ONDE TODO MUNDO PECA, NINGUÉM FAZ PENITÊNCIA.
Vimos que a Microsoft acertou na mosca quando integrou o Internet Explorer ao Win95 OSR 2. Em menos de três anos, o navegador destronou o Netscape Navigator, que era até então o queridinho dos internautas, e reinou quase absoluto por mais de uma década.
A ausência de
um concorrente à altura — em 2002, chegou-se a achar que o Firefox, inicialmente batizado de Phoenix (numa alusão à ave mitológica que, queimada, renascia das próprias cinzas, já que o navegador fora desenvolvido a partir do código fonte do Navigator), se encarregaria dessa missão, mas, apesar de ser um bom programa, jamais representou uma ameaça real ao IE —, a Microsoft seguiu a velha máxima: em time que está ganhando não se mexe. E só se deu conta do erro quando era tarde
demais.
A trajetória ascendente do Chrome e a curva descendente do IE se cruzaram em maio de 2012. O até então líder de mercado não só sentiu o golpe como beijou a lona e não tornou a se erguer, malgrado todos os esforços da Microsoft.
Em 2013, depois de atualizar seu obsoleto navegador para a versão 11.508.19041, a empresa concluiu que não compensava gastar boa vela com mau defunto e voltou à prancheta para criar um produto totalmente novo e adequado às atuais exigências do mercado. E assim nasceu o Edge (que significa borda ou fronteira, numa tradução direta).
Para estimular a adoção do novo navegador, a Microsoft requentou a estratégia de que lançou mão em 1995 com o IE, ou seja, "embutiu" o novo browser no Windows 10, que lançou em meados de 2015 com a ambiciosa missão de alcançar 1 bilhão de instalações no prazo de 3 anos.
Quatro anos e meio se passaram até o novo sistema cravar a bilionésima instalação, mas nem assim o Edge não decolou.
Diz um ditado que raio não cai duas vezes no mesmo lugar — o que não é verdade: o Empire State Building, em NYC, é alvo de 25 raios por ano, em média, e já contabilizou 8 descargas em apenas 24 minutos. Ditado por ditado, o prego que se destaca é que leva a martelada faz mais sentido: com seus 102 andares e 381 metros de atura, o ESB foi, durante décadas, o prédio mais alto do mundo.
Árvores, edificações pontiagudas e até pessoas em locais descampados (situação em que se tornam o ponto mais elevado) são “para-raios naturais”, já que a intensidade do campo elétrico é maior “nas pontas”. E as consequências podem ser fatais. Já o para-raios propriamente dito, por ser aterrado, atrai os os raios e transfere as cargas elétricas para o solo, sem com isso sofrer qualquer dano.
Ao contrário do muita gente imagina, raios e relâmpagos não são causados pela colisão de nuvens, mas sim pela perda de capacidade do ar de isolar as cargas carga elétricas opostas que se acumulam no interior dos cumulus nimbos (nuvens formadas por gotículas de água, granizo e partículas de gelo, que alcançam facilmente 20 km de altura e outros tantos de extensão).
Em linhas gerais, esses fenômenos atmosféricos são descargas elétricas que não duram mais que 2 segundos, mas podem alcançar 1 bilhão de volts, 200 mil amperes e temperatura 5 vezes maior que a do Sol.
Chamamos de "raio" as descargas que partem da nuvem em direção ao solo ou deste em direção à nuvem (descendente ou ascendente, conforme o caso) e de "relâmpago" as que correm dentro da nuvem, desta para a atmosfera ou para outra nuvem (caso em que podem alcançar dezenas de quilômetros). Já o trovão decorre do aquecimento do ar pela descarga elétrica, e seu ribombar atinge até 120 decibéis.
A quantidade de energia descarregada por uma tempestade supera facilmente a de uma bomba atômica — a diferença é que esta última libera tudo numa fração de segundo, ao passo que o fenômeno atmosférico o faz durante um período que pode ir de vários minutos a algumas horas.
Continua...