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sexta-feira, 26 de julho de 2019

SOBRE A IMPORTÂNCIA DE MANTER O COMPUTADOR ATUALIZADO — PARTE VI

VOCÊ PODE VIVER ATÉ OS CEM ANOS SE ABANDONAR TUDO QUE O FAZ QUERER VIVER ATÉ OS CEM ANOS.

Vimos que para operar um PC antes do advento da interface gráfica era preciso dominar intrincados comandos de prompt. Até o Win 3.1, o MS-DOS era o sistema operacional; o Windows só carregava depois que digitávamos win no prompt de comando e pressionávamos a tecla Enter. Isso só mudou quando a Microsoft lançou o Win 95, que já era um sistema operacional autônomo. E a partir daí os comandos de prompt foram se tornando cada vez menos necessários. 

No Win XP — baseado no kernel (núcleo) do WinNT, o command.com do velho DOS, presente nas edições 3.x e 9x/ME, deu lugar ao cmd.exe. Na prática, o DOS foi reduzido a um interpretador de linha de comando (útil apenas em procedimentos de manutenção e outras tarefas específicas). Ao lançar o Win 8, a Microsoft substituiu o prompt tradicional pelo Power Shell, mas o modelo antigo pode ser acessado até hoje pelo menu Executar (basta digitar cmd.exe e teclar Enter) ou restabelecido como interpretador padrão (basta clicar em Iniciar  >  Configurações  > Personalização >  Barra de tarefas e desligar o botão ao lado de Substituir Prompt de Comando pelo Windows PowerShell no menu quando eu clicar com o botão direito do mouse no botão Iniciar ou pressionar Windows + X).

E já que falamos no menu Executar, desde o lançamento do Windows 7 que a Microsoft suprimiu essa entrada do Menu Iniciar. O atalho de teclado Win+R convoca esse menu, mas é possível ressuscitá-lo, ainda que como um live tile (bloco dinâmico configurável), digitando executar na caixa de pesquisas da barra de tarefas, dando um clique direito sobre a opção Executar — Aplicativo da área de trabalho e, no menu suspenso que é mostrado em seguida, selecionando a opção Fixar na Tela Inicial.

A interação com o sistema via comandos baseados em texto e parâmetros também é possível nas edições mais recentes do Windows, mas é bem mais simples usar a interface gráfica, com suas janelas, menus e ícones clicáveis. Apesar de flertar com a obsolescência, o Prompt de Comando continua tendo serventia em situações específicas, mas o PowerShell, mais moderno e pródigo em recursos, é quem faz a festa dos saudosistas de plantão e usuários da velha escola, que exibem seus “profundos conhecimentos” usando comandos até para enviar mensagens de email.
Observação: PowerShell está para o Prompt de comando como o MS-Word para o Bloco de Notas. Seus recursos, bem mais aprimorados, facilitam a criação de comandos e scripts em linguagem C # (PowerShell e C # são integrados ao .NET Framework da Microsoft) e permitem, por exemplo, a execução remota e automação de tarefas, a execução de tarefas em segundo plano, a tubulação de comando, etc. Simplificando: o PowerShell é mais adequado a usuários avançados, enquanto o Prompt de comando atende às necessidades básicas de leigos e iniciantes, ainda que a maioria de nós passe muito bem sem nenhum dos dois (para saber mais sobre o Prompt de Comando e o Power Shell, reveja a sequência de postagens iniciada por esta aqui).
A título de curiosidade, é possível executar aplicativos a partir do prompt. Se você quiser experimentar, digite “start notepad.exe” ou “iexplore.exe (sem as aspas), por exemplo, e pressione Enter os comandos só são validados depois que essa tecla for pressionada. Mas note que esse recurso deve ser usado preferencialmente quando a tarefa não é intuitiva ou não está disponível via interface gráfica. Há exceções, naturalmente, como é o caso da desfragmentação do disco rígido (digite defrag C: /A para analisar o volume; /N para alterar a prioridade de baixa para normal; /X para consolidar o espaço livre no volume especificado, e assim por diante), mas isso também é conversa para outra hora. 
Conforme a tarefa que se pretende realizar, pode ser preciso executar o Prompt de Comando (ou do Power Shell) com privilégios administrativos. Além disso,como erros de digitação são comuns e, quando ocorrem, o comando não surte efeito, é melhor escrevê-los num documento de texto, por exemplo, e depois copiar e colar na tela do prompt. Como o atalho Ctrl+V não funciona no interpretador de comandos, você deve dar um clique direito na tela e selecionar a opção Colar do menu de contexto. 
Observação: Para personalizar a janela do prompt, dê um clique direito na barra de título e clique em Padrões se desejar que as modificações contemplem todas as telas do prompt, ou clique em Propriedades para alterar somente a tela atual. Ao final (para variar), pressione Enter ou clique em OK.
No próximo capítulo, retomaremos a conversa sobre a importância de manter atualizado o software do computador, que interrompemos para relembrar a evolução do Windows. Até lá.

quinta-feira, 25 de julho de 2019

SOBRE A IMPORTÂNCIA DE MANTER O COMPUTADOR ATUALIZADO — PARTE V


AO CASAR COM A MULHER CERTA, VOCÊ ESTÁ COMPLETO. AO CASAR COM A MULHER ERRADA, VOCÊ ESTÁ ACABADO. E SE A MULHER CERTA FLAGRÁ-LO COM A MULHER ERRADA, VOCÊ ESTARÁ COMPLETAMENTE ACABADO!
A pareceria entre a IBM e a Microsoft terminou, mas ambas as empresas continuam buscando maneiras de romper as limitações do DOS. A estrela de Bill Gates brilhou mais forte: o sucesso do Windows 3.1 foi estrondoso, a tumultuada disputa entre o OS/2 WARP e o Win 95 terminou com a vitória da Microsoft, a arquitetura aberta se firmou como padrão do mercado e o Windows se tornou o sistema operacional para PCs mais usado em todo o mundo.
Até as edições 3.x do Windows, quem aparecia na tela quando ligávamos o PC não era a área de trabalho, mas o Prompt do DOS; para convocar a interface gráfica, digitávamos win no prompt de comando e pressionávamos a tecla Enter. O prompt — ponto de entrada para a digitação de comandos do DOS e outros comandos internos do computador — é geralmente representado pela letra correspondente à partição do sistema, seguida de dois pontos, uma barra invertida e o sinal de “maior que” (C:>), embora outros elementos fosse adicionados conforme navegávamos pelos diretórios, pastas e arquivos. Os comandos tinham de ser inseridos cuidadosamente, pois um espaço a mais ou a menos, um caractere faltando ou sobrando ou qualquer erro de digitação fazia com que uma mensagem de erro fosse exibida.
Além da dificuldade inerente à memorização desses comandos (compostos de letras, números e sinais gráficos), o DOS tinha a desvantagem de ser monotarefa. Quando mandávamos um documento para a impressora, por exemplo, não podíamos realizar qualquer outra atividade no computador até que o processo fosse concluído. Embora o Windows se valesse de alguns artifícios para burlar essa limitação, não era possível, também por exemplo, trabalhar com um editor de textos e usar a calculadora ao mesmo tempo
Depois de seis versões e outras tantas atualizações, o MS-DOS deixou de ser oferecido na modalidade stand alone, mas continuou existindo nos bastidores do Windows 9.x/ME, conquanto seus comandos fossem cada vez menos usados. Afinal, era mais fácil, rápido e cômodo operar o sistema através dos ícones, botões, menus e caixas de diálogo da interface gráfica. No entanto, ainda é possível emulá-lo para a execução de tarefas que não podem ser convocadas via interface gráfica ou que requerem o uso diferenciado de recursos do computador, tais como diagnósticos de rede, manutenções avançadas do sistema e por aí vai (alguns desses procedimentos podem ser convocados via menu Executar, mas isso é outra conversa).
Para acessar o DOS nas edições 9.x do Windows, bastava pressionar o botão Desligar e selecionar a opção Reiniciar o computador em modo MS-DOS (ou equivalente). A partir da edição XP, em vez do DOS propriamente dito, tínhamos somente um prompt de comando que emulava as funcionalidades do velho sistema. Para convocá-lo, clicávamos em Iniciar > Todos os Programas > Acessórios > Prompt de Comando ou simplesmente teclávamos WIN+R e digitávamos cmd na caixa do menu Executar. A partir do Windows 8, a lista Todos os Programas do menu Iniciar passou a exibir o Windows Power Shell em vez de o tradicional prompt de comando.
Continua no próximo capítulo.

quarta-feira, 24 de julho de 2019

SOBRE A IMPORTÂNCIA DE MANTER O COMPUTADOR ATUALIZADO — PARTE IV


A DISPUTA PELO PODER GERA PARCERIAS ESTRANHAS, MAS NEM SEMPRE O INIMIGO DO SEU INIMIGO É SEU AMIGO.
Problemas verificados nos updates lançados ao longo dos últimos anos levaram a Microsoft a rever sua política impositiva de nos enfiar as atualizações goela abaixo. Para quem não se lembra, a partir de 2015, quando lançou o Windows 10 como serviço, a empresa passou a fornecer atualizações de conteúdo semestrais e atualizações de qualidade mensais, além de correções críticas e de segurança lançadas fora desse cronograma, sempre que sua importância justifica não esperar o próximo Patch Tuesday.
Desde seu lançamento em 1985, o Windows teve mais de uma dúzia de edições — Windows 1, 2, 3, 3.1, 95, 98, ME, XP, Vista, 7, 8, 8.1 e 10 — e dentre elas o Win 95 foi uma daquelas catarses, digamos assim, que dividem as coisas em antes e depois: até então, o Windows, que era apenas uma interface gráfica (o MS-DOS era o sistema operacional propriamente dito), tornou-se um sistema operacional autônomo e, mais adiante, o sistema operacional para PC mais popular do planeta (quiçá de toda a galáxia). Mas vamos por partes.
DOS é o acrônimo de Disk Operating Disk e integra o nome de diversos sistemas — Free DOS, PTS-DOS, DR-DOS etc. —, entre os quais o mais emblemático é o MS-DOS, da Microsoft, que foi o primeiro sistema operacional adotado em larga escala em computadores pessoais. A despeito de sua interface em linha de comando, ele facilitou sobremaneira a vidas dos usuários, que até então eram obrigados a programar manual e exaustivamente cada tarefa que executavam no computador.
Para resumir essa história em poucas linhas, no início dos anos 1970 a INTEL conseguiu agrupar vários circuitos integrados numa única peça, dando origem aos microprocessadores, e daí até o surgimento dos primeiros computadores de pequeno porte foi um passo. Cito como exemplo o ALTAIR 8800, que era vendido em kit, o PET 2001, tido como precursor do computador pessoal, e os Apple I e II, cujo sucesso estrondoso levou a IBM que dominava o mercado de computadores de grande porte desde meados do século passado — a lançar seu PC (de Personal Computer). O detalhe — e o diabo mora nos detalhes — é que a IBM não dispunha de um sistema operacional para gerenciar o novo equipamento, e assim procurou Bill Gates, supondo (erroneamente) que ele detivesse os direitos autorais do Control Program for Microcomputer
Contrariando sua fama de oportunista, Gates desfez o equívoco, mas Gary Kildall (desenvolvedor do CP/M) faltou à reunião agendada com a gigante dos computadores, e esta voltou a procurar a ainda incipiente Microsoft, que jamais havia desenvolvido um sistema operacional, mas aceitou o desafio. Só que, em vez de escrever o programa a partir do zero, Bill Gates comprou de Tim Paterson o QDOS, adaptou-o para o hardware da IBM, rebatizou como MS-DOS e com ele dominou o mercado dos PCs compatíveis.
Continua no próximo capítulo.

quinta-feira, 23 de maio de 2019

COMPUTADOR, SMARTPHONE, WINDOWS E UM POUCO DE HISTÓRIA — Parte Final


ÀS VEZES, O QUE SE TEM É SOMENTE AQUILO EM QUE SE ACREDITA.

Como já vimos, o computador é composto de dois segmentos distintos, mas interdependentes. O hardware é a parte física (gabinete, teclado, monitor, placa-mãe, placas de expansão, memórias etc.) e o software, os programas (sistema operacional, aplicativos, utilitários etc.). No léxico da informática, o termo programa designa um conjunto de instruções em linguagem de máquina que descreve uma tarefa a ser realizada pelo computador, e pode referenciar tanto o código fonte, escrito em alguma linguagem de programação, quanto o arquivo executável que contém esse código.

Qualquer dispositivo computacional atual, dos (já quase obsoletos) desktops aos notebooks que a gente levava de um lado para outro antes de os smartphones se tornarem capazes de substituí-los na maioria das situações, conta com um sistema operacional, que, tecnicamente, é um programa como qualquer outro, ainda que seja considerado (muito apropriadamente) como o software-mãe, uma vez que cabe a ele gerenciar o hardware e o software, prover a interface entre o usuário e a máquina (e vice-versa) e servir como base para a execução dos demais programas. 

Embora o Mac OS e as distribuições Linux sejam bastante populares, o Windows é o sistema operacional para PCs mais usado em todo o mundo — nos smartphones e tablets a liderança fica com o Android, não só por ele ser um sistema de código aberto, mas também devido ao fato de que, como os demais produtos da Apple, o iPhone, que utiliza o iOS, esbanja excelência, mas custa caro, sobretudo no Brasil, onde a carga tributária é escorchante.

Os arquivos de instalação do MS-DOS e das edições 3.x do Windows ocupavam uns poucos disquetes de 1,44 MB. O Win/95, que já era um sistema operacional autônomo (ou quase isso), foi o primeiro a ser fornecido tanto em disquetes (13 disquinhos) quanto em CD-ROM, mas as versões subsequentes foram se tornando mais volumosas — para armazenar os arquivos de instalação do Windows 7, por exemplo seriam necessários mais de 2.000 disquetes, e bastaria um deles embolorar ou desmagnetizar para comprometer todo o conjunto. 

Atualmente, muita gente vê o MS-DOS como “coisa do passado”, mas o prompt de comando (e, mais recentemente, o Windows PowerShell) continua presente, visando auxiliar o usuário na execução de tarefas que não podem ser convocadas via interface gráfica ou que demandam o uso diferenciado de recursos do computador como diagnósticos de rede, manutenções avançadas do sistema e por aí vai. Alguns desses procedimentos podem ser realizados também via menu Executar, mas isso já é outra história e fica para outra vez.

O Vista, a exemplo do ME antes dele e do Windows 8 mais adiante, foi um fiasco de crítica e de público, mas se notabilizou por ser a primeira edição fornecida em DVD. O XP foi a encarnação do Windows mais longeva, e o Seven segue o mesmo caminho, visto que muitos usuários não se entusiasmaram com o Vista e relutaram em fazer o upgrade para o Windows 10, que foi lançado em 2015 como serviço e disponibilizado gratuitamente até meados de 2016 (se for o seu caso, fique atento, porque o suporte estendido do Windows 7 termina em janeiro do ano que vem, e o do Eight, em janeiro de 2023.

Sistemas e programas atuais são monstruosas obras de engenharia computacional. Para se ter uma ideia, o Seven é formado por cerca de 40 milhões de linhas de código; o Office 2013, por 50 milhões; o Mac OS X “Tiger”, por quase 90 milhões. Claro que para rodar essas monstruosidades com desenvoltura é preciso que o hardware seja compatível. Nos PCs de fabricação mais ou menos recente, espaço em disco não é problema, já que até os modelos de entrada de linha já trazem drives de HDD com 500 ou mais gigabytes, mas processador chinfrim e pouca memória física (RAM) podem comprometer dramaticamente o desempenho do sistema e do computador com um todo. E é bom não se fiar nos requisitos mínimos informados pela Microsoft, que é modesta quando lhe convém; para rodar o Windows 10 com desenvoltura e a maioria dos apps que utilizamos no nosso dia-a-dia, o ideal é dispor de uma CPU de respeito e algo entre 4 e 8 gigabytes de RAM.

O código-fonte do Windows 10 ocupa meio terabyte e se estende por mais de 4 milhões de arquivos (para ter uma ideia do tamanho desse imbróglio, siga este link). A maior parte do kernel (núcleo) sistema é escrita em C, mas outras linguagens de programação, como C #, JavaScript, TypeScript, VB.NET e C++ também são utilizadas (à medida que nos aproximamos do modo de usuário e de desenvolvimentos mais recentes, encontramos menos C e mais C++). A árvore completa, com todo os códigos-fonte, o código de testes e tudo o que constitui o "código-fonte do Windows" tem mais de meio terabyte de tamanho, com dados espalhados em mais de 4 milhões de arquivos. Em nível de código, um programador levaria cerca de um ano para localizar manualmente uma pasta específica (são mais de 500 mil) e “uma vida inteira” para ler tudo. Pense nisso se você achar que esta sequência de postagens ficou muito grande.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

AINDA SOBRE COMO SOLUCIONAR PROBLEMAS NO WINDOWS, PROMPT DE COMANDO E WINDOWS POWERSHELL


A IGNORÂNCIA É A MÃE DE TODAS AS TRADIÇÕES.

Eu não poderia encerrar a sequência sobre correção de falhas que impedem o Windows de carregar ou provocam instabilidades, mensagens de erro, reinicializações aleatórias e outras anormalidades sem dedicar algumas linhas ao Verificador de Arquivos do sistema (SFC) e ao Gerenciamento e Manutenção de Imagens de Implantação (DISM). Ambos são ferramentas nativas do Windows, mas não figuram na lista de apps do menu Iniciar nem no Painel de Controle. Para usá-los, é preciso recorrer ao velho Prompt de Comando.

Observação: No site da TechNet, a Microsoft disponibiliza um script (“roteiro” que o sistema interpreta e transforma em ações, automatizando a execução de tarefas que de outra forma o usuário teria de realizar individualmente) que visa à correção de erros de integridade do Windows utilizando o SFC e alguns parâmetros do DISM. Para saber mais e baixar o arquivo, clique aqui, mas note que eu não testei essa ferramenta, e que pode ser necessário converter o arquivo do formato .TXT para .BAT e executá-lo com privilégios de administrador.

Antes de discorrer sobre o SFC e o DISM, acho oportuno relembrar que, até o lançamento do Win95, o MS-DOS era o sistema operacional e o Windows, uma simples interface gráfica que o usuário convocava digitando win na linha de comando e pressionando a tecla Enter. O DOS foi o primeiro sistema amplamente adotado em microcomputadores, embora fosse pobre em recursos e bem pouco intuitivo. Para operá-lo com desenvoltura, era preciso memorizar centenas de comandos intrincados, compostos de letras, números e outros sinais gráficos, e digitá-los sem qualquer erro, pois um espaço ou caractere faltando, sobrando ou fora de lugar resultava numa mensagem de erro (para mais detalhes, acesse esta postagem).

Mesmo depois que o Windows foi promovido a sistema autônomo, o Prompt de Comando foi mantido e continua sendo útil na realização de procedimentos de manutenção (como é o caso das ferramentas que eu mencionei no primeiro parágrafo desta matéria). Todavia, a partir do aziago Windows 8 a Microsoft substituiu o velho prompt pelo Windows PowerShell na lista de comandos do sistema, mas basta digitar cmd.exe na caixa de diálogo do menu Executar para a telinha do prompt ser exibida.

Observação: Falando no menu Executar, desde o lançamento do Windows 7 que a dona Microsoft deixou de incluir essa entrada da lista de comandos do menu Iniciar, talvez porque o atalho de teclado Win+R faça o mesmo efeito. Mas é fácil ressuscitá-lo, ainda que na forma de um live tile (bloco dinâmico configurável): basta digitar executar na caixa de pesquisas da barra de tarefas (ou na caixa de diálogo do Cortana, conforme a configuração), dar um clique direito sobre a opção Executar – Aplicativo da área de trabalho e, no menu suspenso, selecionar a opção Fixar na Tela Inicial.

Veremos na próxima postagem as principais diferenças entre o Prompt de Comando e o Windows PowerShell. Até lá.

segunda-feira, 3 de julho de 2017

VOCÊ CONHECE SEU PC? ― Parte III

NAS PRÓXIMAS ELEIÇÕES, VOTEM EM ALI-BABÁ. PELO MENOS, SÃO SÓ 40 LADRÕES.

A história do Microsoft se confunde com a da computação pessoal, ainda que a Empresa de Redmond não tenha sido a pioneira na criação de sistemas operacionais nem tampouco inventado o microcomputador, o mouse, a interface gráfica e o navegador de Internet. 

Tudo começou no início dos anos 80 (por tudo, entenda-se o sucesso da Microsoft e a fortuna pessoal do seu fundador), quando o estrondoso sucesso dos microcomputadores da Apple levou a IBM ― que dominava o mercado de mainframes desde meados do século ― a lançar seu Personal Computer, cuja arquitetura aberta e a adoção do MS-DOS se tornariam padrão de mercado. Como não dispunha de um sistema operacional para gerenciar a geringonça, a IBM procurou Bill Gates, supondo (erroneamente) que ele fosse o detentor dos direitos autorais do Control Program for Microcomputer. Contrariando sua fama de oportunista, Gates desfez o equívoco, mas aceitou o desafio.

Como jamais tivesse desenvolvido um SO até então, a Microsoft não se arriscou a desenvolver o programa a partir do zero. Em vez disso, comprou o QDOS de Tim Paterson por US$50 mil, adaptou-o ao hardware do IBM-PC, mudou o nome para MS-DOS e com ele ele dominou o mercado de microcomputadores compatíveis.

Observação: Todos os sistemas operacionais modernos baseiam-se em dois programas pioneiros: o UNIX e o XEROX PARK. O primeiro ─ que pode ser considerado o “pai” das distribuições Linux ─ foi o precursor dos sistemas multitarefa e multiusuário, e continua sendo largamente utilizado em servidores e máquinas de alto desempenho. O segundo, desenvolvido por Linus Torvalds, trouxe para o mundo da computação pessoal a primeira interface gráfica, que incluía todas as ideias utilizadas nas versões modernas, desde a área de trabalho exibida na tela do monitor até os ícones, janelas, botões, menus e caixas de diálogo.

O estrondoso sucesso do Windows 3.1 liquidou a parceria entre a IBM e a Microsoft, mas ambas as empresas continuaram buscando maneiras de romper as limitações do DOS. Depois de uma disputa tumultuada entre o OS/2 WARP e o Windows 95 (já um sistema operacional autônomo), Bill Gates viu sua estrela brilhar, e o resto é história recente: a arquitetura aberta se tornou padrão de mercado e o Windows se firmou como o SO mais utilizado em todo o mundo.

Continuamos na próxima postagem.

A QUE PONTO CHEGAMOS!

Anda difícil acompanhar o noticiário: como se não bastassem a exploração desmedida de desgraças de toda sorte, os escândalos que brotam aos borbotões no cenário político expõem as entranhas da podridão que se alastrou no Congresso e se espalhou como metástase pelos mais altos escalões da República.

Michel Temer, o irrenunciável, delatado pelo moedor de carne bilionário e ora denunciado formalmente pela PGR, agarra-se ao cargo com unhas e dentes, como Dilma antes dele e Collor antes dela (por ocasião de seus respectivos processos de impeachment). Também como a anta vermelha ― que em algum momento do primeiro mandato deixou de governar para “fazer o diabo” em tempo integral, visando obter mais quatro anos para demolir o país ―, o presidente da vez manda às favas os interesses da nação para se dedicar full time a salvar próprio rabo.

Em pronunciamentos mais que estapafúrdios, Temer usa e abusa do ataque como estratégia para defender o indefensável, classifica de “ilações” as acusações que lhe são feitas e acusa seus acusadores de práticas espúrias. Sem bases concretas, todavia, suas acusações levam nada a lugar nenhum, servindo apenas para converter sua patética figura num fator de constrangimento nacional e internacional.

Aí você liga o rádio e ouve que um ministro STF mandou soltar um assassino condenado ― caso de certo ex-goleiro do Flamengo ― ou um estuprador em série ― caso de certo médico condenado a mais de 100 anos de prisão ―, ou ainda o maquiavélico mentor do Mensalão, libertado a pretexto de uma “cruzada contra as prisões preventivas excessivamente longas da Lava-Jato”. Parabéns, meritíssimos!

Outro exemplo igualmente estarrecedor foi o “julgamento jurídico e judicial” da chapa Dilma-Temer, em que o TSE do presidente Gilmar Mendes reconheceu a caudalosa enxurrada de provas colacionadas aos autos pelo ministro-relator Herman Benjamin, mas decidiu, por 4 votos a três, que elas não valiam, e assim preservou o cargo (e o direito ao foro privilegiado) de seu amigão do peito. Parabéns, excelência!

Daí se infere que, na visão desses luminares do saber jurídico, o que ontem era uma banana pode amanhã ser uma laranja. Entendeu? Nem eu, mas o Brasil não é mesmo para principiantes; então, às favas com a opinião pública e viva o compadrio!

Quer mais? Então vamos lá. Aécio Neves foi gravado em conversas altamente comprometedoras, mas sua prisão preventiva foi negada, pois um senador da República só pode ser preso em flagrante delito e por crime inafiançável. Chegou a ser afastado do cargo pelo ministro Fachin, mas acabou reconduzido a ele, na última sexta-feira, por decisão monocrática do ministro Marco Aurélio, o sublime ― e isso às vésperas do recesso do Judiciário, de modo que eventual recurso do MPF só será apreciado em agosto.

Aí você liga a televisão e vê o senador tucano ― que um dia foi nossa esperança de penabundar do Planalto a caterva vermelha ― comemorando o que, segundo ele, “reafirma a confiança de todos os brasileiros no poder Judiciário”. Em que mundo vive essa gente? Não no nosso; talvez em algum exoplaneta onde ética na política seja um detalhe desejável, não um pressuposto obrigatório.

Talvez não sirva de consolo, mas a PROTESTE ― associação não governamental ligada aos órgãos de defesa do consumidor ― conseguiu restabelecer a exibição dos canais abertos SBT, Record e Rede TV nas grades de programação das operadoras de TV por assinatura (que haviam sido suprimidos no final de março, aqui em Sampa, quando o sinal analógico foi desligado). Palhaçada por palhaçada, melhor assistir ao Sílvio Santos

De quebra, segue um clipe com o senador Justo Veríssimo, protagonizado pelo impagável Chico Anysio. Um quadro antigo, mas mais atual do que nunca.


Se o vídeo não abrir, o link é https://youtu.be/0XFpBLE22-k.

Confira minhas atualizações diárias sobre política em www.cenario-politico-tupiniquim.link.blog.br/

sexta-feira, 7 de outubro de 2016

AINDA SOBRE SISTEMAS OPERACIONAIS (parte 2)

SE EUCLIDES DA CUNHA FOSSE VIVO, TERIA PREFERIDO O FLAMENGO A CANUDOS PARA CONTAR A HISTÓRIA DO POVO BRASILEIRO.

O estrondoso sucesso do Windows 3.1 levou a IBM e a Microsoft a tomar caminhos distintos, mas ambas continuaram buscando maneiras de romper as limitações do DOS. A estrela de Mr. Gates brilhou mais forte, a arquitetura aberta se tornou padrão de mercado e o Windows se tornou sistema operacional para PCs mais usado em todo o mundo.

Observação: Como eu disse no capítulo anterior, até o lançamento do Win95 (que já suportava a multitarefa real) o MS-DOS era o sistema operacional propriamente dito, e o Windows, uma interface gráfica carregada a partir de um prompt. Nas versões 3.x, quem aparecia na tela quando ligávamos o PC não era a área de trabalho, mas o prompt do MS-DOS; para carregar o Windows, a gente digitava win e pressionava a tecla Enter.

O prompt é o “ponto de entrada” para comandos do DOS e outros comandos internos do computador, sendo representado pela letra (que corresponde à partição do sistema) seguida de dois pontos (:), barra invertida (\) e sinal de “maior que” (>). Note que outros elementos vão sendo adicionados à medida que navegamos por diretórios, pastas e arquivos, e que os comandos precisam ser inseridos cuidadosamente, pois basta um espaço a mais ou a menos, ou um caractere faltando ou sobrando, para que o sistema exiba uma mensagem de erro.

O grande problema do MS-DOS – além da dificuldade inerente à memorização de seus intrincados comandos ― era ser monotarefa. Ainda que alguns artifícios permitissem burlar essa limitação, era impossível, por exemplo, a gente abrir a calculadora enquanto um documento de texto estivesse sendo impresso. Depois de seis versões e outras tantas atualizações, o sistema deixou de ser oferecido na modalidade stand alone, mas continuou existindo nos bastidores do Windows 9.x/ME, embora fosse cada vez menos utilizado, até porque o mesmo resultado podia ser obtido bem mais facilmente através dos ícones, botões, menus e caixas de diálogo da interface gráfica.

Atualmente, muita gente vê o MS-DOS como “coisa do passado”, mas ele ainda é emulado para auxiliar na execução de tarefas que não podem ser convocadas via interface gráfica, ou que demandam o uso diferenciado de recursos do computador ― como diagnósticos de rede, manutenções avançadas do sistema e por aí vai. Alguns desses procedimentos podem ser disparados também pelo menu Executar, mas isso já é outra história e fica para outra vez.

Existe uma vasta gama de sistemas operacionais ― e não apenas para microcomputadores ―, mas todos são compostos invariavelmente por programas que inicializam o hardware, fornecem as rotinas básicas para controle de dispositivos e gerenciam os demais softwares e sua interação com o usuário ― ou usuários, conforme o caso e a aplicação. Nos tempos de antanho, quando os PCs não dispunham de disco rígido, o sistema e os programas eram armazenados em mídia removível (fitas magnéticas, disquetes, etc.) e carregados na memória (RAM) conforme a necessidade.

Para não prolongar demais este texto, vou deixar o resto para a próxima postagem. Abraços e até lá.

Passemos agora ao nosso minuto da política, lembrando sempre que você pode acompanhar minhas postagens diárias em www.cenario-politico-tupiniquim.link.blog.br/

LULA NÃO É MAIS AQUELE...

Visando livrar Lula das garras da Lava-Jato, seus advogados recorreram (mais uma vez) ao Supremo. Não para contestar as acusações do Ministério Público Federal ― talvez porque seja difícil defender o indefensável ―, mas para questionar a imparcialidade de Sérgio Moro e dos procuradores que ofereceram a denúncia

E o resultado não fugiu ao esperado: na última terça-feira, por 4 votos a 0, a 2ª Turma do STF ratificou a decisão do ministro Zavascki, relator dos processos da Lava-Jato, que manteve três inquéritos contra o petralha na 13ª Vara Federal de Curitiba, sob a batuta do magistrado que povoa seus piores pesadelos. Aliás, pesadelo é pouco. De uns tempos a esta parte, a autodeclarada “alma viva mais honesta do Brasil” vive um inferno astral de proporções épicas, e, em meio a esse torvelinho, tenta convencer o Brasil e o mundo de que é um herói. Se não, vejamos.

Lula se tornou réu sob a acusação de ter praticado crimes de corrupção e lavagem de dinheiro; os dois ministros da Fazenda que teve em seus oito anos de mandato foram presos (também por suspeitas de assaltar o Erário); está na cadeia (há mais de um ano) o maior empreiteiro de obras públicas do Brasil ― com quem o petralha mantinha relações íntimas; foram ou estão presos três ex-tesoureiros do seu partido, o amigo pessoal que tinha acesso irrestrito ao gabinete presidencial e altos executivos da Petrobras com que despachava diretamente; sua mulher tornou-se ré junto com ele, seus filhos estão sob investigação criminal, sua própria liberdade depende de um juiz de direito do Estado do Paraná e ― cereja do bolo ― a meteórica ascensão patrimonial de um sobrinho torto (*) vem jogar ainda mais bosta na Gení.

Como dizia o poeta, não há nada como o tempo para passar. Hoje, o cara que um dia foi chamado de “O CARA” por Barack Obama amarga uma queda de popularidade quase tão acentuada quanto a de Dilma em seus piores momentos, e vê sua tão propalada influência ser pulverizada derrota após derrota ― como no impeachment de sua sucessora, quando Lula não conseguiu reunir proxenetas do parlamento suficientes para reverter o cenário propício à condenação, ou, para citar exemplos mais recentes, quando não conseguiu reeleger vereador o filho torto Marcos Cláudio Lula da Silva em São Bernardo do Campo (SP), berço político do molusco abjeto e um dos municípios tidos como reduto do lulopetismo (mais detalhes nesta postagem). Isso sem mencionar o parecer do ministro TCU José Mucio Monteiro ― que Lula dizia ser “seu amigão” ―, recomendando ao Senado a rejeição das contas do governo Dilma em 2015.

(*) Com base em evidências de propina de R$ 20 milhões mascarada em contratos firmados entre a Odebrecht e a Exergia ― empresa de Taiguara Rodrigues, o tal sobrinho torto de Lula ― a PF indiciou (mais uma vez) o “titio” por corrupção (para mais detalhes, siga este link). No papel, Taiguara é filho de Jacinto Ribeiro dos Santos, o Lambari, amigo de Lula e irmão de sua primeira mulher, já falecida, mas o nepotismo se deu por afinidade, e a Odebrecht cimentou a relação.

Como bem disse o jornalista J.R. Guzzo, “Lula vem com a moral antes de contar a fábula”. A moral que ele apresenta é algo mais ou menos assim: No Brasil, um homem que quer governar para os pobres acaba sendo processado pela Justiça. E a fábula que levaria a essa moral, ele não conta, mas nem precisa, porque todos a conhecemos, qual seja a teoria abilolada segundo a qual os ricos brasileiros detestam os pobres por alguma tara patológica; não toleram, sequer, que eles viagem de avião. Como Lula governa só fazendo o bem para os pobres, a começar pelas viagens de avião, os ricos precisam destruir sua carreira política. Primeiro derrubara sua sucessora na presidência, para que ele ficasse desmoralizado, e agora querem que ele seja condenado e preso, para que não possa disputar e ganhar as eleições em 2018 ― ainda que, como vimos linhas atrás, não conseguiu nem mesmo reeleger seu vereador seu filho torto em SBC, que é berço do PT. Faz sentido para você?  

Em tempo: Lula não está na Flórida, mas não faltam nuvens ameaçadores sobre sua cabeça. Além do que eu já mencionei linhas atrás, os bens que o petralha guarda num cofre do Banco do Brasil serão examinados, por determinação de Moro, para que seja determinada a origem do butim ― ou seja, se existem itens que pertencem ao acervo da Presidência da República. Demais disso, o magistrado concedeu à defesa do petralha 5 dias para apresentar a defesa no caso do tríplex do Guarujá (os advogados queriam 55 dias, conforme eu comentei em outra postagem). Veja o excerto do despacho:

"Não há nenhuma base legal para essa pretensão e o prazo do Ministério Público Federal para oferecer a denúncia, de quinze dias, após a conclusão do inquérito, não tem qualquer relação com o prazo para a resposta preliminar, peça bem menos complexa e que não se presta ao esgotamento das alegações das partes. Indefiro o pedido de prazo adicional formulado pela defesa de Luiz Inácio Lula da Silva e Marisa Letícia Lula da Silva. Como o prazo vence na presente data (5 de outubro), concedo, por liberalidade e já que pende a citação de outros acusados, mais cinco dias, contados da presente data”.

E mais: O STF decidiu, por 6 votos a 5, pelo cumprimento da pena depois do julgamento em segunda instância, estreitando o horizonte de Lula e distinta companhia. Para o blogueiro Josias de Souza, do portal UOL, submetido aos rigores jurisdicionais de Moro, o ex-presidente será recolhido a um presídio se eventual sentença condenatória prolatada pela 13ª Vara Federal de Curitiba for confirmada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região. Nessa hipótese, mesmo que recorra aos tribunais de Brasília, o molusco terá de aguardar atrás das grades o desfecho da apelação. O julgamento foi apertado e a presidente do STF, Cármen Lúcia, foi responsável pelo voto decisivo. Votaram a favor da execução antecipada da pena os ministros Luiz Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Teori Zavascki, Luiz Fux, Gilmar Mendes e a presidente Corte; votaram contra (e foram vencidos) os ministros Marco Aurélio Mello, Rosa Weber, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e Celso de Mello.

Pois é...

E como hoje é sexta-feira:




Bom f.s.d.

Confira minhas atualizações diárias sobre política em www.cenario-politico-tupiniquim.link.blog.br/

sexta-feira, 19 de junho de 2015

MS-DOS/PROMPT DE COMANDO – COMANDOS DE PROMPT

APROVEITE O DIA.

Até as edições 3.x, quem aparecia na tela quando ligávamos o PC não era o Desktop, mas sim o Prompt do MS-DOS; para convocar o Windows (que até então era uma simples interface gráfica), era preciso digitar win e pressionar a tecla Enter.
  
Como vimos no post de ontem, o MS-DOS foi o primeiro sistema operacional amplamente adotado em microcomputadores, a despeito de ser pobre em recursos ─ um de seus maiores defeitos era ser monotarefa ─ e nem um pouco intuitivo ─ para operá-lo com desenvoltura, o usuário devia memorizar centenas de comandos compostos de letras, números e outros sinais gráficos (\, $, %, :, -, etc.) e digitá-los no prompt.

O prompt é o ponto de entrada para a digitação de comandos do DOS e outros comandos internos do computador, e é geralmente representado pela letra correspondente à partição do sistema seguida de dois pontos (:), barra invertida (\) e sinal de “maior que” (>), embora outros elementos sejam adicionados conforme navegamos pelos diretórios, pastas e arquivos. Os comandos devem ser inseridos cuidadosamente, pois basta um espaço a mais ou a menos, ou um caractere faltando ou sobrando, para que o sistema exiba uma mensagem de erro.

Como nem todos os comandos aceitos pelo MS-DOS “de verdade” funcionam nas edições recentes do Windows, não perca tempo em procurar o manual do usuário do Win 3.x que você se lembra de ter visto numa prateleira da garagem do seu avô. Eu ainda guardo o “DIA A DIA COM O DOS”, publicado em 1993 pela IBM/QUE (veja o fac-símile que ilustra esta postagem), mas por puro saudosismo, já que, atualmente, ele é tão útil como um sexto dedo do pé.

Passemos agora a um curso intensivo “vapt-vupt” sobre o tema em pauta, começando por relembrar que, para acessar o DOS nas edições 9.x do Windows, bastava pressionar o botão Desligar e selecionar a opção Reiniciar o computador em modo MS-DOS (ou equivalente). No XP, Vista, Seven e Eight, em vez do DOS propriamente dito, existe somente um prompt de comando que emula suas funcionalidades. Para convocá-lo, podemos clicar em Iniciar > Todos os Programas > Acessórios > Prompt de Comando ou simplesmente teclar WIN+R e digitar cmd na caixa do menu Executar, mas como alguns devem só funcionam se os executarmos com privilégios de administrador, o melhor e digitar prompt em na caixa Pesquisar programas e arquivos do Menu Iniciar e, no campo Programas, clicar com o botão direito sobre Prompt de Comando e selecionar Executar como administrador.

Observação: Esse procedimento abre o prompt “dentro do Windows” ─ ou seja, com o sistema carregado ─, limitando, consequentemente, o funcionamento de alguns comandos. Para usar o recurso sem passar pelo Windows, reiniciamos o computador, pressionamos intermitentemente a tecla F8 antes de a logomarca do Windows ser exibida na tela e usamos as setas do teclado para selecionar a opção SOMENTE PROMPT DE COMANDO.

A janela do prompt se parece com a da figura à direita, que eu capturei a partir do meu computador. Note que, além da unidade seguida dos dois pontos, da barra invertida e do sinal de “maior que”, também é exibido o diretório (local) e a pasta em que os comandos serão executados (no caso, Users\FERNANDO). No entanto, basta digitar “C..” e pressionar Enter para subir um nível (ou seja, eliminar minha pasta e usuário) e repetir o procedimento para fazer o mesmo com Users, resgatando o tradicional C:\>.

Para exibir um lista de comandos comuns com um breve resumo de suas funções, digite help no prompt de comando e pressione Enter. Para obter mais informações, digite help, dê um espaço, acrescente o nome do comando e pressione Enter.

Para visualizar os diretórios da unidade C:, por exemplo, suba de nível  até que o prompt exiba C:\> (conforme eu expliquei linhas atrás) e então digite dir e tecle Enter. Para mudar de diretório, use o comando cd (observe a figura à esquerda, que mostra como eu subi de nível até C:\> e de lá mudei para o diretório ARQUIVOS DE PROGRAMA e, mediante o comando dir, determinei a exibição de seu conteúdo).

Observação: É normal receber mensagens de erro durante o processo de familiarização, portanto, não desanime. Caso sua maior dificuldade seja obedecer a sintaxe dos comandos, você pode digitá-los num documento de texto, por exemplo, e depois copiar e colar na tela do prompt. Note, porém, que, nesse caso, o atalho Ctrl+V não funciona, mas se você der um clique direito na tela e selecionar a opção Colar do menu de contexto, sopa no mel.

É possível abrir programas a partir do prompt digitando “start notepad.exe” ou “iexplore.exe (sem as aspas), por exemplo, e pressionando Enter ─ como você deve ter percebido, os comandos só são validados depois que a tecla Enter é pressionada ─, mas isso só traz vantagens quando a tarefa não é intuitiva ou não está disponível via interface gráfica. Mas há exceções, naturalmente, como a desfragmentação do HD (digite , devido à variedade de parâmetros (digite defrag C: /A para analisar o volume; /N para alterar a prioridade de baixa para normal; /X para consolidar o espaço livre no volume especificado, e assim por diante). Veja a seguir mais alguns comandos bem legais:
  • ROBOCOPYUse para fazer cópias de arquivos, incluindo subpastas, mantendo a estrutura de diretórios original. Além da sintaxe básica (robocopy drive/pasta de origem drive/pasta de destino), você poderá escolher uma série de parâmetros, dentre os quais o "/E", que copia todos os subdiretórios da estrutura da pasta origem, o /COPYALL, que replica todas as informações dos arquivos originais, o /B, que é o modo de backup, e o /V, que exibe informações dos arquivos que não foram copiados por alguma razão.
  • SYSTEMINFO Neste caso, a sintaxe é o próprio nome do comando; então, basta digitar systeminfo no prompt e teclar Enter para visualizar uma porção de informações importantes sobre o hardware e o sistema operacional (versão do Windows, data de instalação, atualizações implementadas, tempo de inicialização, marca e modelo do aparelho e do processador, quantidade de memória física total e disponível, tamanho máximo do arquivo de paginação e quantidade de espaço disponível, e muito mais.
  • Net Start ─ Digite net start e pressione Enter para saber quais recursos do Windows foram iniciados no sistema.
  • IPCONFIG e NETSTAT ─ Digite ipconfg/all e pressione Enter para obter informações de rede, tais como seu endereço IP, GATEAY PADRÃO, etc., e ntestat para visualizar todas as conexões de rede ativas em seu PC.
  • TASKLIST e TASKKILL ─ O primeiro mostra em tempo real os programas e serviços ativos no Windows, e o segundo permite encerrar processos e serviços rebeldes (supondo que o Chrome deixe de responder e você não consiga encerrá-lo nem mesmo através do Gerenciador de Tarefas, digite taskkill /f /im nomedoprograma /t no prompt de comando e pressione Enter. O parâmetro /F força a finalização do processo; o /T finaliza o processo principal e os demais que dependem dele; /IM e /PID identificam o processo pelo nome ou pelo seu número ID, respectivamente. Para finalizar um processo a partir de seu número ID, identifique-o pelo TASKLIST, digite taskkill /pid xxxx ─ onde xxxx corresponde ao ID desejado ─ e finalize clicando em Enter (para conhecer todos os parâmetros do Taskkill, digite taskkill/?).

Se quiser personalizar o Prompt de Comando, dê um clique direito na barra de título da janela e clique em Padrões, se quiser que as modificações contemplem todas as telas do prompt, ou em Propriedades, para alterar somente a tela atual. Ao final (para variar), clique em OK.

Para encerrar, nosso tradicional humor de sexta-feira:

Durante uma competição linguística em Lisboa, a pergunta final foi a seguinte: Como explicar a diferença entre COMPLETO e ACABADO de maneira fácil de entender?

O vencedor, que foi ovacionado por mais de 5 minutos, ganhou uma viagem de volta ao mundo e uma caixa de scotch 25 anos. Sua resposta foi a seguinte:

"AO CASAR COM A MULHER CERTA, VOCÊ ESTÁ COMPLETO. AO CASAR COM A MULHER ERRADA, VOCÊ ESTÁ ACABADO. E SE A MULHER CERTA FLAGRÁ-LO COM A MULHER ERRADA, VOCÊ ESTARÁ COMPLETAMENTE ACABADO!''

Assim, por analogia, pode-se afirmar também que:

QUANDO DO FECHAMENTO DAS URNAS ELETRÔNICAS, O PROCESSO DAS ELEIÇÕES FICOU COMPLETO. QUANDO SE APUROU QUE A MULHER ERRADA FOI (RE) ELEITA, O BRASIL FICOU ACABADO. E EM SENDO ESSA MULHER QUEM É, O BRASIL ESTÁ COMPLETAMENTE ACABADO.


Bom final de semana a todos.

quinta-feira, 18 de junho de 2015

VOCÊ SE LEMBRA DO MS-DOS?

SÓ SE VIVE UMA VEZ.

O MS-DOS, como a maioria de vocês não deve estar lembrada (com a possível exceção de quem ingressou no mundo maravilhoso da Informática há mais de 20 anos), foi o primeiro sistema operacional adotado em larga escala em computadores pessoais. A despeito de sua interface em linha de comando, ele facilitou sobremaneira o trabalho dos usuários, que até então eram obrigados a programar manual e exaustivamente cada tarefa que executavam no computador. O termo DOS é o acrônimo de Disk Operating Disk e integra o nome de diversos sistemas ─ Free DOS, PTS-DOS, DR-DOS, etc. , dentre os quais o mais emblemático é o MS-DOS, da Microsoft (daí o “MS”), cuja história é curiosa e merece algumas linhas. Acompanhe.

Os primeiros computadores totalmente transistorizados foram lançados no final dos anos 1950 pela IBM, e, uma década mais adiante, a TEXAS INSTRUMENTS revolucionou o mundo da tecnologia com os circuitos integrados (compostos por conjuntos de transistores, resistores e capacitores), usados com total sucesso no IBM 360 (1964).

No início da década de 70, a INTEL logrou êxito em agrupar vários CIs numa única peça, dando origem aos microprocessadores, e daí à criação de equipamentos de pequeno porte foi um passo: em poucos anos surgiria o ALTAIR 8800 (vendido sob a forma de kit), o PET 2001 (tido como precursor do computador pessoal) e os Apple I e II (este último já com unidade de disco flexível).

O sucesso estrondoso da Apple levou a IBM ─ que dominava o mercado de computadores de grande porte desde meados do século XX ─ a lançar seu PC (PERSONAL COMPUTER), cuja arquitetura aberta e a adoção do MS-DOS da Microsoft viriam posteriormente a estabelecer um padrão de mercado. No entanto, a empresa não dispunha de um sistema operacional para gerenciar o novo equipamento, e assim procurou Bill Gates, supondo erroneamente que ele detivesse os direitos autorais do Control Program for Microcomputer.

Contrariando sua fama de oportunista, Mr. Gates desfez o equívoco, mas Gary Kildall (desenvolvedor do CP/M) teria faltado à reunião agendada com a empresa, levando-a de volta aos braços do Tio Bill. Embora jamais tivesse desenvolvido um SO, a Microsoft aceitou o desafio, mas ao invés de escrever o programa a partir do zero, adaptou o QDOS (comprado de Tim Paterson por US$50 mil) para o hardware da IBM, mudou seu nome para MS-DOS e com ele dominou o mercado dos PCs compatíveis.

Observação: Todos os sistemas modernos baseiam-se em dois programas pioneiros: o UNIX e o XEROX PARK. O primeiro ─ que pode ser considerado o “pai” das distribuições Linux ─ foi o precursor dos sistemas multitarefa e multi-usuário, e é largamente utilizado até hoje em servidores e máquinas de alto desempenho. Já o segundo  ou seu desenvolvedor, melhor dizendo  trouxe ao mundo da computação pessoal a primeira interface gráfica, que incluía todas as idéias hoje utilizadas nas versões modernas, desde a área de trabalho exibida na tela do monitor, até o uso de ícones, janelas, botões, menus e caixas de diálogo.

O estrondoso sucesso do Windows 3.1 levou a IBM e a Microsoft a tomar caminhos distintos, conquanto ambas continuassem buscando maneiras de romper as limitações do DOS. Depois de uma disputa tumultuada entre o OS/2 WARP e o Windows 95 (já um sistema operacional autônomo), Bill Gates viu sua estrela brilhar mais forte, e o resto é história recente: a arquitetura aberta se tornou padrão de mercado e o Windows se firmou como o SO mais utilizado em todo o mundo.

Antes do lançamento do Win95 (que já suportava a multitarefa real), o MS-DOS era o sistema operacional propriamente dito, e o Windows, uma interface gráfica carregada a partir do Prompt de Comando. O principal problema do DOS – além da dificuldade inerente à memorização de seus intrincados comandos – era ser monotarefa, e ainda que o Windows usasse de alguns artifícios para burlar essa limitação, era impossível, por exemplo, usar a calculadora enquanto um documento de texto estivesse sendo impresso. Depois de seis versões e outras tantas atualizações, ele deixou de ser oferecido na modalidade stand alone, mas continuou integrando o Windows 9.x/ME, conquanto seus comandos fossem cada vez menos utilizados ─ até porque o mesmo resultado podia ser obtido bem mais facilmente através dos ícones, botões, menus e caixas de diálogo da interface gráfica.

Mas está enganado quem pensa que o DOS, hoje em dia, não passa de um tópico nos compêndios de informática que focam os anos 1980. Mesmo com o Seven “bombando”, o Eight 8.1 conquistando (lentamente, diga-se) seu espaço e o Windows 10 em contagem regressiva na plataforma de lançamento, o velho sistema ainda pode ser emulado para a realização de tarefas que não podem ser convocadas via interface gráfica ou que demandam o uso diferenciado de recursos do computador, tais como diagnósticos de rede, manutenções avançadas do sistema e por aí vai (alguns desses procedimentos podem ser levados a efeito também via menu Executar, mas vamos deixar essa questão para outra ocasião).

Amanhã tem mais, pessoal. Abraços a todos.