Tendo em vista que o primeiro update abrangente do Windows 10 em 2020 deve ser disponibilizado neste mês ou no próximo, eu pretendia publicar uma sequência de postagens com foco
na mudança da política de atualizações que a Microsoft implementou quando
promoveu seu sistema à serviço. De passagem, tencionava relembrar a criação da
empresa, a longa jornada percorrida desde o lançamento da primeira edição do
Windows — que não passava de uma
tosca interface gráfica de 16-bit que rodava no MS-DOS — até sua transformação no sistema operacional para PCs
mais bem sucedido da história.
Digo que “pretendia” e “tencionava” não por ter mudado de ideia. Na verdade, o que mudou foi a programação
das postagens — não estranhe, portanto, se entre um capítulo e outro dessa série você se
deparar com uma ou outra publicação envolvendo outros temas, mas cuja relevância justifique
a inserção. Até porque, como se não bastasse a interminável fieira de
desgraças que ocupam 99,999% dos noticiários, temos agora uma pandemia de COVID-19.
COVID-19 é o nome
da doença causada pelo vírus SARS-CoV-2,
que vem se disseminando a passos de gigante pela Ásia e Europa e já
provocou quase
3 mil mortes. No Brasil, há dois casos confirmados (ambos em
São Paulo) e 252
pessoas suspeitas de terem sido infectadas. O que se sabe além disso não é muito, mas bastou para
provocar abalos sísmicos na economia mundial — devido, sobretudo, a incertezas
quanto ao desenvolvimento de uma vacina comprovadamente eficaz a tempo de
evitar que o pânico se dissemine ainda mais rapidamente do que a doença.
O vírus surgiu em Wuhan, na China, e a
exemplo das demais espécimes da família dos coronavírus — que reúne desde agentes infecciosos que
provocam sintomas
de resfriado até outros com manifestações mais graves, como o SARS-CoV-2, causador da Síndrome
Respiratória Aguda Grave, e o MERS-CoV,
responsável pela Síndrome
Respiratória do Oriente Médio — ataca o sistema respiratório.
O "xis" da questão é que coronavírus diferentes podem sofrer mutações e se recombinar, dando origem a agentes inéditos que, pulando entre espécies animais (os hospedeiros), chegar eventualmente aos seres humanos. Aliás, suspeita-se que o surto tenha sido desencadeado pela ingestão (por seres humanos) de serpentes ou morcegos, mas, pelo menos por enquanto, isso não passa de especulação.
O "xis" da questão é que coronavírus diferentes podem sofrer mutações e se recombinar, dando origem a agentes inéditos que, pulando entre espécies animais (os hospedeiros), chegar eventualmente aos seres humanos. Aliás, suspeita-se que o surto tenha sido desencadeado pela ingestão (por seres humanos) de serpentes ou morcegos, mas, pelo menos por enquanto, isso não passa de especulação.
Pesquisadores e
autoridades de saúde vêm tentando entender melhor o comportamento desse agente
infeccioso para evitar sua disseminação. De acordo com o pneumologista, pesquisador
e professor da Faculdade de Medicina do ABC Elie Fiss, os coronavírus
normalmente são transmitidos pelo ar, por meio de tosse ou espirro, contato
pessoal próximo ou com objetos e superfícies contaminadas. Mas é importante ter em mente que a confirmação da infecção não representa
necessariamente uma sentença de morte, embora o risco seja maior entre pessoas idosas
e/ou que tenham outras doenças.
Até o momento, a letalidade da COVID-19 é considerada inferior às da SARS (10%) e da MERS (40%), mas um estudo com uma família infectada indica ser possível
que o vírus SARS-CoV-2 permaneça no corpo sem manifestar sintomas, o que dificultaria o controle,
já que a doença poderia ser transmitida por pessoas aparentemente saudáveis.
Entre nós, brasileiros, a maioria dos casos
da doença tem relação direta com os territórios chineses acometidos, mas Alemanha, Japão e Vietnã também apresentaram
casos autóctones. Nem seria preciso dizer que viajar a Wuhan e região, bem como a cidades que
possam vir a alojar surtos, está fora de cogitação neste contexto. E mesmo aqui, convém evitar aglomerações e contato próximo com outras pessoas,
sobretudo em ambientes fechados (como elevadores lotados). Cubra o nariz e a
boca com lenço descartável ao tossir ou espirrar (e descarte o material em
local adequado), lave as mãos regularmente (com sabonete; depois, se possível, passe álcool gel) e toda vez que passar por
estabelecimentos ou transportes públicos e evite tocar olhos, nariz e boca e
compartilhar copos, toalhas e objetos de uso pessoal.
Igualmente importante é não se deixar levar por boatos e fake news. Tomar doses
maciças de vitamina D não evita o coronavírus, como tampouco adianta tomar chá
de erva-doce (nenhum chá é capaz sequer de curar gripe comum, portanto, é delírio achar que o de erva-doce curaria o coronavírus). Guardadas as devidas proporções, o mesmo se aplica a alho
gengibre e outros fitoterápicos, mas imunizar-se contra gripe pode evitar que o coronavírus cause complicações, já que sua ação pode
ser potencializada se o organismo estiver enfraquecido pelo influenza.
Ainda não existe um tratamento específico contra a nova doença além de observar e remediar os sintomas e as complicações da
infecção. Entretanto, com o avanço dos casos, os médicos estão fazendo testes
com medicamentos originalmente criados para enfrentar outras enfermidades. São
falsas as supostas similaridades entre o DNA do novo vírus e o do HIV. Portanto, inexistem evidências de
que a COVID-19 poderia ser tratada com o coquetel e outros medicamentos ministrados
a portadores do vírus da AIDS. E a
cânfora, que é empregada há séculos para atenuar sintomas de gripe e resfriado,
não tem qualquer ação antiviral atestada por estudos confiáveis. E lavar frequentemente
o nariz pode amenizar
os sintomas da rinite, mas não funciona como proteção contra o SARS-CoV-2.
Ter contato com produtos chineses não representa ameaça de
contágio. Segundo a OMS, existe
a possibilidade de o vírus “sobreviver” no ambiente por alguns dias, mas, em
geral, ele se torna incapaz de infectar alguém após algumas horas fora do
organismo. Quanto às máscaras cirúrgicas, que sumiram das farmácias ou encareceram
significativamente nos estabelecimentos que ainda as têm em estoque, a
orientação da OMS é que as pessoas
as utilizem somente se elas mesmas
estiverem doentes. Isso porque a máscara evita a transmissão do vírus para outras pessoas, mas não evitam que a própria pessoa se infecte. Isso sem mencionar que não impedem a entrada de
micro-organismos que contaminam vias aéreas e pulmões, como os adenovírus — causadores de resfriado,
bronquite, pneumonia — e o influenza —
que provoca a gripe. Para saber a diferença
entre resfriado e gripe, este
link; para mais informações sobre o coronavírus, clique aqui.
Infectologistas recomendaram ainda que a população não entre em pânico e que, em caso de doenças respiratórias, só busque atendimento médico se sintomas como febre, tosse e coriza persistirem. Dizem também que cerca de 80% dos casos têm formas leves e podem ser tratados sem necessidade de internação. A grande maioria das pessoas se recupera e tem quadros leves, que podem ser tratados em casa com o afastamento social para reduzir a possibilidade de contato com pessoas do trabalho e em situações sociais. O restante corresponde a ocorrências graves, das quais 6% se referem aos casos muito graves, que exigem internação em UTIs.
Pessoas que viajaram para os países que estão na lista de vigilância do Ministério da Saúde, mesmo que não apresentem sintomas, poderiam tentar reduzir eventos sociais após retornar ao Brasil. A lista engloba Austrália, China, Coreia do Sul, Coreia do Norte, Camboja, Filipinas, Itália, Japão, Malásia, Vietnã, Cingapura, Tailândia, Alemanha, França, Irã e Emirados Árabes. Os dois pacientes brasileiros que tiveram o resultado positivo para a doença têm histórico de viagem pela Itália.
Infectologistas recomendaram ainda que a população não entre em pânico e que, em caso de doenças respiratórias, só busque atendimento médico se sintomas como febre, tosse e coriza persistirem. Dizem também que cerca de 80% dos casos têm formas leves e podem ser tratados sem necessidade de internação. A grande maioria das pessoas se recupera e tem quadros leves, que podem ser tratados em casa com o afastamento social para reduzir a possibilidade de contato com pessoas do trabalho e em situações sociais. O restante corresponde a ocorrências graves, das quais 6% se referem aos casos muito graves, que exigem internação em UTIs.
Pessoas que viajaram para os países que estão na lista de vigilância do Ministério da Saúde, mesmo que não apresentem sintomas, poderiam tentar reduzir eventos sociais após retornar ao Brasil. A lista engloba Austrália, China, Coreia do Sul, Coreia do Norte, Camboja, Filipinas, Itália, Japão, Malásia, Vietnã, Cingapura, Tailândia, Alemanha, França, Irã e Emirados Árabes. Os dois pacientes brasileiros que tiveram o resultado positivo para a doença têm histórico de viagem pela Itália.