A DISPUTA PELO
PODER GERA PARCERIAS ESTRANHAS, MAS NEM SEMPRE O INIMIGO DO SEU INIMIGO É SEU
AMIGO.
Problemas
verificados nos updates lançados ao longo dos últimos anos levaram a Microsoft a rever sua política
impositiva de nos enfiar as atualizações goela abaixo. Para quem não se lembra,
a partir de 2015, quando lançou o Windows
10 como serviço, a empresa passou a fornecer atualizações de conteúdo
semestrais e atualizações de
qualidade mensais, além de correções críticas e de segurança lançadas fora
desse cronograma, sempre que sua importância justifica não esperar o próximo Patch Tuesday.
Desde seu lançamento em 1985, o Windows teve mais de uma dúzia de edições — Windows 1, 2, 3, 3.1, 95, 98, ME, XP, Vista, 7,
8, 8.1 e 10 — e dentre elas o Win 95
foi uma daquelas catarses, digamos
assim, que dividem as coisas em antes e depois: até então, o Windows, que era apenas uma interface
gráfica (o MS-DOS era o sistema
operacional propriamente dito), tornou-se um sistema
operacional autônomo e, mais adiante, o
sistema operacional para PC mais popular do planeta (quiçá de toda a
galáxia). Mas vamos por partes.
DOS é o
acrônimo de Disk Operating Disk e
integra o nome de diversos sistemas — Free
DOS, PTS-DOS, DR-DOS etc. —, entre os quais o mais
emblemático é o MS-DOS, da Microsoft, que foi o primeiro sistema operacional adotado em
larga escala em computadores pessoais. A despeito de sua interface em linha de comando, ele facilitou
sobremaneira a vidas dos usuários, que até então eram obrigados a programar
manual e exaustivamente cada tarefa que executavam no computador.
Para resumir essa história em poucas linhas, no início dos anos 1970 a INTEL
conseguiu agrupar vários circuitos integrados numa única peça,
dando origem aos microprocessadores,
e daí até o surgimento dos primeiros computadores de pequeno porte foi um passo. Cito como exemplo o ALTAIR 8800,
que era vendido em kit, o PET 2001, tido
como precursor do computador pessoal, e os Apple
I e II, cujo sucesso estrondoso
levou a IBM — que dominava o mercado de computadores de
grande porte desde meados do século passado — a lançar seu PC
(de Personal Computer). O detalhe — e o diabo mora nos detalhes — é que a IBM não dispunha de um sistema operacional para gerenciar o novo equipamento, e assim procurou Bill Gates, supondo (erroneamente) que ele detivesse os direitos autorais do Control Program for Microcomputer.
Contrariando sua fama de oportunista, Gates desfez o equívoco, mas Gary Kildall (desenvolvedor do CP/M) faltou à reunião agendada com a
gigante dos computadores, e esta voltou a procurar a ainda incipiente Microsoft, que jamais havia
desenvolvido um sistema operacional, mas aceitou o desafio. Só que, em vez de escrever o programa a partir do
zero, Bill Gates comprou de Tim Paterson o QDOS, adaptou-o para o hardware
da IBM, rebatizou como MS-DOS e com ele dominou o mercado dos
PCs compatíveis.
Continua no próximo capítulo.