quinta-feira, 19 de agosto de 2021

DE VOLTA À BENDITA AUTONOMIA DAS BATERIAS (PARTE IV)

TOME CONSELHOS COM VINHO E DECISÕES COM ÁGUA.

Não custa relembrar que a telefonia celular é mais antiga do que costumamos imaginar. A tecnologia começou a ser testada experimentalmente em meados do século passado, e os primeiros modelos para automóveis surgiram nos anos 1940. 

Lá pelos anos '50, a sueca Ericsson lançou seu Mobilie Telephony A, que pesava 40 kg e precisava ser acomodado no porta-malas dos veículos. Paralelamente, a União Soviética criou o "Altay" (serviço nacional de telefonia móvel civil para carros que, duas décadas depois, era usado somente em 30 cidades).

Em 1973, a americana Motorola apresentou seu DynaTAC 8000X, que media 25 x 7 centímetros e pesava cerca de 1 kg. Em 1979, a telefonia celular entrou em operação no Japão e na Suécia; em 1983, a americana AT&T criou uma tecnologia específica, usada pela primeira vez na cidade de Chicago, mas que não se popularizou devido ao gigantismo dos aparelhos e a baixa autonomia da bateria (cerca de 30 minutos) e do tempo de recarga (por volta de 10 horas).

No Brasil, a tecnologia desembarcou em meados da década de 1980, mas os telefoninhos (força de expressão, pois eram tijolões pesados e desajeitados) só começaram a se tornar populares nos anos 1990. Até a privatização das TELES, em 1998, habilitar uma linha (tanto móvel quanto fixa) era um processo trabalhoso, demorado e caro. 

No caso específico dos celulares, a tecnologia incipiente, a insuficiência de células (antenas) e a profusão de “áreas de sombra” restringiam o sinal, limitando o uso dos aparelhos a grandes centros urbanos — e, mesmo assim, apenas em algumas regiões. Sem mencionar que o preço das ligações era proibitivo e até as chamadas recebidas eram cobradas, ainda que custassem menos do que as ligações geradas pelo aparelho.

Com o fim do monopólio estatal, a livre concorrência entre as operadoras de telefonia produziu bons frutos para os consumidores, a começar pela redução no preço dos aparelhos e das ligações. Mais adiante, os "planos pré-pagos" e a gratuidade nas chamadas entre números da mesma operadora promoveram um aumento substancial na base de usuários.

Até a Apple revolucionar o mercado com o lançamento do iPhone, em 2007, os celulares vinham diminuindo de tamanho a cada nova geração, embora a gama de recursos e funções aumentasse na mesma proporção. Mas a transformação dos dumbphones em smartphones fez com que o tamanho do hardware voltasse a aumentar, pois a miniaturização deixou de fazer sentido. O que nos leva de volta à questão do tamanho da tela.

Observação: Vale lembrar que o primeiro celular capaz de acessar a Internet não foi o iPhone, e sim o Nokia 9000 Communicator, lançado em 1996. O detalhe é que essa funcionalidade só estava disponível para quem morasse na Finlândia.

Já vimos que telefones com telas pequenas são mais fáceis de manusear com apenas uma das mãos e cabem facilmente no bolso, mas dificultam tanto a navegação quanto a digitação. Depois que as telas sensíveis (touchscreen) se tornaram nos smartphones (contam-se nos dedos os modelos que contam com teclados físicos retráteis), os aparelhos ficaram mais finos, leves e elegantes.

Como nada é perfeito, a vantagem de o teclado virtual ser exibido somente quando necessário se contrapõe à dificuldade das pessoas (sobretudo as que têm dedos grossos ou unhas longas) em sensibilizar a tela no local correspondente ao caractere desejado. Em tese, é possível contornar esse inconveniente "ditando" emails, SMS e mensagens de WhatsApp; na prática, o reconhecimento de voz nem sempre funciona como deveria (notadamente em ambientes ruidosos) e as alterações indevidas que o corretor ortográfico-gramatical insiste em promover acaba deixando qualquer um maluco.

Em tempo: Se você configurou uma senha de desbloqueio e um belo dia seu teclado simplesmente não aparecer, experimente reiniciar o aparelho no modo de segurança, desativar a senha de bloqueio nas configurações e verificar se existe algum outro teclado disponível. Caso negativo, use o PC para baixar um teclado da Play ou App Store, mas tenha em mente que você precisará se logar com a mesma conta acessada no smartphone, pois só assim o teclado ficará disponível também no portátil e você poderá configurá-lo para substituir o teclado original.    

Continua...