no artigo 86 da Constituição Federal, que prevê a
necessidade de aprovação de dois terços do Legislativo para a abertura de processo
contra o chefe do Executivo, e o ministro Celso
de Mello paralisou o trâmite da ação até que o plenário do STJ decida se aceita ou não a
denúncia).
Pimentel é amigo
de Dilma desde a militância estudantil.
Quando ela caiu, as redes sociais reverberaram a campanha “Agora é Pimentel”. Para os investigadores, ele teria transformado o
ministério em “agência de negócios”, alterando portarias para atender pleitos
de segmentos empresariais em troca de doações para sua campanha e para ele
próprio; para seus opositores, ele não tem condição moral de governar,
notadamente depois que o empresário Benedito
de Oliveira ― o Bené, como era
chamado por Dilma quando era
ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior em seu governo ―
informou, em sua delação premiada, que a propina recebida do grupo CAOA não foi de “apenas” R$ 2 milhões, mas de R$ 20 milhões (sete dos quais teriam
sido pagos no exterior, e o restante, usado em sua campanha).
Como já dizia Eça de Queiroz, políticos e fraldas devem ser trocados de
tempos em tempos, e pelos mesmos motivos. Pimentel parece ter especial vocação para fazer na vida pública o
que faz na privada. Detalhando melhor o episódio resumido no parágrafo de
abertura, sua insolência foi flagrada por “câmeras indiscretas” no primeiro dia
do ano, ao utilizar o helicóptero de prefixo PP-EPO, do governo estadual, para ir buscar o filho em Escarpas do
Lago ― luxuoso condomínio a 300 quilômetros da capital mineira. O vídeo viralizou
na Internet e causou protestos, notadamente entre os funcionários públicos, que
há meses vêm amargando um escalonamento no pagamento dos salários.
Em sua defesa, o governador petralha afirmou que “o deslocamento
do governador em aeronave está previsto em lei, e o uso é regulado por um
decreto de Aécio Neves, de 2005, e
que os ataques contra sua proba senhoria fazem parte de uma campanha insidiosa,
de um ‘pequeno setor da oposição’ que conhece perfeitamente a lei e o decreto
em questão, mas tenta atrapalhar e prejudicar o Estado em vez de ajudar a unir
os mineiros no enfrentamento da crise”. A desculpa não colou, naturalmente, e servidores protestaram
no dia seguinte, exibindo cartazes com helicópteros diante de um hospital
público infantil onde os funcionários estão com os salários atrasados. Aliás, o
que a nota da assessoria de Pimentel
não mencionou é o que consta no artigo 2º do mesmo decreto: “A utilização de aeronaves oficiais será
feita, exclusivamente, no âmbito da administração pública estadual, direta e
indireta, para desempenho de atividades próprias dos serviços públicos” ― o
que, evidentemente, não contempla a situação em tela. E ainda que não fosse
ilegal, a coisa seria no mínimo imoral, na medida em que denota total descaso
com a situação econômica do Estado, cuja dívida líquida atingiu, em agosto,
184% da receita.
Observação. Ironicamente, em outubro passado, o próprio Pimentel assinou um decreto restringindo
o uso de aeronaves oficiais como parte do esforço para controlar os gastos
públicos. Agora, a despeito de ter decretado “calamidade financeira” no Estado que hoje disputa com o RJ e o RS o
epíteto de “Grécia Brasileira”, o petista autorizou o reforço da frota mineira
de aeronaves com a compra de mais dois helicópteros AS350 B3, ao custo de R$
21,8 milhões. Também ironicamente,
as caudalosas denúncias de corrupção contra ele começaram precisamente em
virtude de um avião: a Operação Acrônimo
teve início em 2014, quando a PF apreendeu um jatinho que pousou em Brasília
com uma soma significativa em dinheiro vivo e farto material de campanha de Pimentel.
Caso prevaleça o entendimento de que a Assembleia
Legislativa não precisa autorizar qualquer investigação, a vida do petista
ficará mais difícil. Seu destino dependerá apenas da Justiça, e não de aliados
políticos. Se sobreviver às acusações, ele terá ainda de enfrentar um estado em
crise e, agora, sem a ajuda dos antigos companheiros do Palácio do Planalto.
Como dizia minha finada avó, um dia a casa cai. Por mais que pegue carona em aeronaves oficiais,
em algum momento esse imprestável vai cair.
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