Em teoria, o melhor celular (ou computador, ou
automóvel, ou seja lá o que for) é aquele que nos atende da melhor maneira sem
nos pesar demais no bolso (metaforicamente falando). Na prática, porém, a gama de
marcas e modelos disponíveis no mercado dificulta a escolha. E como "quem
paga mal paga duas vezes", é importante tomar alguns cuidados para não amargar
prejuízos e arrependimentos.
A menos que seu cunhado bem de vida resolva trocar um iPhone 11 (lançado
no final de 2019) pelo modelo
de ultimíssima geração e lhe ofereça o aparelho antigo por um preço
imperdível, evite comprar celulares de segunda mão. Até porque as operadoras
oferecem smartphones subsidiados em troca de fidelidade, e hipermercados e
grandes magazines dividem o preço à vista em parcelas a perder de vista
(sobretudo se o cliente tiver o cartão da loja).
Serviços como Buscapé
e Mercado Livre e
assemelhados poupam tempo e sola de sapato, mas somente nas lojas físicas é
possível examinar o produto ao vivo e em cores e levá-lo para casa no ato da
compra. É certo que a pandemia estimulou as compras pela Web ou por apps e
aprimorou significativamente a logística — a Fast Shop, por exemplo, promete
entregar os produtos em até
duas horas —, mas até aí morreu Neves.
Se o tal cunhado do nosso exemplo só existir no mundo
dos exemplos e você não puder comprar um aparelho novo, procure uma loja regularmente estabelecida
que comercialize dispositivos usados e exija nota fiscal e termo de garantia por
escrito. Onze de cada dez smartphones vendidos em camelódromos (ou por
ambulantes) a preços muito convidativos são fruto de roubo ou furto. Tenha em
mente que receptação é crime (punido com pena de até quatro anos de
reclusão) e dizer que "não sabia" não é desculpa.
Mesmo que o lojista lhe assegure que o telefone está
"em estado de novo", verifique se a tela não apresenta trincas ou arranhões,
se o display não tem manchas ou pixels mortos e se a vida útil da bateria não
está por um fio (pode ser preciso instalar um app dedicado para avaliar a saúde
desse componente). E não deixe de fazer uma ligação e uma gravação de voz (lembre-se
que essas funções utilizam microfones diferentes), de tirar algumas fotos (com
e sem flash), gravar um vídeo e verificar se as conexões 4G, Wi-Fi, Bluetooth e
NFC
(se houver) estejam funcionando.
Se tiver dúvidas sobre a procedência do aparelho, pesquise
o IMEI (sigla de International Mobile Equipment Identity) na
página Celular Legal, no site da Anatel. O IMEI
é um código de identificação único e global — como seu CPF ou o número
do chassis do seu carro, por exemplo — formado por quatro grupos de números
(000000-00-000000-0). Ele vem impresso na caixa original do celular, num
adesivo colado no interior da carcaça (nos modelos em que a bateria pode ser removida
sem que seja preciso desmontar o telefone), mas é mais fácil descobri-lo digitando
*#06# no teclado.
Observação: Nos aparelhos Apple, é
possível identificar o IMEI acessando as configurações, selecionando a
opção "Geral" e tocando em "Sobre". Nos
aparelhos com sistema Android o caminho é semelhante. Basta acessar as
configurações, rolar a tela até o final e tocar na opção "Sobre o
telefone" e localizar o código em questão na sessão "Informações
de status". Note que nos aparelhos que suportam dois ou mais SIM Cards
há um código IMEI para cada slot.
No que concerne ao tamanho da tela, quanto menor ela
for, mais fácil será manusear o celular com apenas uma mão e acomodá-lo no
bolso da calça, por exemplo. No entanto, telas maiores facilitam a digitação de
mensagens e emails (até porque a maioria dos smartphones atuais dispõe de telas
sensíveis ao toque e a digitação é feita através de um teclado virtual) e oferecem
mais conforto na hora de assistir a vídeos, séries e filmes. Em suma, a escolha
depende diretamente do perfil do usuário.
Continua...