quarta-feira, 18 de agosto de 2021

DE VOLTA À BENDITA AUTONOMIA DAS BATERIAS (PARTE III)

QUEM DORME COM CACHORROS ACORDA COM PULGAS

Em teoria, o melhor celular (ou computador, ou automóvel, ou seja lá o que for) é aquele que nos atende da melhor maneira sem nos pesar demais no bolso (metaforicamente falando). Na prática, porém, a gama de marcas e modelos disponíveis no mercado dificulta a escolha. E como "quem paga mal paga duas vezes", é importante tomar alguns cuidados para não amargar prejuízos e arrependimentos.   

A menos que seu cunhado bem de vida resolva trocar um iPhone 11 (lançado no final de 2019) pelo modelo de ultimíssima geração e lhe ofereça o aparelho antigo por um preço imperdível, evite comprar celulares de segunda mão. Até porque as operadoras oferecem smartphones subsidiados em troca de fidelidade, e hipermercados e grandes magazines dividem o preço à vista em parcelas a perder de vista (sobretudo se o cliente tiver o cartão da loja).

Serviços como Buscapé e Mercado Livre e assemelhados poupam tempo e sola de sapato, mas somente nas lojas físicas é possível examinar o produto ao vivo e em cores e levá-lo para casa no ato da compra. É certo que a pandemia estimulou as compras pela Web ou por apps e aprimorou significativamente a logística — a Fast Shop, por exemplo, promete entregar os produtos em até duas horas —, mas até aí morreu Neves.

Se o tal cunhado do nosso exemplo só existir no mundo dos exemplos e você não puder comprar um aparelho novo, procure uma loja regularmente estabelecida que comercialize dispositivos usados e exija nota fiscal e termo de garantia por escrito. Onze de cada dez smartphones vendidos em camelódromos (ou por ambulantes) a preços muito convidativos são fruto de roubo ou furto. Tenha em mente que receptação é crime (punido com pena de até quatro anos de reclusão) e dizer que "não sabia" não é desculpa.

Mesmo que o lojista lhe assegure que o telefone está "em estado de novo", verifique se a tela não apresenta trincas ou arranhões, se o display não tem manchas ou pixels mortos e se a vida útil da bateria não está por um fio (pode ser preciso instalar um app dedicado para avaliar a saúde desse componente). E não deixe de fazer uma ligação e uma gravação de voz (lembre-se que essas funções utilizam microfones diferentes), de tirar algumas fotos (com e sem flash), gravar um vídeo e verificar se as conexões 4G, Wi-Fi, Bluetooth e NFC (se houver) estejam funcionando.

Se tiver dúvidas sobre a procedência do aparelho, pesquise o IMEI (sigla de International Mobile Equipment Identity) na página Celular Legal, no site da Anatel. O IMEI é um código de identificação único e global — como seu CPF ou o número do chassis do seu carro, por exemplo — formado por quatro grupos de números (000000-00-000000-0). Ele vem impresso na caixa original do celular, num adesivo colado no interior da carcaça (nos modelos em que a bateria pode ser removida sem que seja preciso desmontar o telefone), mas é mais fácil descobri-lo digitando *#06# no teclado.

Observação: Nos aparelhos Apple, é possível identificar o IMEI acessando as configurações, selecionando a opção "Geral" e tocando em "Sobre". Nos aparelhos com sistema Android o caminho é semelhante. Basta acessar as configurações, rolar a tela até o final e tocar na opção "Sobre o telefone" e localizar o código em questão na sessão "Informações de status". Note que nos aparelhos que suportam dois ou mais SIM Cards há um código IMEI para cada slot.

No que concerne ao tamanho da tela, quanto menor ela for, mais fácil será manusear o celular com apenas uma mão e acomodá-lo no bolso da calça, por exemplo. No entanto, telas maiores facilitam a digitação de mensagens e emails (até porque a maioria dos smartphones atuais dispõe de telas sensíveis ao toque e a digitação é feita através de um teclado virtual) e oferecem mais conforto na hora de assistir a vídeos, séries e filmes. Em suma, a escolha depende diretamente do perfil do usuário.

Continua...