ACREDITE EM
METADE DO QUE VOCÊ LÊ E EM NADA DO QUE VOCÊ OUVE. QUANTO AO QUE VOCÊ VÊ, DÊ UM DESCONTO;
AFINAL, NEM TUDO É O QUE PARECE.
Tradicional dia de descontos nos Estados Unidos, a Black Friday desembarcou por aqui em
2010 e logo caiu no gosto do consumidor tupiniquim, a despeito de maus
comerciantes inflarem os preços antes de reduzi-los — o que garantiu à promoção
o epíteto de "Black Fraude"
e o slogan "tudo pela metade do dobro". Nove anos depois, o cenário é
outro. Ainda há gatunagem, naturalmente, até porque, como na fábula do
escorpião, as pessoas têm dificuldade em agir contra sua natureza. Por outro
lado, os consumidores estão mais do que nunca dispostos a fazer valer seus
direitos, e isso vem produzindo bons efeitos no comportamento dos lojistas, que,
aos poucos, percebem que agir com lisura na promoção — que neste ano acontece
no próximo dia 29 — é a chance de compensar o despenho sofrível do comércio no
primeiro semestre de 2019.
De acordo com levantamento feito pela Zoom, dos 4 398
entrevistados em setembro em todo o país,
mais de 90% afirmaram que pretendem realizar alguma compra na Black Friday, e
60% disseram que deverão
gastar mais de 1 000
reais. Do lado de lá
do balcão, 21% dos
empresários brasileiros que atuam no comércio e no ramo de serviços devem
aderir ao dia de promoções, fatia acima dos 16% que participaram no ano
passado, segundo pesquisa feita com 1.177 empresários de todos os portes que
atuam nas cinco regiões do país. Especialistas alertam, porém, sobre a
importância de o consumidor pesquisar preços antes de comprar, evitando, assim,
cair em armadilhas, que ainda estão por aí. Para isso, é possível acompanhar os
valores dos produtos em sites de comparação de preços e checar as listas de
empresas que já tiveram reclamações em portais de defesa do consumidor.
Para não levar gato por lebre, o ideal é pesquisar: desde os
produtos que quer comprar, reputação da loja, até política de troca em caso de
problemas com o item adquirido. O Procon-SP
recomenda fazer uma lista do produto ou serviço desejado e estipular um limite
de gastos, evitando desembolsar mais que o previsto ou comprar por impulso
apenas porque o item está barato. Para quem vai fazer compras online, a
recomendação do órgão é evitar clicar em links e ofertas recebidas por email
ou redes sociais e consultar sempre no e-commerce oficial da empresa para saber
se aquele desconto realmente está sendo oferecido.
Para facilitar a pesquisa de preços, pode-se fazer a
consulta em sites e apps de comparação de preços, como Zoom e Buscapé.
Para verificar o histórico da loja antes de se fazer a compra, pode-se recorrer
ao site do Procon, que disponibiliza uma lista com
307 lojas que devem ser evitadas, ou ainda em sites que avaliam as lojas,
como o Reclame Aqui e Compre
e Confie. Caso não existam avaliações da empresa na internet, convém não
realizar a compra e buscar uma loja virtual mais confiável (cheque dados como CNPJ, endereço físico e contato; sites
de e-commerce falsos normalmente não disponibilizam essas informações).
Sites cujo URL é
iniciado pela sigla HTTPS criptografam
os dados, o que aumenta a segurança do consumidor. Mas não deixe de verificar
também se, ao abrir a página da loja virtual, seu navegador exibe o ícone de um
pequeno cadeado, se o preço não é alterado no carrinho, na hora de fechar a
compra, e se o frete não é muito mais alto que o habitual. Quanto às formas de
pagamento, o cartão de crédito é a
menos insegura, pois, ao contrário do boleto ou da transferência bancária, permite
contestar a cobrança junto à administradora da cartão no caso de haver problemas
com a compra. Pelo mesmo motivo, desconfie de descontos generoso para pagamento
no boleto, dada a dificuldade de se conseguir o reembolso. Salve as promoções,
informações do produto e também a confirmação do pedido. Caso alguma etapa seja
descumprida, você terá a documentação necessária para recorrer aos órgãos de
defesa do consumidor.
Por último, mas não menos importante, a empresa global de
cibersegurança Kaspersky identificou
15 famílias de malware atuando contra 91 marcas de comércios online em diversos
segmentos — moda, brinquedos, joias etc. Para mensurar o alcance das fraudes,
os pesquisadores analisaram as ameaças que se valeram de botnets (redes de computadores infectados por malware) para a
distribuição de trojans bancários que roubam credenciais de Internet/Mobile
Banking e dados de cartões. Dependendo dos propósitos definidos por seu criador,
um malware pode baixar outros
programas maliciosos para executar diversas ações maliciosas.
Os e-commerces de produtos de consumo, como lojas de roupas,
joias e brinquedos, parecem ser o principal foco das operadoras das botnets
financeiras nesta temporada, com 28 sites desta categoria atacados pelas
famílias de malware identificadas pela Kaspersky.
Na sequência, vem o segmento de entretenimento, como filmes, músicas e jogos
(20 sites atacados), e o setor de viagens, como lojas de passagens, serviços de
táxi e hotéis, completam o ranking das webpages mais visadas, com 15 sites
conhecidos. Em todos os casos, o objetivo final é o mesmo: acessar os dados de
cartões de crédito ou de programas de fidelidade associados às contas de
e-commerce — o que significa conseguir acessar o dinheiro das vítimas.
Para se proteger, atente para as recomendações da Kaspersky:
— Mantenha um arsenal
de segurança (tipo Internet Security)
que ofereça proteção contra malwares e inclua um módulo de firewall;
— Para identificar
sites suspeitos, atente para o URL (endereço)
da página e consulte a lista de sites fraudulentos do Procon. Na dúvida, não compre — mesmo sendo uma ótima oferta;
— Jamais clique em
links desconhecidos enviados por email ou redes sociais, mesmo que venham de
amigos ou parentes — a menos, é claro, que você esteja esperando a mensagem. Preste
atenção ao endereço de email do remetente. Se o domínio do site não for da
marca oficial, não clique no link;
— Sempre que possível,
escolha serviços de pagamentos que usem a autorização com duas ou três etapas.
Adicionalmente, instale uma solução de segurança que ofereça recursos para
bloquear links maliciosos e que crie um ambiente seguro para as transações
financeiras, evitando que os dados sejam interceptados, como o Kaspersky
Security Cloud e o Kaspersky
Internet Security;
Para saber mais sobre maracutaias relacionadas à Black Friday, visite Securelist.com.