A INCERTEZA QUE ESVOAÇA DESGRAÇA MAIS QUE A PRÓPRIA DESGRAÇA.
O Windows 11, lançado oficialmente na última
terça-feira, terá seu modelo de manutenção ajustado — uma atualização de
recurso anual, com 36 meses de suporte, substituirá o antigo Windows 10
como o repositório do novo. O Win10, por seu turno, que foi originalmente
apresentado como uma ruptura revolucionária com o passado na forma de
manutenção, pode encerrar sua carreira, em outubro de 2025, com "a cara"
do Windows 7.
Quando anunciou a nova versão de seu festejado sistema,
em junho, a Microsoft fez questão de dizer aos clientes que lançará uma
atualização de recursos do Windows 10 — 21H2 — em paralelo com a
distribuição dos arquivos de upgrade para o Win11.
O Windows 10 21H2 não deve ser pródigo em novos recursos
e funcionalidades. Aliás, a Microsoft não deu detalhes sobre como
oferecerá suporte a essa versão ao longo dos próximos quatro anos. Ela limitará
as atualizações às correções mensais de segurança? Algum novo recurso aparecerá
em atualizações futuras após 21H2? "The answer, my friend, is
blowing in the wind".
Mas o fato é que a empresa de Redmond terá que fazer
algo, porque o suporte restante garantido aos clientes se estende além do
suporte fornecido por quaisquer atualizações lançadas ou anunciadas. O Windows
10 21H2 Enterprise deverá ser aposentado em maio de 2024, ao passo que as edições
21H2 Home e 21H2 Pro terão suporte até maio de 2023 — o déficit de 18 meses
(Enterprise) ou 30 meses (Home & Pro) terão que ser compensados de alguma
forma, e a Microsoft pode fazer isso com alguns toques no teclado: se
ela não quiser lançar atualizações de recursos após o 21H2, tudo que
precisa fazer é mover os prazos de suporte dos vários SKUs para outubro
de 2025.
Nada impede a Microsoft de continuar atualizando
o Win10, mesmo que essas atualizações não sejam exatamente pródigas em novas
funcionalidades ou recursos. Mas isso iria contra "a natureza" da
empresa. Quando lançou um novo Internet Explorer, por exemplo, ela
continuou a corrigir as versões anteriores, mas deixou de lhe acrescer novos
recurso, de maneira a "induzir" os usuários a migrar para a versão
mais recente. E o mesmo deverá acontecer com o Windows 10.
O anúncio do Win11 foi uma sentença de morte para
seu antecessor — ou a aposentadoria compulsória da edição lançada em 2015 como a
"versão definitiva" do sistema operacional mais popular do planeta. A
partir de agora, qualquer esforço de desenvolvimento focará o Win11. Nos
próximos quatro anos, o Ten receberá atualizações de segurança na
segunda terça-feira de cada mês (Patch Tuesday), mas dificilmente receberá
novos recursos ou funcionalidades.
Esse é exatamente o modelo adotado para o Windows 7 desde
sua aposentadoria, em 2009, até o início de 2020. Ironicamente, será nos
próximos anos que o comportamento de serviço do Windows 10 se tornará o que
alguns usuários comerciais exigiam antes mesmo do lançamento do sistema
operacional, seis anos atrás. A Microsoft deu a eles o que eles queriam na
forma da edição LTSB (Long-term Servicing Branch), posteriormente
alterada para LTSC, com o canal substituindo o Branch. Alguns
anos depois, a Microsoft arrebatou o LSTB/LTSC dos clientes,
principalmente.
Com o lançamento do Win11, a Microsoft cedeu
às pressões comerciais, reduzindo os lançamentos de atualização de recursos
para um por ano e estendendo o suporte Enterprise/Education para 36
meses. Para quem estiver insatisfeitos com a maneira como a manutenção do Windows
funcionou, o jeito será manter o Windows 10 e sua nova manutenção no
estilo Seven até o final de 2025 — ou até 2028, caso a Microsoft lhe ofereça suporte estendido.
Resta saber quando virá o Windows 12 e como será sua política de atualizações.
Quem viver verá.