Setores influentes do PT
têm defendido em conversas internas que o partido aproveite o período de
relativa tranquilidade política, durante a Copa do Mundo, para sondar cenários no
caso de Lula ser impedido de
disputar as eleições. O objetivo seria apenas preparar o partido para a
hipótese (?!) de o criminoso condenado ser barrado, e não representaria algum
tipo de questionamento à estratégia petista de manter sua candidatura até o
fim. O argumento é saber qual é o perfil preferido pelos eleitores, testar
nomes e a capacidade de transferência de votos do líder encarcerado.
Gleisi Hoffmann —
que será julgada nesta semana por corrupção e lavagem de dinheiro — vem
tentando melar o debate, mas conversas sobre estratégias sem Lula têm sido inevitáveis. Na semana
passada, o tema veio à tona em reunião de uma espécie de conselho político
informal criado por “narizinho” e integrado por membros da Executiva do PT e ex-ministros, como Franklin Martins, Fernando Haddad, Aloizio
Mercadante e Paulo Vannuchi, e
petistas históricos como Rui Falcão
e José Genoino. Em conversas
reservadas, vários deles admitem que a candidatura de Lula é um ativo político precioso, mas inviável do ponto de vista
legal e, portanto, o PT precisa
sondar cenários e, no devido tempo, iniciar o processo de substituição.
Também na semana passada, Lula deixou claro que deseja um vice de fora do PT, barrando o movimento de
governadores petistas que defendiam um nome partido, que, confirmado o
impedimento do chefe, assumiria a cabeça de chapa. No entanto, o plano esbarra
nos nomes disponíveis. Josué Gomes da
Silva, filho do ex-vice-presidente José
Alencar, é o nome dos sonhos, mas está filiado ao PR, com aval do ex-presidente. Setores do PR apoiam a candidatura de Jair
Bolsonaro, e o senador Magno Malta
chegou a ser sondado para vice.
Isso está parecendo o PCC,
onde os líderes comandam, de dentro dos presídios, ações criminosas dos membros
da quadrilha que estão em liberdade. Só no Brasil, mesmo.
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