Não, não estou falando em lavar bem as mãos com sabonete ou, na impossibilidade, desinfetá-las com álcool em gel — ou ambas as coisas, pois seguro morreu de velho. Mas morreu. Isso você já deve estar cansado de ouvir, mas continuará ouvindo enquanto não houver uma vacina que previna a Covid-19 ou um medicamente que a cure. Nesse entretempo, a recomendação das autoridades (nem todas, é claro, porque unanimidade e bom senso são artigos tão em falta nas prateleiras do Palácio do Planalto quanto álcool em gel nas dos supermercados) será o isolamento e a desinfecção das mãos quantas vezes for preciso ou tantas quanto possível.
Note que não há garantias de que isso o blindará contra a doença; o que se espera é ao menos evitar que o espraiamento do vírus cause o colapso do sistema de Saúde, porque aí, sim, seria o caos. Daí ser importante você torcer (ou rezar, se tiver fé) para que alguém tire da cartola uma solução que mantenha a economia em animação suspensa até esse maldito pesadelo terminar, ou restará aos brasileiros uma de duas opções: morrer de coronavírus ou de fome. O Brasil precisa encontrar soluções rápidas para que as pessoas não percam a vida nem o emprego. Para chegar lá, faz-se necessária, neste momento, uma poderosa combinação de ciência, equilíbrio, liderança, união e agilidade.
Aproveite sua comunicação com o além — com o Homem lá de cima, Deus, Oxalá, Alá, Jeová, Krishna, enfim, a divindade ou poder superior em que você crê ou com o qual mais se identifica — para ser um dos abençoados assintomáticos ou, na pior das hipóteses, que a Covid-19 o afete como uma gripe comum, que cause alguns desconforto durante uns poucos dias e depois se vá para nunca mais voltar.
Observação: Segundo estudo do Imperial
College London, pelo menos 70% dos brasileiros precisam estar
imunizados para que se possa começar a falar em fim da epidemia da Covid-19 no país. E isso só será
possível depois que a maioria da população tiver sido infectada e curada,
já que a vacina dificilmente chegará antes do final do ano. Deu pra entender ou
quer que eu desenhe?
Seja como for, enquanto pesquisadores testam a eficácia de
medicamentos como a hidroxicloroquina e buscam
desenvolver uma vacina, a adoção de intervenções
não farmacológicas para combater o coronavírus é essencial, repito, para evitar o colapso do sistema de saúde,
embora também ajude a salvar milhões de vidas. Portanto, preparem-se para mais
dois meses de molho e torçam para que a economia resista a esse lockout.
Informações de como e com que frequência esses dispositivos
devem ser limpos e quais produtos podem ou não ser utilizados costumam ser
encontradas no manual dos aparelhos — que o passar do tempo e evolução
tecnológica rebaixou de livretos a folhetos semelhantes a bulas de remédio,
inclusive no tamanho da letra. Em smartphones e tablets, a versão completa do
manual pode vir armazenada na memória interna (geralmente um arquivo .PDF) do próprio aparelho ou em versão
online acessível a partir de um link informado nas configurações do telefone
(mas aí é necessário haver conexão com a Internet).
Quanto aos demais dispositivos, quem não guardou o manual
impresso em local certo e sabido terá de recorrer ao site do fabricante (ou
fazer uma pesquisa no Google a
partir da marca e do modelo do aparelho). De qualquer forma, segue um resumo que
você pode usar como referência se não encontrar informações específicas para o
gadget.
Via de regra, deve-se desligar o dispositivo e, se possível,
remover a bateria antes de dar início à limpeza. Tanto água (de forma direta ou
corrente) quanto produtos abrasivos, limpadores de janelas (Vidrex e cia.), solventes agressivos (à
base de aguarrás ou thinner), produtos que contenham amônia (Ajax e congêneres), cloro (água sanitária tipo Cândida), desinfetantes, limpadores em
aerossol, polidores de cromados ou prataria (como Kaöl ou Brasso) devem
ser evitados. E o mesmo vale para o álcool. Ou valia, porque situações desesperadoras exigem medidas desesperadas.
Devido à propagação do coronavírus,
a imprensa tem alertado para a necessidade de higienizar o smartphone e vem dizendo os
fabricantes dos aparelhos liberaram o uso do álcool, mas é preciso ter em mente
que o álcool que encontramos nos supermercados — isso quando encontramos, já
que ele anda meio sumido — é hidratado
(46,2% de etanol e 53,8% de água no da marca Coperalcool). Mesmo o álcool
em gel — que sumiu das prateleiras ainda mais depressa que o líquido — não
é puro (o da Coperalcool contém 70%
de álcool e 30% de sabe Deus o quê). E ainda
que a Web seja um manancial de receitas para produção caseia de álcool em gel,
eu não aconselho seguir nenhuma delas.
O álcool isopropílico,
vendido em lojas de suprimentos de informática e de artigos para perfumistas, contém
bem menos água e evapora quase imediatamente, sem deixar resíduos. Ele é usado
pelos técnicos porque não causa oxidação e outros
danos que a umidade acarreta às placas-mãe e outros componentes internos dos aparelhos, mas
não é recomendado para limpeza de telas sensíveis ao toque (touchscreen).
A rigor, quando não havia coronavírus nem essa neura toda,
os fabricantes de smartphones, tablets, notebooks e monitores de cristal
líquido em geral desaconselhavam o uso de qualquer produto químico para limpar
as telas. A recomendação era usar um pano de microfibras ou um retalho de
camiseta de algodão. Secos. No caso de manchas e sujeiras mais resistentes, podia-se
umedecer levemente o pano em água com um pingo de detergente neutro, desde que
se tomasse o cuidado de não molhá-lo demais, pois o excesso de líquido poderia
escorrer para o interior do aparelho através dos conectores do carregador e
fone de ouvido e dos orifícios do microfone e auto-falante.
Agora, porém, parece que o álcool liberou geral, mas ainda assim, sem embargo das
considerações elencadas parágrafos atrás, sugiro que você “desinfete” seu
smartphone usando uma toalhinha
umedecida, daquelas próprias para higienização de bebês (e largamente utilizadas
como complemento do papel higiênico), que vem umedecidas em álcool gel (mas não
encharcadas).
O procedimento correto é fazer a limpeza com movimentos suaves,
sem exercer demasiada pressão, sobretudo na tela, que deve ser cuidada antes da
carcaça do aparelho — do contrário, algum grão de poeira ou outro tido de
resíduo pode acabar riscando a tela. A propósito: repita a operação, se
necessário, uma, duas ou mais vezes, até que as marcas de dedos, manchas de
gordura ou de suor desapareçam da tela. Ao final, dê o polimento com um pano de
microfibras ou retalho de camiseta de algodão (evite flanelas, pois elas criam
uma carga eletrostática que atrai poeira). Para mais
detalhes, inclusive com dicas de produtos especiais para a limpeza de telas
touchscreen, reveja esta
postagem).
Não deixe de limpar o entrono dos botões com um cotonete (levemente
umedecido, se necessário) e de lavar a
capinha do celular, cujas bordas texturizadas proporcionam melhor aderência
(ou seja, evitam que o aparelho escorregue da mão do usuário) mas tendem a
acumular sujeira.
Capinhas de couro
devem ser limpas a seco ou com um produto apropriado, mas as de plástico ou silicone podem ser mergulhadas numa solução de água morna e
detergente neutro e, se necessário, esfregadas com uma escova de dentes. Ao
final, seque-as bem com uma toalha ou um pano macio e aguarde pelo menos meia
hora antes de recolocar o telefone (para que a umidade remanescente evapore
naturalmente).
O que foi dito até aqui
vale para tablets. Quanto a
computadores portáteis (note e netbooks) e de mesa (desktops), sugiro rever algumas
postagens que eu publiquei no Blog ao longo de seus quase 14 anos de existência (clique aqui,
aqui,
aqui
e aqui).
Smartwatches
acumulam suor e partículas contagiosas da mesma forma que as mãos. Use o pano
de microfibra umedecido para limpar a tela. Nos botões, passe uma solução de
desinfetante com um pincel de cerdas macias. As pulseiras de náilon absorvem o
suor com mais facilidade, então a dica é usar um pouco de detergente e um pano
úmido para realizar a limpeza. Já as pulseiras de silicone devem ser limpas com
uma pequena quantidade de álcool. As de couro pedem um condicionador específico
para o produto para finalizar o processo.
No caso dos fones de
ouvido com pontas removíveis, retire-as e limpe com água e sabão. Enxágue
bem. Use o pano de microfibra umedecido em água para limpar o resto dos fones e
o cabo. Para os fones tradicionais, pano úmido na solução basta. Uma escova de
cerdas macias limpa os lugares mais estreitos. As pontas dos fones Bluetooth devem ser limpas apenas com
um pano seco para evitar danos ao aparelho internamente.
Consoles e controladores
de games devem ser desconectados antes de você dar início a limpeza.
Utilize uma escova de dentes macia para limpar as entradas dos dispositivos.
Para a limpeza da superfície, pano úmido de microfibra e cotonetes para as
partes estreitas, pequenas e entre os botões. Para os controles, pano úmido com
solução de álcool e água. Não esqueça de limpar o cabo. É importante verificar
se tudo está seco antes de reconectar.
Espero que estas informações seja úteis. Cuidem-se todos, e que Deus nos ajude.