segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

SOLUÇÃO DE PROBLEMAS... — PARTE V

NA CIÊNCIA, CADA CERTEZA TRAZ OUTRA DÚVIDA; NA FÉ, CADA DÚVIDA VIRA UMA CERTEZA.

Se Deus criou o homem à sua imagem e semelhança, certamente não incluiu “perfeição” na receita, visto que todo vivente não só tem “prazo de validade” como está sujeito a adoecer, se acidentar, enfim... E se pessoas são seres falíveis, suas criações não são perfeitas. 

Carros enguiçam, eletrodomésticos pifam, móveis se deterioram... Assim, um belo dia você liga seu PC e ele se recusa a funcionar.

PC é a sigla de “personal computer” (computador pessoal, numa tradução literal). Nos anos 1980, quando essas geringonças começaram a popularizar, os usuários chamavam-nas carinhosamente de “micro” (abreviação de “microcomputador”). 

Micro vem do grego μικρός, que significa pequeno. Também é o prefixo do Sistema Internacional de Unidades que denota um fator de 10−6 (um milionésimo).

O nome não deixa de fazer sentido, considerando que o ENIAC, construído por pesquisadores da Universidade da Pensilvânia em meados do século passado (ao custo de US$ 500 mil, valor que, atualizado, corresponde a US$ 6,7 milhões), era um monstrengo de 30 toneladas que ocupava uma área de 180 m² e integrava 70 mil resistores e 18 mil válvulas de vácuo, que queimavam à razão de uma a cada 2 minutos. Da primeira vez que foi ligado, esse portento causou um blackout de proporções épicas.

Embora não fosse capaz de realizar mais de 5 mil somas, 357 multiplicações ou 38 divisões simultâneas por segundo — uma performance incrível para a época, mas que qualquer videogame dos anos 1990 já superava “com um pé nas costas” — e de sua memória interna ser suficiente apenas para manipular dados envolvidos na tarefa em execução — qualquer modificação exigia que os programadores corressem de um lado para outro da sala, desligando e religando centenas de fios —, em 10 anos de operação o ENIAC realizou mais contas do que os seres humanos fizeram desde o início dos tempos. 

Observação: Quando o ENIAC foi finalmente aposentado, já existiam mainframes dez vezes menores, mas com o dobro do seu poder de processamento e preço muito inferior.

O Altair 8800, lançado em meados dos anos 1970 e comercializado na forma de kit (ou seja, a montagem ficava a cargo do consumidor), é considerado o precursor do PC dos nossos dias. Inicialmente, era mais uma curiosidade do que algo realmente útil, mas isso mudou quando Bill Gates e Paul Allen criaram um interpretador BASIC pare ele. O programa, batizado de Microsoft-BASIC, não era exatamente um sistema operacional como os que eram usados nos mainframes de então, mas se tornou o precursor dos sistemas operacionais para computadores pessoais.

Muita gente considera o ábaco como o antepassado mais remoto dos computadores, quando na verdade ele foi o precursor das máquinas de calcular. Por outro lado, “computar” é sinônimo de “fazer cálculos”, daí o computador ser uma máquina de calcular. Mas uma máquina de calcular capaz de realizar uma quantidade absurda de operações por segundo.

Continua.