O CASAMENTO É UMA TRAGÉDIA EM DOIS ATOS: UM CIVIL E UM RELIGIOSO.
Embora jamais tenha sido um editor de imagens poderoso,
pródigo em recursos e funções sofisticadas, o MS PAINT (batizado
inicialmente de Paintbrush) conquistou um número respeitável de fãs ao
longo de sua trajetória — que começou com sua inclusão na lista de
componentes nativos da primeira versão do Windows quando o Windows
era apenas uma gráfica que rodava no MS-DOS.
Dez anos após seu lançamento, o Windows ― já então com pretensões a sistema operacional autônomo (coisa que ele só passaria a ser em 2001, quando o WinXP cortou o cordão umbilical com o vetusto "disk operating system" da Microsoft) ― deu início à escalada que o alçaria a invejável posição de sistema operacional mais popular do planeta. O Paint ficou quietinho em seu canto até 2017, quando a Microsoft resolveu aposentá-lo sem alarde, conforme foi anunciado numa página de suporte que elencava as funcionalidades removidas ou descontinuadas na próxima versão do Win10.
Assim, depois de mais de 3 décadas ajudando a desenhar casinhas, árvores e bonecos e a fazer edições simples em fotos e figuras, o Paint se despediu de seu fã-clube, abrindo dando lugar ao Paint 3D, que foi implementado pelo Win10 Creators Update.
De acordo com o que disse a Microsoft à época, o Paint 3D seria mais amigável e ofereceria recursos superiores aos do homônimo veterano. Eu, particularmente, nunca me dei bem com ele, embora minha ralação de longa data com seu predecessor (iniciada no Win 3.11) fosse quase perfeita.
Num primeiro momento, a mãe da criança (madrasta?) manteve os dois programinhas (a exemplo do que fez até recentemente com os browsers Internet Explorer e Edge). Depois, avisou aos navegantes que o Paint seria mesmo removido. Mais adiante, disse que o app poderia ser recuperado (sem custo) a partir da Microsoft Store.
Nesse entretempo, eu publiquei duas ou três postagens sugerindo alternativas ao Paint 3D — bem mais versátil que o Paint convencional, mas, do meu ponto de vista, muito menos amigável (ainda que a Microsoft diga exatamente o contrário). Para quem se limita a salvar imagens em formatos diferentes e/ou fazer edições despretensiosas (redimensionar, colorir, recortar, copiar, colar, etc.), eu acho que recorrer a aplicativos sofisticados, caros e complexos pode não ser interessante. Mas as viúvas do Paint não ficaram desassistidas, já que não faltam alternativas instaláveis e webservices prenhes de funções e tão fáceis de usar quanto o velho editor da Microsoft.
Observação: Entre as opções
instaláveis, sugiro o Gimp,
o Paint.net e o Photo Pos Pro; para uso eventual, serviços
como o Pixlr e o FotoFlexer são mais indicados, já
que rodam diretamente do navegador e proporcionam bons resultados, mas vale
destacar (novamente) que o Paint pode ser resgatado gratuitamente da loja
oficial do Windows.
Volto agora ao assunto porque o Paint está de cara nova — ou estará, já que a versão repaginada integra os componentes nativos do Windows 11, cujo lançamento oficial está previsto para o dia 5 do mês que vem, a partir de quando não só computadores novos poderão ser embarcados pelo dito-cujo, mas também a atualização gratuita para computadores elegíveis que rodam o Win10 começará a ser distribuída via Windows Update (e se estenderá até meados de 2022).
Interessa dizer que o bom e velho Paint foi
remodelado. Ele conta agora com novos botões (flutuantes) em sua barra
de menu, mais opções de traços e de alinhamento, e até mesmo o “Modo Noturno”.
Ainda não se sabe muito sobre a função “Camadas”, nem se a dona Microsoft
terá a bondade de estender essa atualização também a usuários do Windows 10
cujo hardware não ofereça suporte à migração para o Win11.
A conferir.