A BURRICE
MATA.
Desde o lançamento do Windows 10 que a Microsoft
passou a identificar os updates
semestrais de conteúdo como versões xx03, xx07 ou xx09, onde os “xx” correspondem aos dois últimos
dígitos do ano de lançamento (e o número subsequente, por obvio, ao mês, embora
essa correspondência nem sempre seja exata).
A primeira versão do Win 10 foi lançada oficialmente em julho de 2015 e recebeu o número 1507. Em julho de 2016, a primeira atualização de conteúdo (batizada,
por motivos óbvios, de Anniversary Update) recebeu o número
1607. Na sequência vieram o Creators Update (1703), o Fall Creators Update (1709) e por aí afora.
Seguida essa cronologia, a versão atual deveria ser a v2003 (ainda que
os indefectíveis bugs e a pandemia do coronavírus tenham empurrado o lançamento
de março para o final de maio), mas 2003 poderia causar confusão com o vetusto Windows Server 2003, e a Microsoft optou por v2004.
Foi também para evitar problemas de
compatibilidade que o Windows “pulou”
do 8.1 para o 10 — isso porque os desenvolvedores de
software usavam a expressão “Windows 9”
para checar se a versão do sistema em que os aplicativos eram executados era
a 95 ou a 98. Por tabela, a alteração frustrou os
planos dos cibercriminosos de plantão, que já ofereciam falsos links para
download gratuito do “Windows 9”
pirata, com malwares embutidos em
seus códigos.
E já que estamos no assunto, cabe aqui um
esclarecimento: a Microsoft usa a
palavra “build” (“construção” em
inglês) para designar as atualizações
mensais de qualidade do Windows, que trazem melhorias de
performance, correção de bugs, falhas críticas e brechas de segurança. E por liberá-las tradicionalmente na segunda terça-feira de cada mês, a empresa batizou essas atualizações de Patch Tuesday.
A rigor, o termo build nada tem a ver com a versão
do sistema. No âmbito do desenvolvimento de software, ele é usado
para identificar uma versão compilada de
um programa — isto é, quando as linhas de código escritas em linguagem de
alto nível são traduzidas para linguagem de máquina, para que possam ser compreendidas
e processadas pelo dispositivo computacional. A build pode ser completa
(o software inteiro) ou parcial
(partes dele).
Por alguma razão, usuários do Windows 10 — noves fora os que têm familiaridade com Programação — passaram
a associar a expressão “build” às atualizações
semestrais de conteúdo, quando estas resultam em novas versões, que podem ter diversas
builds (compilações) até que seja
lançada a versão subsequente. Portanto, as builds não alteram o número de versão do
software.
Uma forma simples de entender a diferença está nos
códigos de cada versão. Por padrão, elas são identificadas por um número de 4 dígitos, enquanto a build usa 7 ou 8, no formato XXXXX.XX ou XXXXX.XXX (vide figura que ilustra
esta postagem, onde a versão é 2004 e a build, 19041.329).