quarta-feira, 24 de julho de 2019

CHEGA, VERDEVALDO. JÁ DEU NO SACO.



O pasquim digital The Interpret tem feito o diabo para manter o interesse público em suas “revelações bombásticas”. É certo que cada um luta com as armas que tem, mas igualmente o é o fato de que esse material não valeria um traque não fosse a polarização político-ideológica exacerbada durante a campanha presidencial ter aprofundado ainda mais o fosso que Lula começou a cavar com seu abominável “nós contra eles”.

Com a nação dividida em duas facções antagônicas e os cidadãos que repudiam o fanatismo desbragado perdidos como cegos em tiroteio, políticos corruptos e criminosos de toda espécie, motivados pelo desserviço jornalístico prestado por boa parte dos veículos de comunicação, seguem o catecismo de São Verdevaldo, o impoluto, orando pela conversão do xerife que prendeu os bandidos em vilão da história. Entrementes, o mito endeusado pelos bolsomínions, mas que só se elegeu porque milhões brasileiros votaram nele por exclusão — ou seja, para evitar a volta do PT ao poder —, completa 200 dias no cargo agindo come se ainda estivesse em campanha. Mas o Brasil é maior do que isso e certamente seguirá adiante, não pelo governo que tem, mas apesar dele.

Na semana passada, o tal site proselitista e seus associados — como a Folha, a Veja e a Band — publicaram fofocas sobre a viagem de Deltan Dallagnol. Por tecer suposições tendenciosas sobre o caráter e a idoneidade do procurador e classificá-lo como um reles interesseiro que visava obter lucros com o desempenho da operação, os jornalistas militantes foram alvo de protestos indignados de entidades e personalidades da vida pública relacionadas a mais este triste episódio do deplorável folhetim que, pelo visto, terá tantos capítulos e temporadas quanto a novela global Malhação.

Não se faz jornalismo publicando mensagens roubadas, cuja autenticidade não pode ser verificada — afinal, quem garante que as conversas são verdadeiras ou não foram adulteradas? O cibercriminoso que as hackeou?. Verdevaldo e seus asseclas agem de má-fé — afinal, são militantes da esquerda — e com o nítido propósito de libertar o chefe da ORCRIM petista e abrir caminho para a anulação de todas as condenações obtidas pela maior investigação de corrupção da história desta república de bananas.

Após ganhar notoriedade expondo documentos secretos da NSA, o pasquineiro difamador deixou o jornal The Guardian e passou ser bancado pelo francês de origem iraniana Pierre Omidyar, fundador do site de leilões eBay. Com fortuna avaliada em quase US$ 14 bilhões, Omidyar é fundador da First Look Media — empresa-mãe do The Intercept — e do Press Frendo Defense, que oferece auxílio financeiro a jornalistas que enfrentam processos por causa de suas reportagens.

Ao contrário de outros bilionários realmente engajados em causas humanitárias e ambientalistas e à semelhança do húngaro George Soros — a encarnação do demônio para os antiglobalistas —, Omidyar “faz caridade” com uma desavergonhada pegada de ativismo político. Em 2017, quando doou US$ 100 milhões para combater "fake news" através do jornalismo investigativo, ele divulgou um comunicado em que se comprometia a aplacar o “déficit global de confiança” nas instituições. Dentre os eventos listados para fundamentar tal preocupação figuravam a eleição de Donald Trump e — vejam só — o impeachment da ex-presidanta Dilma Rousseff.

Defensores de Verdevaldo nas redes sociais tentam lhe emprestar credibilidade alegando que ele teria sido agraciado com um Pulitzer — considerado o Oscar do Jornalismo — pela publicação dos documentos da NSA vazados por Edward Snowden. Na verdade, a equipe liderada por ele e Laura Poitras conquistou para o The Guardian US e para o The Washington Post o prêmio na categoria “Serviço Público” de 2014 — na qual o premiado é sempre o jornal que publicou a reportagem (ou a série de reportagens). Ainda que assim não fosse, é bom lembrar que a lista de “ganhadores do Pulitzer” inclui Walter Duranty, que ocultou deliberadamente os crimes do stalinismo, incluindo o genocídio de ucranianos pela fome, e Janet Cooke, autora de uma reportagem inventada sobre uma criança de oito anos viciada em heroína, que teve de devolver o prêmio depois que a farsa foi descoberta.

Quem tiver interesse em conhecer o verdadeiro estofo do caráter do manipulador do conta-gotas mais temido do Brasil, lembra José Nêumanne, pode encontrar informações relevantes lendo reportagem de Eric Wempel, publicada em 27 de junho de 2013 no jornal The Washington Post. Dentre outras coisas, a matéria informa que “o escritório do cartório do condado de Nova York mostra que Greenwald tem US$ 126.000 em sentenças abertas e contra ele datando de 2000, incluindo US$ 21.000 do Departamento de Impostos do Estado e da Secretaria da Fazenda. Também fala de um penhor de US $ 85.000”.

Gleen se envolveu com gente do submundo e do ramo da pornografia. Tornou-se inimigo de Peter Haas — dono de uma companhia de produtos pornográficos —, a quem chamou de little bitch (putinha) no Post, e ao se juntar a Edward Snowden — ex-administrador de sistemas da CIA e ex-contratado da NSA, que tornou públicos detalhes de vários programas que constituem o sistema de vigilância global americano —, entrou para a lista negra do governo EUA e e bateu de frente com Julian Assange — dono do site WikiLeaks —, cuja capivara inclui processo por estupro na Suécia e por quebra de acordo de liberdade sob fiança no Reino Unido, onde ele segue preso. 

Em 2013, quando David Miranda — ex-suplente de Jean Wyllys e hoje deputado pelo PSOL, além de marido de Verdevaldo — foi detido no Aeroporto de Londres por violar o protocolo 7 do Ato Antiterrorismo, Dilma, a inimitável, a pretexto de homenagear a liberdade de imprensa, prestou mais um desserviço aos brasileiros abrindo as portas do país para a permanência legal de Greenwald, como fez Lula antes dela ao acolher o mafioso assassino Cesare Battisti

Para não ficar só com a minha opinião, leia o que escreveu Políbio Braga (e assista ao vídeo):

“Acontece que de modo recorrente boa parte da mídia tradicional e da mídia amestrada a serviço do lulopetismo atribuírem ao dono do site The Intercept a conquista do Pulitzer. Com a ajuda do influenciador Glauco Fonseca, um dos articulistas deste blog [blog do Políbio], o editor investigou e constatou que em 2014, e não em 2013, como os aliados de Glenn informam, quem levou o Pulitzer foi o jornal inglês The Guardian. Glenn atuou como um dos repórteres do caso Snowden, mas o prêmio não foi atribuído a ele. Clique no site do Pulitzer para checar.”