“Relembrar o passado é
viver duas vezes”, já disse o poeta. Pieguices à parte, é certo que quem esquece os erros do passado tende a
repeti-los no futuro, e que insistir
no mesmo erro, esperando produzir um acerto, é a mais rematada burrice.
Em 2010, o Brasil elegeu pela primeira vez uma presidente
mulher — ou uma presidenta, como anta
sacripanta exigia ser chamada. A catástrofe
anunciada — não por ser mulher, mas por
ser uma incompetente de quatro costados — só chegou ao Planalto devido ao
apoio do criminoso de Garanhuns, que
então gozava de altíssima popularidade entres os idiotas úteis — que neste país
já nascem com o título eleitoral enfiado no rabo.
A incompetência da Bruxa
Má do Oeste era uma característica inata. Tanto é que, em meados dos anos
90, levou à falência duas lojinhas tipo R$1,99
— justamente quando a paridade entre o real e o dólar propiciava a importação e
revenda de badulaques (a propósito, leia o
post que publiquei no final de 2014).
Tocar uma lojinha
de tranqueiras baratas deveria ser algo trivial para alguém que dali a 15 anos
se apresentaria aos eleitores como a “gerentona” capaz de governar o Brasil,
mas os artigos revendidos pela Pão & Circo (esse era o
sugestivo nome do negócio) eram importados de um bazar no Panamá, para onde a calamidade em forma de gente e sua
ex-cunhada Sirlei Araújo, sócia no empreendimento, viajavam para
comprar as bugigangas. E a despeito de a mercadoria custar barato, o negócio era
impopular — como sua dona se tornaria ao longo do seu nefasto governo.
Ao abrir a vendinha
em Porto Alegre, a estocadora de vento
não levou em conta que “o olho do dono engorda o porco”, e só aparecia
por lá eventualmente, preferindo dar ordens e terceirizar as tarefas do dia a
dia — como fez ao delegar a economia ao ministro Joaquim Levy e a
política ao vice Michel Temer, até este desistir da função
dizendo-se boicotado pelo (então) ministro-chefe da Casa Civil Aloizio
Mercadante. Na sociedade da Pão & Circo, o equivalente a Mercadante era Carlos Araújo, ex-marido de Dilma, que
lhe dava conselhos sobre como turbinar as vendas, mas era tão inepto quanto ela,
embora “ela” viria a chefiar a Casa
Civil e presidir o Conselho de
Administração da Petrobras no governo Lula, por ocasião da
negociata de Pasadena.
Fato é que a nefelibata da mandioca teve uma
carreira meteórica: sem saber atirar, virou modelo de guerrilheira; sem ter
sido vereadora, virou secretária municipal; sem passar pela Assembleia
Legislativa, virou secretária de Estado; sem estagiar no Congresso, virou
ministra; sem ter inaugurado nada de relevante, virou estrela de palanque; sem
jamais ter tido um único voto na vida até 2010, virou presidente da Banânia.
Feito esse breve
preâmbulo, vamos ao que interessa: os últimos dias da Copa na Rússia, diz o jornalista J.R. Guzzo em sua coluna em Veja desta semana, levaram o mundo
inteiro a descobrir a figura política mais interessante que já apareceu no
noticiário há muitos e muitos anos. É essa graça de presidente da Croácia, um espetáculo de simpatia, bom
humor e exuberância em estado puro que tem o nome muito feliz de Kolinda — e foi torcer pela
equipe do seu país nos jogos da semifinal e final do torneio.
Numa paisagem rudemente castigada pelas Merkel, as Kirchner ou
as Thatcher, fomos premiados de
repente com a visão de uma tremenda bonitona de 50 anos, uma louraça fervendo
de alegria e de charme na tribuna de honra, vestida com a camiseta quadriculada
em vermelho e branco do seu time. Ali, dançando na torcida, lembrou a todos nós
que ainda é possível haver na chefia de um governo alguém que seja, ao mesmo
tempo, uma mulher e um ser humano atraente. Para os brasileiros, então, Kolinda Grabar Kitarovic foi uma festa.
É claro. A nós coube, em matéria de mulher-presidente, nada menos que Dilma Vana Rousseff — um
fenômeno de antipatia, mau humor e cara feia diante da vida, dada a falar o
tempo todo coisas incompreensíveis, ditas com impaciência e permanente ar de
ameaça, sempre irritada, sempre infeliz.
Mas a diferença entre a sorte dos croatas e a dos
brasileiros vai muito além. A desvantagem fica feia, mesmo, quando se entra nas
comparações de caráter, integridade e postura como servidora pública de cada
uma delas. Kolinda foi para a copa da Rússia pagando todas as
despesas do seu próprio bolso. Viajou
junto com a torcida, num voo de baixo custo e num assento comum. Mandou que
fossem descontados do seu salário os dias em que esteve fora do seu local de
trabalho. Desceu aos vestiários, depois dos jogos, para se misturar com os
jogadores — festejando junto a eles a semifinal, consolando a todos
na derrota para a França na final.
Da soma entre Dilma,
presidência e futebol, o que sobrou, na vida real, é a imagem de uma mulher
aterrorizada na final da Copa de 2014, em pleno Maracanã — a presidanta simplesmente se escondia da
torcida, em seu próprio país, com medo das vaias (seu criador, que passou anos
a fio se vangloriando de ser o grande responsável por “trazer a Copa” para o
Brasil, não teve coragem de ir à uma única partida durante todo o torneio).
Quanto à soma entre Dilma,
presidência e aviões, a comparação
com Kolinda é outro desastre. Nossa
ex-presidente torrou sabe-se lá quantos milhões de dólares viajando num ritmo
alucinado para baixo e para cima por este mundo afora, no jato da Presidência
da República, com cada tostão pago integralmente por você.
Chegou a desviar a rota do avião oficial porque queria jantar em Lisboa e
passar uma noite no Hotel Ritz, onde
as diárias podem superar R$ 25.000. Quer dizer: há simplesmente um abismo entre uma mulher e outra.
Não se trata de má vontade ou de probleminhas secundários. O
que existe realmente aí, quando se quer dizer as coisas como elas são, e não
empulhar o público com cantoria ideológica de terceira classe, é a diferença
entre duas maneiras de ver o papel da pessoa pública. Uma é honesta — na verdade, é exatamente aquela que o público
tem o direito de esperar. A outra é desonesta. Fim de conversa.
O estilo Dilma —
e de praticamente todos os senhores de engenho que de uma forma ou de outra mandam
no Brasil — mostra com muita clareza uma doença clássica do subdesenvolvimento:
o descaso arrogante, audacioso e automático que todos eles têm pelo dinheiro
público.
Presidentes da República, em especial, são uma prova viva desta
deformação administrativa e moral. Conseguiram, ao longo do tempo, construir em volta de si um monstro chamado “presidência
da República” — hoje com cerca de 20.000 funcionários, aviões,
cartões de crédito e um custo anual de 650 milhões de reais, ou mais do que a
Casa Real Britânica. Continuam gastando mesmo depois que deixam de ser
presidentes — os cinco que estão vivos consomem entre 5 e 6 milhões de reais por ano em
pensões, carros, assessores, o diabo. Quando vão para a cadeia, como acontece
hoje com Lula, ficam ainda mais
caros, pois é preciso pagar a sua manutenção no xadrez; uns R$ 300 mil por mês,
no caso do criminoso de Garanhuns.
Lá, por decisão da Justiça, ele mantém todos os seus benefícios — o
que gera o prodígio de estar preso e, ao mesmo tempo, ter dois carros com
chofer à sua disposição.
Isto aqui é outro mundo.
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