O psicótico errático que (ainda) ocupa a presidência desta banânia não se ocupa em presidi-la. Tampouco vê como prioridade governar a Nau dos
Insensatos em direção a um porto seguro nas águas turbulentas da pandemia
da Covid-19. Sonham, mesmo, com a reeleição em 2022, embora a ponha em risco com suas próprias estultices. Sobretudo agora, com o avanço apoteótico da crise
sanitária e a conversão
de Sergio Moro em delator.
Eis a razão, segundo alguns, de o presidente diversionista — note que diversionismo
tem diversas acepções, mas, neste caso específico, vale a que designa a artimanha
usada em discussões, assembleias e plenários para mudar o foco, forçar um
adiamento ou evitar a aprovação indesejada ou indesejável de uma determinada
questão — criar factoides para mudar a agenda em momentos de crise.
Em maio de 2019, Bolsonaro atacou o Legislativo para mascarar a própria falta de capacidade para aprovar pautas básicas. Seis meses depois, acusou Leonardo di Caprio de financiar ONGs que incendiavam a Amazônia visando afastar os holofotes da mídia de seu amadorismo no combate aos incêndios na floresta. Dois meses atrás, para desviar a atenção da humilhante aprovação do orçamento impositivo pelo Congresso, alardeou suposta fraude nas urnas e afirmou ter provas, mas jamais as apresentou — e foi desmentido, mas não punido, pelo TSE. No mês passado, durante o discurso do domingo 19, levou ao delírio sua claque ao dizer que “não vai negociar nada” com os outros poderes, que “a velha política ficou para trás” e agora é “o povo no poder”. Mas seu objetivo saltava aos olhos: desviar a atenção da demissão do ministro Mandetta, cuja atuação no combate à crise sanitária contava com a aprovação de 76% da população.
Em maio de 2019, Bolsonaro atacou o Legislativo para mascarar a própria falta de capacidade para aprovar pautas básicas. Seis meses depois, acusou Leonardo di Caprio de financiar ONGs que incendiavam a Amazônia visando afastar os holofotes da mídia de seu amadorismo no combate aos incêndios na floresta. Dois meses atrás, para desviar a atenção da humilhante aprovação do orçamento impositivo pelo Congresso, alardeou suposta fraude nas urnas e afirmou ter provas, mas jamais as apresentou — e foi desmentido, mas não punido, pelo TSE. No mês passado, durante o discurso do domingo 19, levou ao delírio sua claque ao dizer que “não vai negociar nada” com os outros poderes, que “a velha política ficou para trás” e agora é “o povo no poder”. Mas seu objetivo saltava aos olhos: desviar a atenção da demissão do ministro Mandetta, cuja atuação no combate à crise sanitária contava com a aprovação de 76% da população.
Ao mesmo tempo em que se esforça para não cair e tenta passar a
impressão de que ainda comanda o país, Bolsonaro junta a
castidade presumida dos militares e o gangsterismo
político do Centrão na UTI em que se encontra o seu governo. Sua intenção é mais que evidente: comprar
apoio parlamentar. Se funcionou quando o vampiro do Jaburu foi alvo das flechadas de Janot, pode muito bem funcionar com ele: recompensados com cargos e verbas, os deputados o ajudarão a enterrar pedidos de impeachment ou negarão a autorização para que o Supremo
julgue eventuais denúncias da PGR (cerca
de 30 pedidos de impeachment dormitam na mesa do presidente da Câmara e
já foram abertos pelo menos três inquéritos
no STF). Como plano B, diante da perspectiva cada
vez mais remota de se reeleger em 2022, um
improvável — mas não de todo impossível — autogolpe, com direito a fechamento
do Congresso e do Supremo e reedição do AI-5.
O núcleo duro do governo apoia o chefe por acreditar que a
tarefa a que se autoatribuíram os ministros militares — de presidir o
presidente — virou um imperativo patriótico. Mas a frequência com que Bolsonaro fabrica crises indica que os generais do Planalto perdem a guerra. O Centrão encosta seu código de barras no Planalto porque identificou no
apodrecimento do governo uma nova oportunidade para reassegurar que as verbas
do Tesouro Nacional continuarão saindo pelo ladrão. O “Mito” e filhos
viraram matéria-prima para investigação. Bolsonaro flerta com os
corruptos do Centrão há meses. Ironicamente, coube a Sergio Moro, ex-algoz de larápios na Lava-Jato,
dar o empurrão que pode consolidar o casamento.
Há uma originalidade suicida no governo de Bolsonaro. Ele já não se preocupa em policiar-se ou disfarçar. Executa com afinco a missão inconsciente de desnudar-se. Tenta há
meses transformar o Ministério
da Justiça e a Polícia Federal em puxadinhos da família. É como se
desejasse negar os crimes denunciados por Sergio
Moro, cometendo-os.
Observação: Decreto publicado no início da tarde desta quarta-feira (29) revogou a nomeação de Alexandre Ramagem para o cargo de diretor-geral da Polícia Federal e tornou sem efeito a exoneração do cargo de diretor-geral da Abin. O texto foi publicado após o ministro Alexandre de Moraes, do STF, ter suspendido a nomeação e a posse de Ramagem para a chefia da PF. A AGU deve recorrer da decisão e, se e quando isso ocorrer, o caso será julgado no plenário da Corte, com todos os ministros presentes à sessão.
Entender o que se passa na cabeça de alguém que age assim é uma tarefa tão hercúlea quanto inglória. Muitos vêm tentando, mas nenhuma teoria formulada até agora resiste às constantes mudanças de posição do protagonista, que gira feito biruta de aeroporto, tanto contra quanto a favor do vento.
Para alguns, é nítido que o interior do crânio presidencial, em vez da tradicional massa cinzenta, há uma uma matéria amarronzada, de consistência pastosa e odor desagradável. A identificação da substância já foi solicitada a especialistas, cientistas e infectologistas, mas falta material para os testes e, por isso, o resultado deve demorar.
Observação: Decreto publicado no início da tarde desta quarta-feira (29) revogou a nomeação de Alexandre Ramagem para o cargo de diretor-geral da Polícia Federal e tornou sem efeito a exoneração do cargo de diretor-geral da Abin. O texto foi publicado após o ministro Alexandre de Moraes, do STF, ter suspendido a nomeação e a posse de Ramagem para a chefia da PF. A AGU deve recorrer da decisão e, se e quando isso ocorrer, o caso será julgado no plenário da Corte, com todos os ministros presentes à sessão.
Entender o que se passa na cabeça de alguém que age assim é uma tarefa tão hercúlea quanto inglória. Muitos vêm tentando, mas nenhuma teoria formulada até agora resiste às constantes mudanças de posição do protagonista, que gira feito biruta de aeroporto, tanto contra quanto a favor do vento.
Para alguns, é nítido que o interior do crânio presidencial, em vez da tradicional massa cinzenta, há uma uma matéria amarronzada, de consistência pastosa e odor desagradável. A identificação da substância já foi solicitada a especialistas, cientistas e infectologistas, mas falta material para os testes e, por isso, o resultado deve demorar.