Passando ao tema da postagem, desde ontem que foi constatada
a ausência de atividade cerebral na ex-primeira-dama Marisa Letícia.
A família até autorizou a retirada de órgãos para doação e informou que o
velório aconteceria no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, na grande São Paulo,
mas a novela continua: segundo notícias recentes, somente hoje, sexta-feira,
que a finada será submetida a dois exames para comprovar sua morte cerebral. O
primeiro deve acontecer logo mais, às 12h, e o segundo, por volta das 18h.
Esses exames fazem parte do protocolo de avaliação de morte cerebral e são
obrigatórios para que se prossiga com a doação de órgãos. Fico pensando se essa
situação não seria bem outra se dona Marisa tivesse sido levada para um
nosocômio do SUS em vez de internada no Sírio-libanês (um
dos hospitais mais caros do Brasil), mas isso já é outra história.
Observação: A propósito, li num site qualquer
que “Mesmo não tendo sido oficializada a morte, família confirma velório no
ABC” ― vejam como a forma de noticiar um fato pode dar margem a
interpretações dúbias; no caso em tela, de que vão enterrar a mulher viva
mesmo.
Para atualizar o relato: Na noite de quinta, o comandante da ORCRIM recebeu
a visita do presidente da Banânia, que chegou ao hospital por volta das 22h,
acompanhado de Eunício Oliveira, Renan Calheiros, Edison Lobão, Cássio Cunha Lima, Henrique Meirelles, José
Serra, Moreira Franco e José Sarney. Todos foram enfaticamente
hostilizados pela turba que se concentrava diante do hospital. Aliás, se a PF tivesse
deflagrado uma nova vertente da Lava-Jato naquela noite, o Sírio-Libanês seria
o lugar ideal para fazer algumas prisões.
Enfim, a desgraça une, como se costuma dizer. Resta saber se Temer irá
visitar Lula na cadeia, quando for a hora, ou se a recíproca
acontecerá caso se confirmem as denúncias de práticas nada republicanas por
parte do ex-vice de Dilma e hora presidente da República. Mas
isso também é outra história.
Nas redes sociais, houve manifestações de solidariedade ao Clã dos Lula da Silva, mas também não
faltaram politizações do tema. O próprio molusco abjeto atribuiu a morte da
mulher à tensão decorrente das acusações na Lava-Jato, e outros imbecis
chegaram a acusar diretamente o juiz Sergio Moro ― vejam vocês
o ponto a que chega a ignorância do povinho escolhido para habitar este país.
Aliás, segundo uma velha anedota, o Criador foi acusado de protecionismo ao
favorecer o Brasil, que é, indiscutivelmente, um país privilegiado, e, para
botar água na fervura da oposição, Deus resolveu povoar aquele território
abençoado com... Bom, deixa pra lá.
Entre as mensagens mais polêmicas, houve quem comemorasse,
quem escrevesse coisas como “aqui se faz, aqui se paga”, e quem insinuasse interesses políticos na morte da ex-primeira-dama. Um meme compartilhado à
exaustão pelas redes acusa Lula de “capitalizar com a
tragédia”. Eu, de minha parte, vou acompanhar o desenrolar dos acontecimentos e
noticiar os fatos. Já deixei clara minha posição sobre a morte não
alterar os atos cometidos na vida pregressa nem anular suas consequências como
num passe de mágica. Para mim, fiduma vivo não vira santo, vira fiduma
morto (labora em favor do desinfeliz apenas o fato de nos ter livrado de sua
incomodativa presença). Mas ressalto que essa minha maneira de ver as coisas
não necessariamente tem a ver com a morte da ex-primeira dama ou expressa minha
opinião sobre o ocorrido.
Abraços a todos e até a próxima.
Confira minhas atualizações diárias sobre política em www.cenario-politico-tupiniquim.link.blog.br/
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