segunda-feira, 28 de setembro de 2020

BACKUP — CAUTELA E CANJA DE GALINHA...

QUEBRAR O ESPELHO NÃO MUDA A FACE DE QUEM NÃO GOSTA DO QUE ELE REFLETE.

Dizia-se antigamente que usuários de PC se dividiam em duas categorias: a dos que haviam perdido um HDD e a dos que ainda iriam a perder.

Os drives de disco rígido convencionais (eletromecânicos) só continuam em uso porque seus correspondentes baseados em memória flash (SSD, sigla de drive em estado sólido em inglês) ainda custam caro, e os mais acessíveis não trazem o latifúndio de espaço dos modelos tradicionais. Atualmente, qualquer PC de entrada de linha oferece entre 500 GB e 1 TB de espaço, e os drives que chegam perto disso custam os olhos da cara (não tanto o componente em si e mais os PCs que o incluem em sua configuração de hardware, e como quase ninguém mais monta o próprio computador hoje em dia, a conclusão é óbvia.

Cada tecnologia tem suas vantagens e desvantagens (mais detalhes nesta postagem), mas, ao que tudo indica que os HDDs pelos SSDs estão com os dias contados. Por enquanto, modelos híbridos oferecem a melhor relação custo/benefício. Por serem drives eletromecânicos combinados com chips de memória flash, eles proporcionam um ganho de performance considerável sem as desvantagens do custo elevado dos SSDs puros de alta capacidade e do espaço miserável disponibilizado pelos modelos mais acessíveis.

SSDs não têm motor, pratos (discos magnéticos) nem qualquer outra peça móvel. Seus componentes básicos são a memória flash, que armazena os arquivos de maneira semelhante à da RAM, tornando o processo de leitura e gravação muito mais veloz, e o controlador, que gerencia o cache de leitura e gravação de arquivos, criptografa informações, mapeia trechos defeituosos da memória, e por aí afora. Isso os torna menores, mais leves, econômicos, rápidos, silenciosos e resistentes a quedas e impactos — e menos sujeitos a danos por distúrbios da rele elétrica (detalhes nesta postagem) — do que os jurássicos drives eletromagnéticos.

Mas nem tudo são flores, pois a vida útil dos drives de estado sólido é limitada pela quantidade de regravações que as células de memória flash são capazes de suportar. Não quero dizer com isso que eles sejam “descartáveis” (e nem poderiam ser, considerando o preço que custam). Via de regra, eles não apresentam problemas antes de 4 ou 5 anos de uso intenso (segundo os fabricantes, sempre otimistas quando lhes convém, sua vida útil pode chegar a 10 anos). 

Considerando que a evolução tecnológica nos impõe a substituição de dispositivos computacionais por modelos mais avançados em intervalos de tempo cada vez menores, é improvável que um SSD dê sinais de fadiga durante a vida útil do computador. Por outro lado, cautela e canja de galinha não fazem mal a ninguém, não importa qual seja a tecnologia do drive utilizado.  

Há tempos que fazer backup dos arquivos importantes e/ou de difícil recuperação deixou de ser um processo trabalhoso, demorado e enfadonho (como era o tempo dos jurássicos disquetes e das edições mais vetustas do Windows). E com o barateamento dos drives de HD externos e pendrives de alta capacidade, o cenário ficou ainda melhor. Então, se você utiliza o Win10 — e eu não vejo razão para não o fazer, já que o saudoso Seven deixou de ser suportado e os famigerados 8/8.1 nunca foram uma opção interessante — veja na próxima postagem como criar facilmente seu backup.