ÀS VEZES, O QUE SE TEM É SOMENTE AQUILO EM QUE SE ACREDITA.
Como já vimos, o computador é composto de dois segmentos
distintos, mas interdependentes. O hardware
é a parte física (gabinete, teclado, monitor, placa-mãe, placas de expansão,
memórias etc.) e o software, os programas (sistema operacional, aplicativos,
utilitários etc.). No léxico da informática, o termo programa designa um conjunto de instruções em linguagem de
máquina que descreve uma tarefa a ser realizada pelo computador, e pode
referenciar tanto o código fonte, escrito em alguma linguagem de programação,
quanto o arquivo executável que contém esse código.
Qualquer dispositivo computacional atual, dos (já quase obsoletos) desktops aos notebooks que a gente levava de um lado para outro antes de os smartphones
se tornarem capazes de substituí-los na maioria das situações, conta com um sistema
operacional, que, tecnicamente, é um programa como qualquer outro, ainda que seja considerado (muito apropriadamente) como o software-mãe, uma vez que cabe a ele gerenciar o hardware e o software, prover a interface entre o
usuário e a máquina (e vice-versa) e servir como base para a execução dos
demais programas.
Embora o Mac OS e
as distribuições Linux sejam
bastante populares, o Windows é o
sistema operacional para PCs mais
usado em todo o mundo — nos smartphones
e tablets a liderança fica com o Android, não só por ele ser um sistema
de código aberto, mas também devido ao fato de que, como os demais produtos da Apple, o iPhone, que utiliza o iOS,
esbanja excelência, mas custa caro, sobretudo no Brasil, onde a carga
tributária é escorchante.
Os arquivos de instalação do MS-DOS e das edições 3.x
do Windows ocupavam uns poucos disquetes
de 1,44 MB. O Win/95, que já era um
sistema operacional autônomo (ou quase isso), foi o primeiro a ser fornecido tanto
em disquetes (13 disquinhos) quanto em CD-ROM,
mas as versões subsequentes foram se tornando mais volumosas — para armazenar
os arquivos de instalação do Windows 7,
por exemplo seriam necessários mais de 2.000 disquetes, e bastaria um deles
embolorar ou desmagnetizar para comprometer todo o conjunto.
Atualmente,
muita gente vê o MS-DOS como “coisa do passado”, mas o
prompt de comando (e, mais
recentemente, o Windows PowerShell) continua
presente, visando auxiliar o usuário na execução de tarefas que não podem ser
convocadas via interface gráfica ou que demandam o uso diferenciado de recursos
do computador ― como
diagnósticos de
rede, manutenções
avançadas do
sistema e por aí
vai. Alguns desses procedimentos podem ser realizados também via menu Executar, mas isso já é outra
história e fica para outra vez.
O Vista, a
exemplo do ME antes dele e do Windows 8 mais adiante, foi um fiasco
de crítica e de público, mas se notabilizou por ser a primeira edição fornecida
em DVD. O XP foi a encarnação do Windows
mais longeva, e o Seven segue o
mesmo caminho, visto que muitos usuários não se entusiasmaram com o Vista e relutaram em fazer o upgrade
para o Windows 10, que foi lançado
em 2015 como serviço e disponibilizado gratuitamente até meados de 2016 (se for
o seu caso, fique atento, porque o suporte estendido do Windows 7 termina em janeiro do ano que vem, e o do Eight, em janeiro de 2023.
Sistemas e programas atuais são monstruosas obras de engenharia
computacional. Para se ter uma ideia, o Seven
é formado por cerca de 40 milhões de linhas de código; o Office 2013, por 50 milhões; o Mac OS X “Tiger”, por quase 90
milhões. Claro que para rodar essas monstruosidades com desenvoltura é preciso
que o hardware seja compatível. Nos PCs de fabricação mais ou menos recente, espaço
em disco não é problema, já que até os modelos de entrada de linha já trazem drives de HDD com 500 ou mais gigabytes,
mas processador chinfrim e pouca memória
física (RAM) podem comprometer
dramaticamente o desempenho do sistema e do computador com um todo. E é bom não
se fiar nos requisitos mínimos informados pela Microsoft, que é modesta quando lhe convém; para rodar o Windows 10 com desenvoltura e a maioria
dos apps que utilizamos no nosso dia-a-dia, o ideal é dispor de uma CPU de respeito e algo entre 4 e 8
gigabytes de RAM.
O código-fonte do Windows
10 ocupa meio terabyte e se
estende por mais de 4 milhões de arquivos
(para ter uma ideia do tamanho desse imbróglio, siga este link). A maior parte do kernel (núcleo) sistema é escrita em C, mas outras linguagens de programação, como C #, JavaScript, TypeScript, VB.NET e C++ também são
utilizadas (à medida que nos aproximamos do modo de usuário e de desenvolvimentos
mais recentes, encontramos menos C e
mais C++). A árvore completa, com
todo os códigos-fonte, o código de testes e tudo o que constitui o
"código-fonte do Windows" tem mais de meio terabyte de tamanho,
com dados espalhados em mais de 4 milhões de arquivos. Em nível de código, um
programador levaria cerca de um ano para localizar manualmente uma pasta
específica (são mais de 500 mil) e “uma vida inteira” para ler tudo. Pense
nisso se você achar que esta sequência de postagens ficou muito grande.