quarta-feira, 24 de julho de 2019

SOBRE A IMPORTÂNCIA DE MANTER O COMPUTADOR ATUALIZADO — PARTE IV


A DISPUTA PELO PODER GERA PARCERIAS ESTRANHAS, MAS NEM SEMPRE O INIMIGO DO SEU INIMIGO É SEU AMIGO.
Problemas verificados nos updates lançados ao longo dos últimos anos levaram a Microsoft a rever sua política impositiva de nos enfiar as atualizações goela abaixo. Para quem não se lembra, a partir de 2015, quando lançou o Windows 10 como serviço, a empresa passou a fornecer atualizações de conteúdo semestrais e atualizações de qualidade mensais, além de correções críticas e de segurança lançadas fora desse cronograma, sempre que sua importância justifica não esperar o próximo Patch Tuesday.
Desde seu lançamento em 1985, o Windows teve mais de uma dúzia de edições — Windows 1, 2, 3, 3.1, 95, 98, ME, XP, Vista, 7, 8, 8.1 e 10 — e dentre elas o Win 95 foi uma daquelas catarses, digamos assim, que dividem as coisas em antes e depois: até então, o Windows, que era apenas uma interface gráfica (o MS-DOS era o sistema operacional propriamente dito), tornou-se um sistema operacional autônomo e, mais adiante, o sistema operacional para PC mais popular do planeta (quiçá de toda a galáxia). Mas vamos por partes.
DOS é o acrônimo de Disk Operating Disk e integra o nome de diversos sistemas — Free DOS, PTS-DOS, DR-DOS etc. —, entre os quais o mais emblemático é o MS-DOS, da Microsoft, que foi o primeiro sistema operacional adotado em larga escala em computadores pessoais. A despeito de sua interface em linha de comando, ele facilitou sobremaneira a vidas dos usuários, que até então eram obrigados a programar manual e exaustivamente cada tarefa que executavam no computador.
Para resumir essa história em poucas linhas, no início dos anos 1970 a INTEL conseguiu agrupar vários circuitos integrados numa única peça, dando origem aos microprocessadores, e daí até o surgimento dos primeiros computadores de pequeno porte foi um passo. Cito como exemplo o ALTAIR 8800, que era vendido em kit, o PET 2001, tido como precursor do computador pessoal, e os Apple I e II, cujo sucesso estrondoso levou a IBM que dominava o mercado de computadores de grande porte desde meados do século passado — a lançar seu PC (de Personal Computer). O detalhe — e o diabo mora nos detalhes — é que a IBM não dispunha de um sistema operacional para gerenciar o novo equipamento, e assim procurou Bill Gates, supondo (erroneamente) que ele detivesse os direitos autorais do Control Program for Microcomputer
Contrariando sua fama de oportunista, Gates desfez o equívoco, mas Gary Kildall (desenvolvedor do CP/M) faltou à reunião agendada com a gigante dos computadores, e esta voltou a procurar a ainda incipiente Microsoft, que jamais havia desenvolvido um sistema operacional, mas aceitou o desafio. Só que, em vez de escrever o programa a partir do zero, Bill Gates comprou de Tim Paterson o QDOS, adaptou-o para o hardware da IBM, rebatizou como MS-DOS e com ele dominou o mercado dos PCs compatíveis.
Continua no próximo capítulo.