SÓ SE VIVE UMA VEZ.
O MS-DOS, como a
maioria de vocês não deve estar lembrada
(com a possível exceção de quem ingressou no mundo maravilhoso da Informática há mais de 20 anos), foi o
primeiro sistema operacional adotado em larga escala em computadores pessoais.
A despeito de sua interface em linha de
comando, ele facilitou sobremaneira o trabalho dos usuários, que até então
eram obrigados a programar manual e exaustivamente cada tarefa que executavam
no computador. O termo DOS é o
acrônimo de Disk Operating Disk e integra
o nome de diversos sistemas ─ Free DOS, PTS-DOS, DR-DOS, etc. ─, dentre
os quais o mais emblemático é o MS-DOS,
da Microsoft (daí o “MS”), cuja história é curiosa e merece
algumas linhas. Acompanhe.
Os primeiros computadores totalmente transistorizados foram
lançados no final dos anos 1950 pela IBM,
e, uma década mais adiante, a TEXAS INSTRUMENTS revolucionou o mundo da
tecnologia com os circuitos integrados (compostos por conjuntos de
transistores, resistores e capacitores), usados com total sucesso no IBM 360
(1964).
No início da década de 70, a INTEL logrou êxito em agrupar vários CIs numa única peça, dando origem aos microprocessadores, e daí à criação de equipamentos de pequeno porte foi um passo: em poucos anos surgiria o ALTAIR 8800 (vendido sob a forma de kit), o PET 2001 (tido como precursor do computador pessoal) e os Apple I e II (este último já com unidade de disco flexível).
No início da década de 70, a INTEL logrou êxito em agrupar vários CIs numa única peça, dando origem aos microprocessadores, e daí à criação de equipamentos de pequeno porte foi um passo: em poucos anos surgiria o ALTAIR 8800 (vendido sob a forma de kit), o PET 2001 (tido como precursor do computador pessoal) e os Apple I e II (este último já com unidade de disco flexível).
O sucesso estrondoso da Apple
levou a IBM ─ que dominava o mercado
de computadores de grande porte desde meados do século XX ─ a lançar seu PC
(PERSONAL COMPUTER), cuja
arquitetura aberta e a adoção do MS-DOS da Microsoft viriam
posteriormente a estabelecer um padrão de mercado. No entanto, a empresa não
dispunha de um sistema operacional para gerenciar o novo equipamento, e assim
procurou Bill Gates, supondo
erroneamente que ele detivesse os direitos autorais do Control Program for Microcomputer.
Contrariando sua fama de oportunista, Mr. Gates desfez o equívoco, mas Gary Kildall (desenvolvedor do CP/M) teria faltado à reunião agendada com a empresa, levando-a de volta aos braços do Tio Bill. Embora jamais tivesse desenvolvido um SO, a Microsoft aceitou o desafio, mas ao invés de escrever o programa a partir do zero, adaptou o QDOS (comprado de Tim Paterson por US$50 mil) para o hardware da IBM, mudou seu nome para MS-DOS e com ele dominou o mercado dos PCs compatíveis.
Contrariando sua fama de oportunista, Mr. Gates desfez o equívoco, mas Gary Kildall (desenvolvedor do CP/M) teria faltado à reunião agendada com a empresa, levando-a de volta aos braços do Tio Bill. Embora jamais tivesse desenvolvido um SO, a Microsoft aceitou o desafio, mas ao invés de escrever o programa a partir do zero, adaptou o QDOS (comprado de Tim Paterson por US$50 mil) para o hardware da IBM, mudou seu nome para MS-DOS e com ele dominou o mercado dos PCs compatíveis.
Observação: Todos os sistemas modernos baseiam-se em dois
programas pioneiros: o UNIX e o XEROX PARK. O primeiro ─ que pode ser considerado o “pai” das distribuições Linux ─ foi o precursor dos sistemas
multitarefa e multi-usuário, e é largamente utilizado até hoje em servidores e
máquinas de alto desempenho. Já o segundo ─ ou seu desenvolvedor, melhor dizendo ─ trouxe ao mundo da computação pessoal a primeira interface gráfica, que incluía todas as idéias hoje utilizadas nas
versões modernas, desde a área de trabalho exibida na tela do monitor, até o
uso de ícones, janelas, botões, menus e caixas de diálogo.
O estrondoso sucesso do Windows 3.1 levou a IBM e a Microsoft a tomar caminhos distintos, conquanto ambas continuassem buscando maneiras de romper as
limitações do DOS. Depois de uma disputa
tumultuada entre o OS/2 WARP e o Windows 95 (já um sistema operacional
autônomo), Bill Gates viu sua estrela brilhar mais forte, e o resto é
história recente: a arquitetura aberta se tornou padrão de mercado e o Windows
se firmou como o SO mais utilizado em todo o mundo.
Antes do lançamento do Win95
(que já suportava a multitarefa real),
o MS-DOS era o sistema operacional
propriamente dito, e o Windows, uma interface gráfica carregada a partir do
Prompt de Comando. O principal
problema do DOS – além da
dificuldade inerente à memorização de seus intrincados comandos – era ser monotarefa, e ainda que o Windows usasse de alguns artifícios
para burlar essa limitação, era impossível, por exemplo, usar a calculadora
enquanto um documento de texto estivesse sendo impresso. Depois de seis versões
e outras tantas atualizações, ele deixou de ser oferecido na modalidade stand alone, mas continuou integrando o Windows 9.x/ME, conquanto seus
comandos fossem cada vez menos utilizados ─ até porque o mesmo resultado podia
ser obtido bem mais facilmente através dos ícones, botões, menus e caixas de
diálogo da interface gráfica.
Mas está enganado quem pensa que o DOS, hoje em dia, não passa de um tópico nos compêndios de informática
que focam os anos 1980. Mesmo com o Seven
“bombando”, o Eight 8.1 conquistando
(lentamente, diga-se) seu espaço e o Windows
10 em contagem regressiva na plataforma de lançamento, o velho sistema
ainda pode ser emulado para a realização de tarefas que não podem ser
convocadas via interface gráfica ou que demandam o uso diferenciado de recursos
do computador, tais como diagnósticos de rede, manutenções avançadas do sistema
e por aí vai (alguns desses procedimentos podem ser levados a efeito também via
menu Executar, mas vamos deixar essa
questão para outra ocasião).
Amanhã tem mais, pessoal. Abraços a todos.