terça-feira, 24 de março de 2020

DO CELULAR AO SMARTPHONE, MITOS E ALGUMAS DICAS IMPORTANTES PARA PROLONGAR A VIDA ÚTIL DO APARELHO (PARTE 6)


JABUTI EM ÁRVORE, SÓ POR ENCHENTE OU MÃO DE GENTE.

Como já foi dito, diferentemente das antigas baterias de Níquel-Cádmio que alimentavam celulares e notebooks nos tempos de antanho, as atuais, de íons de lito ou de polímeros de lítio (tecnologia desenvolvida pela Sony em 1991), não estão sujeitas ao “efeito memória” (detalhes na postagem anterior).

Portanto, esqueça aquela história de que é preciso esperar o aparelho desligar sozinho antes de colocá-lo na carga, pois você pode fazê-lo quando bem entender, esteja a bateria abaixo dos 10%, acima dos 90% ou com qualquer percentual de carga entre esses dois patamares. Também não há problema em dar uma “meia-sola” — isto é, desligar o carregador antes que o indicador de carga da bateria atinja os 100% —, pois nem sempre podemos esperar duas ou três horas até que a recarga completa seja concluída.

Antigamente, heavy users resolviam o problema da autonomia (ou da falta dela) com uma bateria extra — aliás, alguns carregadores ofereciam dois encaixes, um para carregar a bateria acoplada ao telefone e o outro para uma bateria reserva. Hoje, o carregamento rápido (recurso que já integra boa parte dos aparelhos recém-lançados) promete acabar com as tediosas horas de espera, levando as baterias de 0 a 50% de carga em poucos minutos.

Em tese, recarregar a bateria quando ela ainda tem meia carga pode dobrar sua vida útil, que é medida por ciclos — cada ciclo representa uma descarga completa e uma recarga de 100%. No Brasil, a Anatel estabelece um mínimo de 300 ciclos, ou seja, a bateria deve suportar pelo menos 300 recargas completas. Assim, meia carga representa meio ciclo; se o dispositivo suportar 300, que é o mínimo para ser homologado pela ANATEL, esse número, em tese, aumenta para 600. Por outro lado, considerando que a evolução tecnológica tende a levar os usuários a substituir produtos de ponta por modelos ainda mais avançados em intervalos cada vez mais curtos, é provável que você já tenha comprado um telefone novo quando a bateria do antigo começar a dar sinais de exaustão.

Smartphones fabricados na última década contam com baterias capazes de interromper a passagem de corrente quando a recarga é completada, mas, mesmo assim, remova o carregador da tomada e desconecte-o do celular (nessa ordem) assim que o sinal de carga completa for exibido.

O tempo de recarga varia conforme o modelo do aparelho, as características da bateria e a potência do carregador — e, claro, a quantidade de energia remanescente —, mas não costuma levar mais que três horas. Dito isso, ao comprar um telefone novo, você não precisa deixar a bateria carregando por 12, 18 ou 24 horas (mais detalhes na postagem do último dia 19).

Mesmo com um carregador original — convencional ou automotivo —, evite manter o celular carregando por mais tempo que o necessário. Mal comparando, seria como colocar na pia uma panela onde cabe um litro de água, abrir a torneira e voltar dali a de dez minutos. A panela não sofreu qualquer dano, porque a água excedente desceu pelo ralo, mas esse desperdício seria evitado se você tivesse fechado a torneira quando a panela estivesse cheia.

Muita gente coloca o celular na carga à noite, antes de se deitar, e só o tira na manhã seguinte. Evite. Além gerar calor e um gasto desnecessário de energia (alguns reais a mais na conta de luz no final do mês, caso você adote essa prática noite após noite), isso abrevia a vida útil do carregador. Talvez não cause danos ao telefone nem resulte na explosão da bateria, embora existam possibilidades reais — bastante remotas, é bom que se diga — de isso acontecer. Mas, podendo evitar, por que não o fazer?

Continua...