Muita gente já está até os tampos com as boçalidades de Lula e com a permanência, no Palácio do
Planalto, do produto de 13 anos e fumaça do lulopetismo ― para quem não sabe ou
não se lembra Temer só chegou à
presidência porque foi escolhido pelo molusco eneadáctilo (e ora hepta-réu), em
2010, para ser o vice na chapa encabeçada pela anta vermelha. Isso sem
mencionar a caterva que cultua Bolsonaro
e/ou pugna por uma intervenção militar, composta de extremistas de direita que,
como os esquerdopatas, mereceriam nosso mais profundo desprezo, não fosse pelo
fato de essa gente votar. E como o poder
abomina o vácuo, é justamente aí que mora o perigo.
Observação: Dias atrás, durante uma palestra para
maçons, o general Hamilton Mourão
defendeu abertamente um golpe militar.
É certo que situações desesperadoras exigem medidas extremas, mas repetir os erros
do passado esperando obter resultados diferentes no futuro é burrice. A Procuradoria Geral da
Justiça Militar afirmou que “o general não infringiu nenhum artigo do Código
Penal Militar”; o comandante do Exército, “que o problema estava superado”; e o
ministro da Defesa, que “há um clima de absoluta tranquilidade e observância
aos princípios de disciplina e hierarquia constitutivos das Forças Armadas”. Aí
temos uma fenomenal hegemonia da burrice,
pois o comandante das Forças Armadas é o presidente da República, e uma intervenção
militar só pode ocorrer nos casos previstos pela Constituição ― nenhum dos
quais tem a ver com a não punição de políticos corruptos.
É notável a semelhança entre os discursos de Temer e seus vassalos e os de Lula e seus lunáticos seguidores,
notadamente quando rebatem as acusações de que são alvo. Isso ficou
patente por ocasião da segunda denúncia de Janot
contra o presidente e do depoimento bombástico de Antonio Palocci ao juiz Moro,
que atropelou o petralha parlapatão com a força de uma locomotiva descontrolada.
Os dois insolentes se dizem perseguidos ― Lula, por Moro; Temer, por Janot ― e buscam convencer a população
a ignorar o que existe contra eles. O peemedebista acusa o ex-procurador-geral de
conspirar contra ele para prejudicar as reformas ― como se Janot agisse em causa
própria ―, ao passo que o petralha atribui as acusações contra ele a uma
conspiração que visa impedi-lo de concorrer novamente à presidência.
Até nas metáforas as defesas se parecem. Logo depois de
Janot formalizar a segunda denúncia contra Temer,
o Planalto publicou que se tratava de uma peça de “realismo fantástico”. Lula, por seu turno, disse que Palocci, um médico frio e calculista,
“é capaz de simular uma mentira mais verdadeira que a verdade”.
Agora à tarde, o STF
deve decidir sobre a denúncia de Janot
contra Temer ― desta vez por
organização criminosa e obstrução da Justiça. Segundo Merval Pereira, o placar deverá ser de 7 a 4 ou 8 a 3 a favor do
encaminhamento da denúncia à Câmara. Mas estamos no Brasil, onde nada mais
surpreende. Enquanto o ministro Marco
Aurélio Mello se disse espantado com o pedido do advogado Antonio Cláudio Mariz ― para sustar a
denúncia contra seu cliente ―, Gilmar
Mendes defendeu o causídico.