segunda-feira, 23 de novembro de 2020

BUGS, SOFTWARE COMO SERVIÇO, 32-BIT OU 64-BIT, EIS A QUESTÃO (PARTE VI)

CADA UMA QUE PARECE DUAS...

O computador é formado por dois segmentos distintos, mas interdependentes e complementares: o hardware e o software

O primeiro engloba os componentes "físicos" do aparelho, como gabinete, teclado, mouse, monitor de vídeo, etc.) e o segundo, o sistema operacional e demais aplicativos. Ou, como se dizia no alvorecer da computação pessoal, o hardware é aquilo que o usuário chuta e software, o que ele xinga.  

Portanto, existe uma relação intrínseca entre o hardware e o software, e a questão dos “32-bit ou 64-bit” suscita dúvidas quando se pensa em comprar um PC novo ou fazer um upgrade de sistema operacional (coisa que já deveria ter feito quem ainda usa o Windows 7, por exemplo, mesmo porque, inobstante o prazo concedido pela Microsoft para o upgrade gratuito ter se esgotado em julho de 2016, continua sendo possível fazer a migração sem gastar um tostão).

Tanto os fabricantes de microchips quanto os desenvolvedores de software aposentaram a arquitetura de 16-bit, que era a bola da vez quando a Microsoft lançou as primeiras versões do Windows. E o modelo 32-bit não tarda a ter o mesmo destino.

O termo “computador de 32 ou 64 bits” diz respeito à arquitetura do processador e do sistema operacional empregados em uma determinada máquina. Atualmente, os chips são capazes de processar dados e executar instruções de 32-bit ou de 64-bit, e tanto os sistemas operacionais quanto a maioria dos aplicativos têm versões compatíveis com essas duas tecnologias.

Do ponto de vista técnico, uma CPUs de 32-bit consegue processar “palavras” (sequência de bits) de até 32 bits, enquanto outra, de 64-bittrabalha com “palavras” de até 64 bits, ou seja, o dobro de informações. Dito de outro modo, chips de 32-bit realizam duas ou mais “viagens” (uma a cada ciclo de clock) para interpretar determinadas informações, ao passo que os de 64-bit realizam apenas uma. 

Observação: A capacidade do chip de manipular uma quantidade maior de bits não altera sua velocidade (frequência de operação), mas resulta em melhor desempenho do computador como um todo. Volto a dizer (posto que já o fiz no capítulo anterior) que mais importante do que a frequência de operação propriamente dita é o que o processador é capaz de fazer em cada ciclo de clock.

A Microsoft começou a disponibilizar as duas versões do seu sistema (x86, ou 32-bit, e x64, de 64-bit) a partir do Win XP, depois que a AMD (arquirrival da Intel no segmento de processadores) lançou seu inovador chip de 64-bit. Há cerca de seis meses, a empresa de Redmond anunciou que deixará de fornecer aos fabricantes parceiros o Windows 10 x86, mas continuará oferecendo suporte aos usuários dessa edição por tempo indeterminado. Vale salientar que mais de 90% dos PCs vêm de fábrica atualmente com o Win 10 64-bit pré-instalado.

Detalhar as diferenças entre as duas tecnologias foge ao escopo desta matéria, sem falar que a opção mais adequada para cada usuário é a que melhor atende suas expectativas e necessidades. Mesmo assim, quando se vai escolher um computador ou fazer um upgrade de sistema operacional deve-se ter em mente que CPUs de 64-bit podem rodar tanto as versões x86 quanto as x64 do Windows, mas chips de 32-bit suportam apenas versões x86 (conquanto as executem com maior desenvoltura). Note que é possível executar aplicativos de 32-bit em máquinas com sistema operacional e processador 64-bit, ainda que cada qual “se dê melhor no seu quadrado”.

Continua no próximo capítulo.