THERE ARE THREE METHODS TO GAIN WISDOM: FIRST, BY
REFLECTION, WHICH IS NOBLEST; SECOND, BY IMITATION, WHICH IS EASIER; AND THIRD,
BY EXPERIENCE, WHICH IS THE BITTEREST. (CONFUCIUS)
A disseminação dos desktops entre usuários domésticos se
deveu em grande medida à arquitetura aberta da plataforma PC, que estimulou o
mercado cinza numa época em que as máquinas
“de grife” custavam os olhos da cara. Hoje em dia, porém, poucos usuários montam
pessoalmente seus PCs ou encarregam dessa tarefa um Computer Guy de sua
confiança para mais detalhes, leia
esta
postagem). Não só porque é mais prático adquirir o aparelho pronto num
hipermercado ou grande magazine e contar com a garantia de fábrica, além de
pagar o produto em suaves prestações mensais. Claro que quem é “do ramo” não
abre mão de escolher a dedo os componentes e ajustar a configuração da máquina
às suas preferências, necessidades e possibilidades, mas isso já é outra história
(se esse assunto lhe interessa, não deixe de ler a trinca de postagens iniciada
por esta
aqui).
Mesmo que você não pretenda montar sua próxima máquina,
convém ter uma noção ― elementar que seja ― de como a coisa funciona, pois isso
é fundamental na hora de escolher do modelo mais adequado ao seu perfil. Então
vamos lá.
Embora seja indevidamente chamado de CPU por muita gente, aquela caixa metálica que abriga os componentes
internos do computador ― placa-mãe, processador, placas de expansão, drives de
HD e de mídia óptica, módulos de memória, ventoinhas, etc. ― e agrupa as
interfaces necessárias à conexão dos periféricos (teclado, mouse, monitor,
impressora, caixas acústicas, joystick, e por aí afora) atende pelo nome de “case”,
“gabinete” ou “torre”. CPU é a
sigla, em inglês, de Unidade Centra de
Processamento, e remete ao processador
principal do sistema (principal porque pode haver mais do que um, como na
placa gráfica, por exemplo, que pode contar com uma GPU ― sigla de Graphics
Processing Unit).
Os gabinetes costumam ser comercializados com ou sem fonte de alimentação integrada, em
tamanhos, cores e formatos para todos os gostos e bolsos. O jurássico padrão AT caiu em desuso no final do século
passado, e como o BTX (lançado pela
Intel em 2003) não prosperou, o ATX
ainda é a bola da vez. No entanto, quem compra uma máquina pronta não tem muito
espaço de manobra: é aceitar ou não o modelo definido pelo fabricante e ponto
final.
É certo que, de uns tempos para cá, os notebooks (ou laptops)
se tornaram a opção preferida dos usuários de PCs. A despeito de custarem ou
pouco mais do que os desktops de configuração semelhante, eles combinam
desempenho aceitável com a praticidade do transporte e do uso em trânsito.
Todavia, seu reinado vem sendo seriamente ameaçado pelos tablets ― menores, mais leves, enfim, verdadeiramente portáteis,
embora eu os veja mais como complemento do que como substituto do PC convencional,
notadamente pelo pouco espaço para armazenamento de dados e, por que não dizer,
pelo desconforto dos teclados virtuais, que são um porre quando se precisa redigir
documentos de texto e até mensagens de email mais extensas. Por outro lado, tem
gente que se vira bem até mesmo com as telinhas dos smartphones, de modo que
isso é uma questão de preferência pessoal.
Oportuno salientar também que os PCs tipo “
ALL-IN-ONE”
são excelentes opções para quem não abre mão de teclado, mouse e tela de
grandes dimensões. Todavia, como os
notebooks
e os
tablets, esses modelos devem
ser comprados prontos, já que sua montagem (e, por que não dizer, sua
manutenção) exige ferramental
apropriado e expertise de que a maioria dos usuários domésticos não dispõe.
O resto fica para as próximas postagens. Até lá.
ESTUFE O PEITO: O BRASIL ESTÁ BEM NA
FITA
Não é qualquer republiqueta de bananas que pode se orgulhar de ter o
presidente denunciado por corrupção, a ex-presidente impichada e investigada
por suspeitas de corrupção, e seu antecessor e mentor ― que é penta-réu na
Justiça penal e a qualquer momento deve ser sentenciado pela primeira vez ―
posando de candidato à presidência e empunhando a bandeira da moralidade,
malgrado seja ele o grande responsável pela institucionalização da corrupção no
país. Não é uma beleza?
Seguem essa procissão de orgulhos nacionais o Congresso afundado em denúncias,
com ambas as Casas presididas por investigados na Lava-Jato e compostas por uma
caterva de réus e indiciados, mais preocupada em salvar rabo do que em defender
os interesses legítimos da população. Logo atrás vem o Judiciário, onde
magistrados das nossas mais altas Cortes, a pretexto de travar uma “cruzada”
contra as prisões preventivas da Lava-Jato, soltam criminosos condenados, como
José Dirceu, mentor intelectual do
mensalão, o ex-goleiro
Bruno,
homicida e sequestrador de menor, o médico
Roger
Abdelmassih, estuprador serial
condenado a 278 anos de prisão.
Isso sem mencionar a palhaçada protagonizada pelo
TSE de
Gilmar Mendes,
que manteve o amigo
Michel na
presidência da Banânia a despeito da enxurrada de provas do uso de dinheiro roubado
no financiamento da campanha de sua chapa em 2014. Ou o senador
Aécio Neves, que foi afastado do cargo por determinação judicial ―
já que seu imprestável partido não teve colhões para lhe cassar o mandato ―, e
agora é reempossado por obra e graça do ministro
Marco Aurélio, e às vésperas do recesso do Judiciário, para que
eventual recurso do
MPF seja
apreciado somente no mês que vem. É ou não para a gente estufar o peito?
Voltando a
Lula, especulava-se
que sua primeira condenação saísse nesta segunda-feira, até porque o
Moro julgou o processo de
Antonio Palocci na semana passada (e
condenou o ex-ministro petralha a 12 anos e 2 meses de prisão), mas de duas
uma: ou ele ainda não concluiu o rascunho do mapa do inferno do molusco (a
sentença de
Palocci resultou num
calhamaço de 311 páginas, nas quais o “chefe” foi citado 75 vezes), ou está
sendo mais cuidadoso.
Segundo o
Estadão, investigadores
e advogados que acompanham de perto o andamento dos processos na 13ª Vara Penal
de Curitiba avaliam que a sentença deve demorar mais alguns dias, até porque as
alegações finais da defesa têm 363 páginas. Além disso, há que se levar em
conta a recente decisão da
8ª Turma do
TRF-4, que, por 2 votos a um, absolveu
João
Vaccari por “insuficiência de provas” (em linhas gerais, os desembargadores
Leandro Paulsen e
Victor Laus entenderam que a condenação
foi imposta com base apenas no depoimento de delatores). Essa decisão pode
influenciar no julgamento de
Lula,
que procurou jogar sobre a ex-primeira-dama a responsabilidade pela compra de
uma cota da Bancoop no
Edifício Solaris e por visitar mais vezes o tríplex cuja
propriedade ele nega.
A iminência da publicação da sentença vem gerando especulações no âmbito
político e no mercado financeiro. Se condenado em primeira e segunda
instâncias,
Lula ficará impedido de
disputar as eleições de 2018 (com base na Lei da Ficha-Limpa). Vale lembrar que
Moro tem sob seus cuidados mais dois
processos contra o petralha; um que trata de repasses de empreiteiras à
LILS e outro sobre o emblemático
Sítio Santa Bárbara.
Enquanto isso,
Michel Temer
também tem muito com que se preocupar. Nesta terça-feira, a
CCJ da Câmara deve escolher o relator
da denúncia apresentada por
Janot. A
comissão tem 66 parlamentares, 40 dos quais da base aliada, mas isso não garante
muita coisa: o próprio presidente da comissão,
Rodrigo Pacheco, que é do
PMDB, já deu sinais de independência ao
afirmar que, se
Janot realmente
apresentar 3 denúncias, elas deverão tramitar de forma separada. O Planalto já
tentou reverter a situação trocando o atual presidente de Furnas por outro que
agrade a
Pacheco e ao
PMDB mineiro, mas o deputado voltou a
dizer que isso não mudará sua postura e que a troca apenas corrige uma “falta
grave” com Minas, já que o
PMDB
local sempre indicou o dirigente máximo da estatal ― veja leitor como são
tomadas as decisões importantes no governo e, mais uma vez, estufe orgulhosamente
o peito, não só por ser brasileiro, mas também por ter ajudado a eleger essa
cáfila de fisiologistas.
Na quarta-feira,
Temer tem outra
provação: aprovar a reforma trabalhista no plenário do Senado ― o que, de certa
forma, é seu principal trunfo para permanecer no cargo. O Planalto conta com 48
dos 81 votos, e precisa apenas de 41 (maioria simples), ou seja, 41 votos, mas
prevê cinco “traições”, o que deixaria o projeto no limite de não ser aprovado ―
volto a chamar a atenção do leitor para a sobreposição do “jogo político” ante
os interesses da nação, pois é nítido que os parlamentares definem seus votos
ao sabor de suas conveniências pessoais.
A rigor nenhuma bancada dos 10 principais partidos da base aliada, que
reúnem 327 dos 513 deputados, fechou apoio ao presidente contra a denúncia da
PGR. Reuniões devem acontecer ao longo
desta semana para definir o posicionamento a ser adotado, e o clima é de
incerteza. Nem mesmo o
PMDB fechou questão,
de modo que cada um dos 63 deputados federais do partido poderá votar “de
acordo com sua consciência” (e lá político tem consciência?). Mais crítica
ainda é a situação do
PSDB, que
conta com 46 parlamentares: 6 dos sete deputados que integram a
CCJ devem votar pela aceitação da
denúncia. Até mesmo o líder do
DEM ―
partido do presidente da Câmara,
Rodrigo
Maia, que se mostra cada vez “menos aliado” ao presidente ― evitou fazer
uma defesa enfática de Temer. Segundo ele, o partido vai reunir a bancada para
tirar uma posição somente após ouvir a versão da defesa, pois até agora “só se
conhece a versão da acusação por meio da denúncia enviada apresentar pela
PGR”.
A denúncia chegou à Câmara na quinta-feira passada. Após a defesa se
manifestar, haverá cinco sessões para o deputado que for designado relator
apresentar seu parecer. Em seguida, o processo vai ao plenário. Para que o
STF dê seguimento ao caso, são
necessários os votos de 342 deputados.
Resta-nos estufar o peito e acompanhar o desenrolar dos acontecimentos.