domingo, 14 de fevereiro de 2021

LULA LÁ... BEM LONGE!



Saibam desde já os interessados em buscar entendimento com o PT sobre a eleição presidencial do ano que vem que o partido terá candidato próprio no primeiro turno. E que só em caso de derrota, uma vez aceitas suas condições, apoiará o nome que no segundo turno enfrente Bolsonaro. E estamos conversados.

Foi assim que soou, aqui fora, a decisão de Lula de se reunir no último sábado com o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Calmiddad, e de orientá-lo a pôr na rua o “bloco” de sua candidatura. 

Uma vez autorizado pelo xamã do PT, ao qual todos do partido reverenciam, é o que fará Andrade em breve. Missão dada, missão cumprida. 

Certamente pesou na decisão do picareta dos picaretas, que não consultou as instâncias do partido para tomá-la, informações dos seus advogados sobre a tendência do Supremo de anular sua condenação no processo do triplex do Guarujá, mas ignorar por ora sua condenação no processo do sítio de Atibaia. 

O alvo do Supremo é o ex-juiz Sérgio Moro, que usou o triplex para condenar Lula, retirando-o da disputa pela presidência da República em 2018 e impulsionando a eleição de Bolsonaro. Mas da segunda condenação, Moro sequer participou. 

Os demais partidos de esquerda e da centro-esquerda imaginaram que o molusco de nove dedos teria aprendido alguma coisa com o fato de o PT ter concorrido praticamente sozinho na eleição vencida por Bolsonaro.  O partido só admitia aliança no primeiro turno em torno de Adauto, que mal teve tempo para fazer campanha. 

Preso em Curitiba, o demiurgo de Garanhuns acreditou até a última hora que o candidato poderia ser ele, e que se fosse, como apontavam todas as pesquisas de intenção de voto, a vitória seria certa. Desde então nada parece ter aprendido com o que aconteceu, e nada esqueceu do tempo em que dava as cartas e acumulava fichas. 

Vozes lúcidas da oposição defendem que a escolha de um nome capaz de derrotar Bolsonaro fique para depois. Para depois que todos com igual propósito discutam um projeto de novo país a ser oferecido aos eleitores e tentem aparar suas diferenças. Quando nada, isso facilitaria a união no segundo turno.

Pelo jeito, não será assim. Ou melhor: no que depender do PT e do xamã xarope que se recusa a sair de cena, não será.

Com Ricardo Noblat