Antes do texto do iluminado jornalista J.R. Guzzo, seguem algumas considerações sobre o quiproquó criado pelo site "cumpanhêro" The Intercept Brasil, que vem vazando material criminoso, obtido ilicitamente, visando enxovalhar a reputação do ex-juiz Sérgio Moro, dos procuradores da Lava-Jato e da própria operação anticorrupção que, dentre outros benefícios notórios, levou à prisão o sumo pontífice da seita do inferno.
De dezembro a esta parte, três fatos produzidos no arraial lulista e no STF comprovam por si só que o hackeamento dos celulares de agentes da lei foi idealizado, encomendado e pago por suspeitos, acusados, processados e condenados na Lava-Jato e suas derivações. Dois são spoilers: O primeiro, do ministro Gilmar Mendes, que pediu vista do recurso da defesa de Lula e devolveu para julgamento assim que o Intercept publicou sua imunda obra de desconstrução. O segundo, ainda mais suspeito, do próprio Lula, que, na entrevista dada em abril à Folha e a El Pais, garantiu que Moro “seria desmascarado”. O terceiro é Lula e seus advogados acrescentaram aos argumentos apresentados no recurso o material criminoso divulgado pelo tal site ímprobo.
Sobre a interminável sessão na CCJ do Senado, durante a qual, por todo o dia de ontem, o ministro Sérgio Moro foi submetido a uma edição revista e atualizada da Santa Inquisição, falarei numa próxima oportunidade. Passemos sem mais delongas ao artigo de Guzzo:
A mais rica cidade do Brasil é atravessada de ponta a ponta, ao longo de quase 25 quilômetros, por um dos mais extensos, perigosos e sinistros esgotos a céu aberto do planeta: o Rio Tietê. Essa fossa, riquíssima
em tudo o que pode haver em matéria
de coisa podre, de lixo e de tóxicos
em seus estados mais agressivos, é
confinada entre avenidas gigantes dos dois lados, as célebres “Marginais”,
pelas quais passam diariamente cerca de 2 milhões de veículos com toda a
emissão de gás carbônico a que têm direito. Um sujeito que cair ali dentro pode
perfeitamente não ter tempo de se afogar —
corre o risco real de morrer envenenado antes, no meio da pasta química mortal
que substitui há décadas a água corrente do rio.
De dezembro a esta parte, três fatos produzidos no arraial lulista e no STF comprovam por si só que o hackeamento dos celulares de agentes da lei foi idealizado, encomendado e pago por suspeitos, acusados, processados e condenados na Lava-Jato e suas derivações. Dois são spoilers: O primeiro, do ministro Gilmar Mendes, que pediu vista do recurso da defesa de Lula e devolveu para julgamento assim que o Intercept publicou sua imunda obra de desconstrução. O segundo, ainda mais suspeito, do próprio Lula, que, na entrevista dada em abril à Folha e a El Pais, garantiu que Moro “seria desmascarado”. O terceiro é Lula e seus advogados acrescentaram aos argumentos apresentados no recurso o material criminoso divulgado pelo tal site ímprobo.
Sobre a interminável sessão na CCJ do Senado, durante a qual, por todo o dia de ontem, o ministro Sérgio Moro foi submetido a uma edição revista e atualizada da Santa Inquisição, falarei numa próxima oportunidade. Passemos sem mais delongas ao artigo de Guzzo:
A mais rica cidade do Brasil é atravessada de ponta a ponta, ao longo de quase 25 quilômetros, por um dos mais extensos, perigosos e sinistros esgotos a céu aberto do planeta: o Rio Tietê.
Nenhuma forma conhecida de vida sobrevive dentro desse
horror, mas isso é só uma parte do problema. Pouco antes de sair do município
de São Paulo, em direção à sua foz 1.100 quilômetros adiante, o Tietê encontra
o canal do Rio Pinheiros — outro sério concorrente ao título de Oitava Maravilha
da Poluição Urbana
do Mundo, negro de imundície
e igualmente ladeado por duas avenidas de tráfego insano. Sua única vantagem: é um pouco mais curto que a cloaca
irmã.
Parece claro que existe aí um problema ambiental monstruoso,
desses que teriam de ser resolvidos antes de quaisquer outros pelas autoridades
e defensores da natureza em qualquer país mais ou menos civilizado do mundo — até porque prejudica diretamente os 21 milhões de brasileiros que
moram na área
metropolitana de São
Paulo. Parece, mas não
é. Não apenas não é: não passa pela cabeça de ninguém que possa ser assim,
entre os milhares de ambientalistas, ecologistas, engenheiros ambientais,
naturalistas, indigenistas, procuradores, fiscais e o resto dos burocratas que
infestam as repartições de defesa do meio ambiente nos três níveis da
administração.
Isso sem contar, naturalmente, com as ONGs “do verde”; para essas, então, falar em poluição urbana é
praticamente um crime. A única questão ambiental válida, em tal mundo, é o
pacote que engloba florestas, cerrados, mangues, ilhas perdidas, fauna, flora,
bagres de rio — tudo,
em suma, que não
inclua o ser humano, salvo se ele for índio. O Rio Tietê que se dane. O que
interessa é pegar o cidadão que cortou um pé de gabiroba num sítio perdido em
algum fim de mundo, ou exigir prisão inafiançável para o infeliz que matou um
macaco-prego no sertão do Ceará.
O verdadeiro desastre ambiental do Brasil do século XXI não
está no meio do mato, e sim na cara de todo o mundo, todos os dias; não afeta
sapos ou papagaios, mas mata gente de carne e osso. Centenas de cidades
brasileiras com mais de 50.000 habitantes são envenenadas por rios mortos como
o Tietê e o Pinheiros. Não menos que 50% da população, ou 100 milhões de
pessoas, não dispõem de esgotos. Uns outros 40 milhões, possivelmente, não têm
acesso a água tratada de boa qualidade. Há 3.000 lixões em pleno funcionamento
em 1.600 cidades por todo o país —
aterros ao ar livre onde lixo e todo tipo de detritos são jogados e abandonados, sem qualquer tratamento.
Desde 2014 não
deveria mais existir nenhum lixão
aberto no Brasil, por exigência
da lei; só que há mais lixões hoje do que
havia cinco anos atrás. Essas cordilheiras de dejetos contaminam a água, poluem
o ar e envenenam o solo. Cerca de 95 milhões de cidadãos, segundo cálculos das
empresas de limpeza pública, têm sua saúde e qualidade de vida diretamente prejudicadas
pelo descarte no lixo no meio da população em geral.
Mas quem é que está ligando para isso, entre os autocratas
ambientais? Suas paixões são outras. Entre os surtos que vivem tendo, tornou-se
conhecido, recentemente, o bloqueio que o Ministério Publico comanda há oito
anos contra a construção da linha mestra de transmissão de energia elétrica em
Roraima. Como os 350 índios Waimiri — isso mesmo, 350 — que vivem nos 225.000 quilômetros quadrados de
Roraima têm objeções ao linhão, o MP vem vetando sistematicamente
as obras, desde sua aprovação em 2011. Com isso, a maior parte do território do
Estado e seus 500.000 habitantes não recebem um único watt de eletricidade
brasileira. São obrigados a depender de fornecimento importado da Venezuela — que hoje não consegue
produzir nem papel higiênico, e vive falhando na entrega. Há, agora, um esboço
de solução. A população de Roraima reza.
O universo ecológico diz que o Brasil deveria, ao mesmo
tempo, eliminar seus problemas ambientais urbanos, permitir o progresso e
preservar a natureza. Grande ideia. É só executar.
Texto de J.R. Guzzo
Mudando de pato pra ganso, assista a este vídeo:
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